12.9.13

Braga: Cidadania em Movimento quer mais transparência da Câmara com IPSS

in Esquerda.net

“Temos de substituir a cultura da competição pela cultura da cooperação”, afirmou Inês Barbosa, candidata à Cãmara Municipal de Braga, referindo-se ao funcionamento das instituições que integram a rede social.

A cabeça de lista da Cidadania em Movimento reuniu ontem com dirigentes da Delegação de Braga da Rede Europeia Anti Pobreza, e ouviu alguns reparos acerca do modo como as instituições se relacionam em sede de rede social e com a Câmara e com a Segurança Social.

Segundo Ivo Domingues “as IPSS têm desenvolvido uma cultura de subserviência onde as formas de participação são canalizadas apenas para a obtenção dos apoios necessários à execução dos seus projectos”. Uma cultura que, acrescenta, “também não é contrariada pelos responsáveis políticos que, por vezes até estimulam essa subserviência”.

A par deste problema o presidente da EAPN refere também que é necessário alterar a cultura competitiva: “Cada freguesia e IPSS quer um determinado equipamento, muitas vezes onde não faz falta, mas os restantes parceiros, não têm a frontalidade de discordar porque na próxima reunião querem que os outros aprovem o seu projeto”. O resultado é uma espécie de “silêncio dos compadres” que não é contrariado pelos responsáveis, e um desperdício de dinheiros públicos em projectos que nem sempre são necessários.

Inês Barbosa considera que “esta situação só se altera com uma cultura de participação das pessoas, pois são elas os destinatários dos equipamentos, e com a valorização dos técnicos”. Para a candidata do CEM a Câmara tem aqui um papel muito importante no sentido de “promover a transparência no seu relacionamento com todas as instituições, em vez de promover uma postura de chapéu na mão”.

Alice Matos, vice-presidente daquela instituição, referiu também que a EAPN tem investido muito do seu trabalho no fomento dessa cultura participativa, quer dinamizando projectos onde, por exemplo, os idosos são ouvidos sobre os serviços e equipamentos que necessitam. “Os responsáveis, por vezes, querem um lar, mas não perguntaram aos idosos o que é que eles queriam”.

A EAPN tem também desenvolvido projectos que visam a capacitação dos técnicos do terceiro sector, com o objetivo de contribuir para melhora a cultura organizativa das instituições, um trabalho que foi saudado por Inês Barbosa, pois vai de encontro ao programa da candidatura Cidadania em Movimento.