Andréia Azevedo Soares, in Público online
Objectivo da DECO é ajudar os consumidores a escolherem produtos mais sustentáveis e a reconhecerem alegações ambientais enganosas. Maioria dos consumidores na UE é receptiva a alegações ambientais.A DECO encoraja os consumidores a reivindicarem mais informação às marcas que fazem alegações ambientais Paulo Pimenta
A associação de defesa dos consumidores DECO divulga, esta quinta-feira, uma campanha de sensibilização contra o greenwashing. O objectivo é ajudar as pessoas a não só a escolherem produtos mais sustentáveis, mas também a reconhecer mais facilmente alegações ambientais enganosas.
“Queremos chegar às empresas através dos consumidores. O que estamos a dizer-lhes é: não se pintem de verde, contem as coisas como elas são, evitando argumentos publicitários como ‘biológico’ ou ‘biodegradável’ apenas para convencer o consumidor”, afirma ao PÚBLICO Susana Correia, jurista da DECO.
Intitulada “Greenwashing: Não se pintem de verde! Contem as coisas como elas são”, a campanha consiste num vídeo e em conteúdos divulgados nas redes sociais. Também estão previstos três episódios do DECOpode, o podcast da entidade, dedicados ao chamado ecobranqueamento.
O greenwashing consiste em técnicas de branqueamento usadas por empresas para atrair consumidores preocupados com o ambiente. Um exemplo: uma marca posiciona-se no mercado como sustentável e, ao mesmo tempo, recorre a fornecedores que não adoptam boas práticas na produção ou extracção de matérias-primas. Outro caso comum: a companhia faz promessas infundadas nos rótulos dos seus produtos com o intuito de parecer mais “verde” e responsável.
Nem todas as situações de greenwashing são fáceis de detectar. “Por exemplo, um grande retalhista pode lançar uma nova linha de produtos, tais como calças de ganga, que utiliza menos água e, portanto, teoricamente, com menos impacto ambiental do que as outras roupas que a empresa vende. Mas essa mesma empresa pode ignorar este impacto nas restantes linhas de produtos, tudo isto sem fazer nada para abordar as outras formas de que a sua produção possa estar a prejudicar o ambiente”, exemplifica a DECO, numa nota enviada ao PÚBLICO.
Rótulo europeu Ecolabel
Então, como é que um consumidor pode proteger-se? Susana Correia recomenda que os consumidores procurem opções com o rótulo ecológico europeu (o chamado Ecolabel). Trata-se de um certificado da União Europeia, verificado por entidades competentes, que pretende garantir que um produto ou serviço possui um bom desempenho ambiental.
A DECO exorta ainda as empresas a aderir ao rótulo europeu, para manter a confiança dos clientes e dotar a cadeia de produção e consumo de uma maior transparência. Para ter direito ao selo, os fabricantes devem cumprir determinados requisitos.
A União Europeia está ainda a trabalhar numa solução que pretende facultar aos consumidores dados claros e credíveis acerca das características dos produtos. Esta iniciativa legislativa de Bruxelas, que deverá ser apresentada este ano, obrigará as empresas a fundamentar as alegações ambientais segundo métodos previamente estipulados.
Sabia que...
Segundo a DECO, 57% dos consumidores da União Europeia estão receptivos a alegações ambientais no momento de escolher e comprar.
A medida tem particular relevância se considerarmos que, segundo a DECO, “57% dos consumidores da União Europeia estão receptivos a alegações ambientais no momento de escolher e comprar”.
A DECO encoraja também os consumidores a reivindicarem mais informação às marcas e modificarem certos comportamentos (comprar roupa usada ou trocar o carro pela bicicleta, por exemplo). “As empresas preocupam-se realmente com o que o consumidor quer. É importante que os consumidores contactem as empresas e questionem o que estão a fazer para enfrentar os diferentes desafios ambientais e sociais nas suas cadeias de abastecimento e para as responsabilizar pelos objectivos e planos que fazem”, refere a nota.
“Queremos chegar às empresas através dos consumidores. O que estamos a dizer-lhes é: não se pintem de verde, contem as coisas como elas são, evitando argumentos publicitários como ‘biológico’ ou ‘biodegradável’ apenas para convencer o consumidor”, afirma ao PÚBLICO Susana Correia, jurista da DECO.
Intitulada “Greenwashing: Não se pintem de verde! Contem as coisas como elas são”, a campanha consiste num vídeo e em conteúdos divulgados nas redes sociais. Também estão previstos três episódios do DECOpode, o podcast da entidade, dedicados ao chamado ecobranqueamento.
O greenwashing consiste em técnicas de branqueamento usadas por empresas para atrair consumidores preocupados com o ambiente. Um exemplo: uma marca posiciona-se no mercado como sustentável e, ao mesmo tempo, recorre a fornecedores que não adoptam boas práticas na produção ou extracção de matérias-primas. Outro caso comum: a companhia faz promessas infundadas nos rótulos dos seus produtos com o intuito de parecer mais “verde” e responsável.
Nem todas as situações de greenwashing são fáceis de detectar. “Por exemplo, um grande retalhista pode lançar uma nova linha de produtos, tais como calças de ganga, que utiliza menos água e, portanto, teoricamente, com menos impacto ambiental do que as outras roupas que a empresa vende. Mas essa mesma empresa pode ignorar este impacto nas restantes linhas de produtos, tudo isto sem fazer nada para abordar as outras formas de que a sua produção possa estar a prejudicar o ambiente”, exemplifica a DECO, numa nota enviada ao PÚBLICO.
Rótulo europeu Ecolabel
Então, como é que um consumidor pode proteger-se? Susana Correia recomenda que os consumidores procurem opções com o rótulo ecológico europeu (o chamado Ecolabel). Trata-se de um certificado da União Europeia, verificado por entidades competentes, que pretende garantir que um produto ou serviço possui um bom desempenho ambiental.
A DECO exorta ainda as empresas a aderir ao rótulo europeu, para manter a confiança dos clientes e dotar a cadeia de produção e consumo de uma maior transparência. Para ter direito ao selo, os fabricantes devem cumprir determinados requisitos.
A União Europeia está ainda a trabalhar numa solução que pretende facultar aos consumidores dados claros e credíveis acerca das características dos produtos. Esta iniciativa legislativa de Bruxelas, que deverá ser apresentada este ano, obrigará as empresas a fundamentar as alegações ambientais segundo métodos previamente estipulados.
Sabia que...
Segundo a DECO, 57% dos consumidores da União Europeia estão receptivos a alegações ambientais no momento de escolher e comprar.
A medida tem particular relevância se considerarmos que, segundo a DECO, “57% dos consumidores da União Europeia estão receptivos a alegações ambientais no momento de escolher e comprar”.
A DECO encoraja também os consumidores a reivindicarem mais informação às marcas e modificarem certos comportamentos (comprar roupa usada ou trocar o carro pela bicicleta, por exemplo). “As empresas preocupam-se realmente com o que o consumidor quer. É importante que os consumidores contactem as empresas e questionem o que estão a fazer para enfrentar os diferentes desafios ambientais e sociais nas suas cadeias de abastecimento e para as responsabilizar pelos objectivos e planos que fazem”, refere a nota.