7.12.07

Idosos temem pobreza agravada

Denisa Sousa, in Jornal de Notícias

Centenas de idosos do distrito de Braga vão juntar-se, na próxima semana, numa vigília em frente ao Governo Civil, em protesto contra a nova lei aplicada às reformas que, segundo dizem, criará uma camada de "novos pobres ainda mais pobres". Realidade que afectará especialmente a região, sobretudo os vales do Cávado e Ave, onde os salários "sempre foram baixíssimos", salvaguarda o líder da União de sindicatos de Braga, Adão Mendes.

"Há idosos que vão ficar a receber 260 euros por mês por mais de quatro décadas a descontar, só porque houve problemas com os salários processados nos anos 60", exemplifica. Para os outros, a situação não é menos dramática "Se a uma pessoa que vai receber 1000 euros por mês, tirarem 50, pode até nem notar grande diferença, mas tirar 100 euros a quem ganha 400 tem muito peso", acusa o responsável, que fala em "dias de aflição".

"Defraudaram as expectativas das pessoas com uma lei introduzida, inesperadamente, a meio do percurso de vida, publicada em Maio deste ano. Isto devia aplicar-se a novos casos, mas nunca deveria ter efeitos retroactivos", acrescenta, referindo que, na vigília, a agendar hoje pelo Conselho Distrital para o dia 18 ou 20 à tarde, pretende-se deixar simbolicamento um pinheiro para o governador e para o Governo. "Com as prendas que muitos não vão ter...", atira.

"Que Natal vão ter estas pessoas? Que vida?", questiona Adão Mendes, que esclarece que o encontro de protesto levará ao Palácio dos Falcões outros tantos trabalhadores, cujas empresas estão a aplicar o lay-off ou a quem são devidos vários salários. "Vamos ter muitos exemplos de infracções aos direitos laborais e sociais", diz.