19.9.13

70% dos portugueses apoiam cortes na despesa pública

Por António Ribeiro Ferreira, in iOnline
Defesa, infra-estruturas e transportes são as áreas mais citadas pelos inquiridos. 27% defendem cortes no Estado social

Apareceu no momento oportuno, quando se discute o défice para 2014 e os cortes de 4700 milhões no Estado. Um estudo internacional, apresentado ontem em Lisboa na Fundação Luso- -Americana, revela que 70% dos portugueses consideram ser necessário cortar na despesa pública. Mas na hora de apontar em que área deve incidir essa redução, o Estado social aparece nos últimos lugares. Segundo o inquérito internacional- o Transatlantic Trends -, defesa (46%) e infra-estruturas e transportes (45%) são as áreas mais citadas para cortar despesa. Apenas 27% apontam os programas do Estado social como alvo de redução de despesa e somente 11% citam os gastos públicos com educação.

Média de 45% na Europa Mais de dois terços, 70% dos portugueses entrevistados, disseram perceber a necessidade de descer o nível da despesa pública, algo em que o discurso do governo tem insistido. Esse valor compara com a média europeia de 45%. Os resultados são conhecidos em plena oitava e nona avaliações da troika e em vésperas da apresentação do Orçamento para 2014, que deverá incluir a prometida reforma do Estado.

70% chumbam governo O mesmo inquérito revela que 70% dos portugueses chumbam a gestão que o governo liderado por Passos Coelho e Paulo Portas tem feito da crise. E revela também que 92% dos inquiridos consideram que o sistema económico só beneficia alguns, uma leitura apenas superada pelos 93% observados em Itália.

EUA e 11 países da UE Os resultados do estudo de opinião que o German Marshall Fund (EUA) realiza anualmente desde 2002, com o objectivo de avaliar a relação transatlântica, foram apresentados em Lisboa, na Fundação Luso-Americana (FLAD), o parceiro português da iniciativa. O inquérito à opinião pública inclui actualmente, para além dos EUA, 11 países da União Europeia (Alemanha, França, Reino Unido, Espanha, Itália, Holanda, Portugal, Eslováquia, Suécia, Polónia e Roménia) mais a Turquia.