21.3.23

Desemprego cai pela primeira vez ao fim de seis meses, mas descida não compensa subidas

Salomé Pinto, in Dinheiro Vivo

Número de inscritos nos centros de emprego baixou 1,9% para 316 086, em fevereiro face ao mês anterior. Mas, em janeiro, o desemprego tinha subido 4,9%.

O desemprego registado pelos centros de emprego baixou pela primeira vez em fevereiro, ao fim de seis meses consecutivos de subidas. Mas este recuo de seis mil desempregados ou de 1,9% para 326 086 inscritos não chega para compensar o aumento de 15 081 desempregados ou de 4,9% identificado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) em janeiro em relação a dezembro de 2022.

Os dados ainda não foram publicados pelo IEFP, mas a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, anunciou esta terça-feira, durante uma audição regimental no Parlamento, que "o IEFP já registou, em fevereiro, uma descida de seis mil desempregados". Fonte oficial do Ministério esclareceu o Dinheiro Vivo que se trata de uma variação em cadeia, isto é, face a janeiro de 2023.

Assim, o desemprego registado recua pela primeira vez em seis meses. Trata-se, no entanto, de uma descida muito suave de 1,9% ou de seis mil inscritos de 322 087 para 316 086, o que não compensa as subidas consecutivas do último semestre.

Só em janeiro de 2023, o número de desempregados registados no IEFP sofreu um aumento de 4,9% face a dezembro, o que corresponde a mais 15 081 inscritos nos centros de emprego.

Analisando os dados do IEFP relativos a agosto de 2022, o mês que interrompeu a diminuição do desemprego, verifica-se que o país ainda não conseguiu recuperar aquele nível mais baixo de população sem trabalho.

Assim, e apesar da diminuição revelada pela ministra, Portugal ainda tinha, em fevereiro, mais 33 239 desempregados ou mais 11% de inscritos face a agosto de 2022, quando os centros de emprego registaram 282 847 inscritos

Em relação à variação homóloga, a redução de seis mil desempregados em fevereiro representa uma diminuição de 8,5%. No mesmo mês de 2022, os centros de emprego tinham 344 264 pessoas inscritas em situação de desemprego.

O número é novo e ainda não está publicado nas estatísticas do IEFP. Assim, e caso se verifique a diminuição adiantada pela governante, o número de inscritos nos centros de emprego terá baixado de 322 087 para 316 086