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Ex-Presidente da República avisa que o caminho é apertado
O ex-Presidente da República Jorge Sampaio defendeu ontem que o país tem de conseguir encontrar o equilíbrio entre o crescimento da economia e o rigor das contas públicas. Numa acção de campanha, em Sintra, do candidato do PS Basílio Horta, o ex-chefe de Estado preferiu não comentar o apelo de Cavaco Silva para um consenso entre os partidos, mas admitiu que a situação do país não é fácil e argumentou que há muito tempo que defende entendimentos. "Temos um pesado fardo em cima de nós, convém ter essa noção", defendeu.
Para Jorge Sampaio, a situação que o país está a passar exige que se explique aos portugueses que "o campo é apertado" e que há "muito trabalho pela frente e muito difícil".
"É preciso que haja equidade nisso. Haja a noção de que está a servir tudo para alguma coisa. Essa noção não é clara nem evidente, mas vamos ver o que é que isto vai dar", acrescentou.
Ao lado do candidato socialista à câmara de Sintra esteve também o fundador do CDS Freitas do Amaral. O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, que partilhou com Basílio Horta a criação do CDS, defendeu que o país vive um "momento decisivo" e deve exigir da troika "mais do que exigiu em avaliações anteriores".
Freitas do Amaral alertou que, se o governo aplicar os cortes que estão previstos, o país está condenado "à recessão" e defendeu que Cavaco Silva e Passos Coelho devem ter conversas com o governo alemão para ajudar Portugal. "Tem de ser primeiro-ministro e Presidente da República, ao mais alto nível (...). Enquanto o primeiro-ministro não tiver uma conversa olhos nos olhos com a senhora Merkel, isto não vai lá", disse Freitas do Amaral.