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Mais de dois milhões de crianças sírias estão em risco de desnutrição em resultado do conflito no país, alertou na segunda-feira a organização humanitária britânica "Save the Children" (Salvem as Crianças).
Esta organização não-governamental (ONG) assinalou, em comunicado, que os afectados pelos confrontos bélicos na síria não têm podido comprar alimentação em quantidade suficiente, além de que os preços alimentares têm subido e há dificuldades para a produção de alimentos.
Nas zonas rurais de Damasco, um em cada 20 menores já está subnutrido, quantificou a ONG, que reuniu testemunhos de pessoas refugiadas nos países vizinhos, que denunciaram as dificuldades das famílias para alimentar os filhos.
A ONG assinala que muitas crianças têm vivido de plantas e pão durante dias e cita ainda o caso de uma família que se alimentou apenas de pão durante quatro dias, depois de se ter refugiado no sótão de uma casa, no seguimento de explosões.
A falta de alimentos disparou os despectivos preços para níveis que chegaram a duplicar os valores iniciais, segundo a organização.
"A comunidade internacional fez muito pouco e muito tarde. Os meninos da Síria têm sido alvejados e bombardeados e vão ficar traumatizados pelo horror da guerra. O conflito deixou milhares de crianças mortas e agora há uma ameaça de escassez de meios para sobreviver", disse o director da organização, Justin Forsyth.
Este dirigente acrescentou que as crianças sírias estão "sós e traumatizadas" pela guerra.
"Mesmo que o mundo não consiga colocar-se de acordo sobre como acabar com o conflito, de certeza que pode colocar-se de acordo em que a ajuda deve chegar a cada criança que dela necessite na Síria. Não há espaço para adiamentos ou argumentos. Não se devia deixar que as crianças da Síria passassem fome", insistiu.
Lusa/SOL