Maria Caetano, in Diário de Notícias
Apoios de reação à guerra na Ucrânia superam 1300 milhões, cerca de metade dos quais impostos que o fisco vai deixar de recolher nos combustíveis. Governo aposta, para já, em medidas apenas para o curto-prazo.
Em março, a inflação homóloga medida pelo INE seguia nos 5,3% (3,8% sem contar com subidas de preços na energia e nos bens alimentares não-transformados). EPA/JIM LO SCALZO
As medidas do governo destinadas a ajudar as famílias mais pobres a enfrentarem a escalada de preços ficam, na proposta de Orçamento para 2022 entregue ontem, limitadas àqueles que foram os anúncios do governo até à véspera, com a despesa programada em apoio a não ir além dos 55 milhões de euros.
O valor vai cobrir a entrega de uma prestação única de 60 euros, o Apoio Extraordinário às Famílias Mais Vulneráveis, que deverá chegar a 830 mil pessoas, segundo o número adiantado ontem pelo ministro das Finanças, Fernando Medina. Serão mais 68 mil pessoas do que as 762 mil que são beneficiárias da tarifa social de eletricidade, depois de o governo ter alargado o apoio a todos os agregados que recebem prestações sociais mínimas da Segurança Social por terem rendimentos muito baixos.
Esta despesa ficará em 49,8 milhões de euros, sobrando na proposta de Orçamento 5,2 milhões de euros para financiar a segunda medida de apoio a este universo de famílias: uma comparticipação de dez euros nos custos com cada botija de gás adquirida ao longo de três meses, paga contra fatura aos balcões dos CTT. Em média, este valor representa o pagamento da comparticipação de dez euros a 0,6 botijas de gás por família, considerando o universo de 830 mil potenciais abrangidas.
A proposta que começa a ser debatida pelos deputados no final do mês, e que se espera possa entrar em vigor ainda em junho, visa neste apoio uma resposta de curto-prazo, perante um cenário que o governo admite ser de incerteza quanto à duração da guerra na Ucrânia e seus efeitos.
Também nos apoios para mitigar a subida dos combustíveis o governo antecipa para já um cenário de curta duração da resposta aos choques que têm elevado os preços da gasolina e do gasóleo. A proposta de Orçamento prevê apenas dois meses de redução do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) equivalente a uma descida da taxa de IVA dos combustíveis para 13%, ainda sem autorização europeia para ocorrer. Ao certo, nesta medida a aplicar em maio e junho, o governo conta abdicar de 170 milhões de euros de receita fiscal.
O documento do governo acomoda ainda a manutenção da redução semanal de ISP que devolve aumentos de receita de IVA devido à subida dos preços de combustíveis, prevendo que o Estado deixe, por isso, de encaixar 117 milhões de euros neste ano.
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4.5.21
Mais de 700 mil famílias não conseguiram pagar os seus créditos em 2020
Elisabete Tavares, in DN
Banco de Portugal recebeu quase 20 mil reclamações de clientes no ano passado, mais 8,6% do que no ano anterior, por causa de queixas relacionadas com as moratórias de crédito.
Créditos ao consumo foram responsáveis pela subida dos processos de regularização de incumprimento.
Durante o ano de 2020, os bancos iniciaram 707 mil novos processos de acordo extrajudicial relativos a famílias que deixaram de conseguir pagar os seus créditos, num montante global de contratos de 2990 milhões de euros.
Os dados foram divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal e constam do Relatório de Supervisão Comportamental relativo a 2020.
Segundo o relatório, foram iniciados no ano passado 652.565 processos PERSI (procedimento extrajudicial de regularização de situações de incumprimento) no âmbito do crédito aos consumidores. Trata-se de um aumento de 5,6% face a 2019. No global, estes processos envolvem contratos no montante de 1144 milhões de euros.
"O número de contratos de crédito aos consumidores integrados em PERSI também aumentou em março e em abril de 2020. A partir daí e até agosto, observou-se uma redução do número de contratos integrados em PERSI", aponta o relatório. Explica que esta evolução "estará associada às moratórias privadas, que entraram em vigor a partir de meados de abril". "Porém, esta trajetória foi interrompida a partir de setembro, num contexto em que algumas instituições com peso significativo no mercado deixaram de disponibilizar aos seus clientes a possibilidade de acesso a essas moratórias privadas", frisa.
No crédito à habitação e hipotecário, "foram iniciados 54.970 processos, menos 23,1% do que em 2019", avança o documento. "Esta evolução entende-se associada à implementação da moratória pública, que, desde o seu início abrangeu os contratos de crédito à habitação própria permanente, e que, a partir de junho, passou a abranger outros créditos hipotecários", explica. Neste segmento, os contratos abrangidos são no montante global de 1846 milhões de euros.
As moratórias foram introduzidas em março de 2020 como medida para minimizar o impacto nas famílias e empresas da crise provocadas pelas medidas adotadas pelo governo no âmbito da epidemia. A medida permitiu ainda travar o aumento do nível de crédito malparado nos bancos.
No final de março último, estavam abrangidos por moratórias empréstimos no valor global de 41,9 mil milhões de euros, uma redução mensal de 3,7 mil milhões de euros.
A descida deveu-se sobretudo ao facto de ter terminado no final de março a moratória da Associação Portuguesa de Bancos. No caso da moratória pública, vence no final de setembro deste ano para a maior parte dos créditos hipotecários abrangidos.
Moratórias fazem disparar reclamações
O Banco de Portugal recebeu quase 20 mil reclamações de clientes bancários em 2020, um aumento de 8,6% face ao ano anterior, devido ao volume de queixas "sobre matérias covid-19", nomeadamente as moratórias no crédito.
O supervisor bancário recebeu cerca de 1638 reclamações por mês por parte de clientes bancários em 2020, segundo o relatório do Banco de Portugal.
"Os clientes bancários apresentaram 19.660 reclamações relativas a matérias sujeitas à supervisão do Banco de Portugal, mais 8,6% do que em 2019. Este aumento ficou a dever-se às reclamações sobre medidas adotadas no contexto da pandemia de covid-19", destaca o supervisor num comunicado sobre o relatório.
Excluindo as reclamações relacionadas com os temas sobre a epidemia, "o número de reclamações teria diminuído 0,6%", adianta o Banco de Portugal.
"Na sequência da sua atuação fiscalizadora (sobre moratórias), emitiu 284 determinações específicas a cem instituições e instaurou dez processos de contraordenação a sete instituições", adianta o supervisor.
No caso das comissões bancárias, o Banco de Portugal executou ações de inspeção em 120 instituições financeiras e detetou irregularidades em 120 por falta de "conformidade do extrato de comissões com as regras definidas".
Nas contas à ordem, das 115 entidades inspecionados, 107 não cumpriam com o exigido ao nível do "conteúdo da informação prestada sobre o serviço" de mudança de conta.
As contas de serviços mínimos bancários (SMB) foi outro dos temas que levou à imposição de medidas junto de bancos por parte do Banco de Portugal. Entre as situações que o supervisor detetou, constatou-se que bancos limitavam o acesso a outros produtos e serviços financeiros por parte do titular daquele tipo de conta, "tendo-se exigido a 79 instituições que deixassem de limitar o acesso dos titulares de contas de SMB a produtos e serviços como, por exemplo, o cartão de crédito e o MBway".
Segundo o relatório, "as reclamações sobre matérias associadas a depósitos bancários, crédito aos consumidores e crédito à habitação e hipotecário - as três matérias mais reclamadas pela importância relativa destes contratos para os clientes - aumentaram em relação a 2019, quer em termos absolutos quer quando ponderadas pelo número de contratos".
Por cada cem mil contratos, o número de reclamações cresceu de 32 para 34, no caso das contas de depósito, de 36 para 40, no crédito aos consumidores e de cem para 119, no crédito à habitação e hipotecário.
Contas low cost aumentam
O relatório Banco de Portugal revela ainda que a adesão a contas bancárias de custo reduzido disparou 25% em 2020, contabilizando-se a existência de mais de 129 mil destas contas em Portugal no final de dezembro passado. Trata-se de um aumento de 25.958 contas de serviços mínimos bancários face ao final de 2019. "Foram constituídas 30.073 contas de SMB, das quais 22.479 resultaram da conversão de uma conta de depósito à ordem já existente na instituição numa conta de SMB e 7.594 da abertura de nova conta de SMB", refere o documento.
O supervisor avança ainda que em 2020 foram encerradas 4115 contas de SMB, sendo que destas, 79,3% foram fechadas por iniciativa do cliente e 852 por iniciativa do banco. "Os motivos que levaram ao encerramento da conta de SMB pela instituição deveram-se, sobretudo, à detenção pelo titular de outras contas de depósito à ordem, à inexistência de movimentos na conta nos últimos 24 meses ou ao facto de o titular ter deixado de ser residente legal na União Europeia", explica o relatório.
O Banco de Portugal detetou, em ações de inspeção a 80 instituições financeiras, que todas falhavam o cumprimento de regras, incluindo no respeito pelo limite máximo de cobrança de comissões e encargos.
"Foram detetadas nas 80 instituições situações em que a abertura de conta de SMB ou a conversão de conta de depósito à ordem em conta de SMB foi recusada com fundamento em motivos não previstos na lei e em que não foi assegurada a comunicação formal aos clientes sobre o motivo para a recusa de acesso à conta de SMB", aponta o relatório.
O supervisor detetou ainda "nas 80 instituições situações de cobrança indevida de comissões pela utilização de serviços incluídos na conta de SMB, como sejam a disponibilização de cartão de débito, levantamentos de numerário ao balcão ou depósitos de moeda metálica".
Banco de Portugal recebeu quase 20 mil reclamações de clientes no ano passado, mais 8,6% do que no ano anterior, por causa de queixas relacionadas com as moratórias de crédito.
Créditos ao consumo foram responsáveis pela subida dos processos de regularização de incumprimento.
Durante o ano de 2020, os bancos iniciaram 707 mil novos processos de acordo extrajudicial relativos a famílias que deixaram de conseguir pagar os seus créditos, num montante global de contratos de 2990 milhões de euros.
Os dados foram divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal e constam do Relatório de Supervisão Comportamental relativo a 2020.
Segundo o relatório, foram iniciados no ano passado 652.565 processos PERSI (procedimento extrajudicial de regularização de situações de incumprimento) no âmbito do crédito aos consumidores. Trata-se de um aumento de 5,6% face a 2019. No global, estes processos envolvem contratos no montante de 1144 milhões de euros.
"O número de contratos de crédito aos consumidores integrados em PERSI também aumentou em março e em abril de 2020. A partir daí e até agosto, observou-se uma redução do número de contratos integrados em PERSI", aponta o relatório. Explica que esta evolução "estará associada às moratórias privadas, que entraram em vigor a partir de meados de abril". "Porém, esta trajetória foi interrompida a partir de setembro, num contexto em que algumas instituições com peso significativo no mercado deixaram de disponibilizar aos seus clientes a possibilidade de acesso a essas moratórias privadas", frisa.
No crédito à habitação e hipotecário, "foram iniciados 54.970 processos, menos 23,1% do que em 2019", avança o documento. "Esta evolução entende-se associada à implementação da moratória pública, que, desde o seu início abrangeu os contratos de crédito à habitação própria permanente, e que, a partir de junho, passou a abranger outros créditos hipotecários", explica. Neste segmento, os contratos abrangidos são no montante global de 1846 milhões de euros.
As moratórias foram introduzidas em março de 2020 como medida para minimizar o impacto nas famílias e empresas da crise provocadas pelas medidas adotadas pelo governo no âmbito da epidemia. A medida permitiu ainda travar o aumento do nível de crédito malparado nos bancos.
No final de março último, estavam abrangidos por moratórias empréstimos no valor global de 41,9 mil milhões de euros, uma redução mensal de 3,7 mil milhões de euros.
A descida deveu-se sobretudo ao facto de ter terminado no final de março a moratória da Associação Portuguesa de Bancos. No caso da moratória pública, vence no final de setembro deste ano para a maior parte dos créditos hipotecários abrangidos.
Moratórias fazem disparar reclamações
O Banco de Portugal recebeu quase 20 mil reclamações de clientes bancários em 2020, um aumento de 8,6% face ao ano anterior, devido ao volume de queixas "sobre matérias covid-19", nomeadamente as moratórias no crédito.
O supervisor bancário recebeu cerca de 1638 reclamações por mês por parte de clientes bancários em 2020, segundo o relatório do Banco de Portugal.
"Os clientes bancários apresentaram 19.660 reclamações relativas a matérias sujeitas à supervisão do Banco de Portugal, mais 8,6% do que em 2019. Este aumento ficou a dever-se às reclamações sobre medidas adotadas no contexto da pandemia de covid-19", destaca o supervisor num comunicado sobre o relatório.
Excluindo as reclamações relacionadas com os temas sobre a epidemia, "o número de reclamações teria diminuído 0,6%", adianta o Banco de Portugal.
"Na sequência da sua atuação fiscalizadora (sobre moratórias), emitiu 284 determinações específicas a cem instituições e instaurou dez processos de contraordenação a sete instituições", adianta o supervisor.
No caso das comissões bancárias, o Banco de Portugal executou ações de inspeção em 120 instituições financeiras e detetou irregularidades em 120 por falta de "conformidade do extrato de comissões com as regras definidas".
Nas contas à ordem, das 115 entidades inspecionados, 107 não cumpriam com o exigido ao nível do "conteúdo da informação prestada sobre o serviço" de mudança de conta.
As contas de serviços mínimos bancários (SMB) foi outro dos temas que levou à imposição de medidas junto de bancos por parte do Banco de Portugal. Entre as situações que o supervisor detetou, constatou-se que bancos limitavam o acesso a outros produtos e serviços financeiros por parte do titular daquele tipo de conta, "tendo-se exigido a 79 instituições que deixassem de limitar o acesso dos titulares de contas de SMB a produtos e serviços como, por exemplo, o cartão de crédito e o MBway".
Segundo o relatório, "as reclamações sobre matérias associadas a depósitos bancários, crédito aos consumidores e crédito à habitação e hipotecário - as três matérias mais reclamadas pela importância relativa destes contratos para os clientes - aumentaram em relação a 2019, quer em termos absolutos quer quando ponderadas pelo número de contratos".
Por cada cem mil contratos, o número de reclamações cresceu de 32 para 34, no caso das contas de depósito, de 36 para 40, no crédito aos consumidores e de cem para 119, no crédito à habitação e hipotecário.
Contas low cost aumentam
O relatório Banco de Portugal revela ainda que a adesão a contas bancárias de custo reduzido disparou 25% em 2020, contabilizando-se a existência de mais de 129 mil destas contas em Portugal no final de dezembro passado. Trata-se de um aumento de 25.958 contas de serviços mínimos bancários face ao final de 2019. "Foram constituídas 30.073 contas de SMB, das quais 22.479 resultaram da conversão de uma conta de depósito à ordem já existente na instituição numa conta de SMB e 7.594 da abertura de nova conta de SMB", refere o documento.
O supervisor avança ainda que em 2020 foram encerradas 4115 contas de SMB, sendo que destas, 79,3% foram fechadas por iniciativa do cliente e 852 por iniciativa do banco. "Os motivos que levaram ao encerramento da conta de SMB pela instituição deveram-se, sobretudo, à detenção pelo titular de outras contas de depósito à ordem, à inexistência de movimentos na conta nos últimos 24 meses ou ao facto de o titular ter deixado de ser residente legal na União Europeia", explica o relatório.
O Banco de Portugal detetou, em ações de inspeção a 80 instituições financeiras, que todas falhavam o cumprimento de regras, incluindo no respeito pelo limite máximo de cobrança de comissões e encargos.
"Foram detetadas nas 80 instituições situações em que a abertura de conta de SMB ou a conversão de conta de depósito à ordem em conta de SMB foi recusada com fundamento em motivos não previstos na lei e em que não foi assegurada a comunicação formal aos clientes sobre o motivo para a recusa de acesso à conta de SMB", aponta o relatório.
O supervisor detetou ainda "nas 80 instituições situações de cobrança indevida de comissões pela utilização de serviços incluídos na conta de SMB, como sejam a disponibilização de cartão de débito, levantamentos de numerário ao balcão ou depósitos de moeda metálica".
7.8.19
Cidade sueca obriga mendigos a tirar licença para pedir na rua
in Público on-line
Esquiltuna, a oeste de Estocolmo, é a primeira cidade sueca a introduzir uma taxa para quem praticam a mendicidade. O objectivo confesso é “dificultar” a vida a quem vive de pedir dinheiro”.
As pessoas que forem descobertas a pedir dinheiro sem licença podem ter de pagar uma multa até 272 euros PP PAULO PIMENTA
A partir de 1 de Agosto, a cidade sueca de Esquiltuna exige aos mendigos que obtenham uma licença oficial de 23 euros, aproximadamente, antes de poderem exercer a mendicidade. A licença é válida por três meses e pode ser obtida através do preenchimento de um formulário numa esquadra. Para o efeito, será necessário mostrar um documento de identidade válido. Se alguém for apanhado a pedir sem licença pode ter de pagar uma multa até 272 euros.
Acorda, vem ver a Lua: a mensagem de esperança de um fotógrafo para um menino cigano
Jimmy Jansson, vereador social-democrata, assumiu que esta nova regra pretende diminuir a mendicidade. “Estamos a tornar o processo mais burocrático e difícil”, declarou a jornais suecos, citados pelo Guardian britânico. Críticos desta medida dizem, no entanto, que legitima a mendicidade, e deixa ainda mais vulneráveis as pessoas que já se vêem reduzidas a pedir nas ruas para sobreviver, muitas delas ciganos vindos de outros países, como a Roménia e a Bulgária.
“A pobreza, a desigualdade, a discriminação vão fazer explodir os paióis”
Grupos criminosos podem pagar pela licença e depois exigir pagamentos com juros exorbitantes, como acontece noutros casos de redes de prostituição e mendicidade, disse Tomas Lindroos, de um grupo de uma organização de apoio aos mais necessitados de Esquiltuna, citado pelo Guardian.
Jimmy Jansson defendeu, em declarações ao ao jornal Aftonbladet a abordagem da autarquia local. “Não se trata de importunar pessoas vulneráveis, mas de tentar resolver a questão maior: a mendicidade”, explicou. “Há muitas críticas às tentativas de regular a mendicidade, mas não ao facto de as pessoas serem forçadas a pedir dinheiro”, defendeu.
A introdução deste pagamento prévio surge alguns meses depois de várias cidades suecas terem proibido a mendicidade.
Esquiltuna, a oeste de Estocolmo, é a primeira cidade sueca a introduzir uma taxa para quem praticam a mendicidade. O objectivo confesso é “dificultar” a vida a quem vive de pedir dinheiro”.
As pessoas que forem descobertas a pedir dinheiro sem licença podem ter de pagar uma multa até 272 euros PP PAULO PIMENTA
A partir de 1 de Agosto, a cidade sueca de Esquiltuna exige aos mendigos que obtenham uma licença oficial de 23 euros, aproximadamente, antes de poderem exercer a mendicidade. A licença é válida por três meses e pode ser obtida através do preenchimento de um formulário numa esquadra. Para o efeito, será necessário mostrar um documento de identidade válido. Se alguém for apanhado a pedir sem licença pode ter de pagar uma multa até 272 euros.
Acorda, vem ver a Lua: a mensagem de esperança de um fotógrafo para um menino cigano
Jimmy Jansson, vereador social-democrata, assumiu que esta nova regra pretende diminuir a mendicidade. “Estamos a tornar o processo mais burocrático e difícil”, declarou a jornais suecos, citados pelo Guardian britânico. Críticos desta medida dizem, no entanto, que legitima a mendicidade, e deixa ainda mais vulneráveis as pessoas que já se vêem reduzidas a pedir nas ruas para sobreviver, muitas delas ciganos vindos de outros países, como a Roménia e a Bulgária.
“A pobreza, a desigualdade, a discriminação vão fazer explodir os paióis”
Grupos criminosos podem pagar pela licença e depois exigir pagamentos com juros exorbitantes, como acontece noutros casos de redes de prostituição e mendicidade, disse Tomas Lindroos, de um grupo de uma organização de apoio aos mais necessitados de Esquiltuna, citado pelo Guardian.
Jimmy Jansson defendeu, em declarações ao ao jornal Aftonbladet a abordagem da autarquia local. “Não se trata de importunar pessoas vulneráveis, mas de tentar resolver a questão maior: a mendicidade”, explicou. “Há muitas críticas às tentativas de regular a mendicidade, mas não ao facto de as pessoas serem forçadas a pedir dinheiro”, defendeu.
A introdução deste pagamento prévio surge alguns meses depois de várias cidades suecas terem proibido a mendicidade.
24.7.19
Travagem no emprego enfraquece capacidade salarial dos portugueses
Luís Reis Ribeiro, in DN
"O desempenho da indústria portuguesa está a sofrer com a menor procura externa", avisa a Comissão Europeia.
O "recente abrandamento" na criação de emprego em Portugal está a fazer que o crescimento dos salários esteja a ter um impacto abaixo do esperado na retoma da economia, constata a Comissão Europeia, nas novas previsões intercalares de verão, divulgadas nesta quarta-feira.
Dito de outra forma, "o crescimento dos salários é mais elevado do que a inflação [um indicador de que o poder de compra está a subir], mas o seu impacto na procura agregada é parcialmente contrariado pelo recente abrandamento na criação de emprego".
Ou seja, havia receios de que o crescimento mais rápido dos salários pudesse alimentar muito o consumo privado, levantando dúvidas quanto ao risco de agravamento do défice externo da economia, por exemplo, pois muito do consumo é feito em bens e serviços importados. Aparentemente, Bruxelas mostra-se agora menos inquieta. De facto, o crescimento do emprego tem vindo a sofrer uma travagem a fundo desde meados de 2017.
No caso do grupo dos trabalhadores por conta de outrem (quase 4,1 milhões de pessoas, o grupo mais importante do mercado laboral), o ritmo de expansão do emprego estava nos 4,6% no terceiro e quarto trimestres de 2017, tendo afundado para uns meros 0,8% no primeiro trimestre deste ano, indica o INE. É o registo mais fraco desde meados de 2013, mas, nessa altura, Portugal estava numa grave crise e submetido ao programa de ajustamento da troika.
Aumentos, mas fracos
Este enfraquecimento no ritmo do emprego dilui assim a importância dos aumentos salariais que, segundo a Comissão Europeia, podem estar a acontecer acima do nível da inflação (mais poder de compra). No entanto, os aumentos salariais em Portugal continuam a ser relativamente fracos quando comparados com os de outros países. Em 2018, o crescimento das compensações (salários brutos) por trabalhador ficou em 2%. A média da zona euro foi 2,2%. Na Alemanha, a maior economia da área da moeda única, o aumento médio chegou a 3%.
No mesmo estudo, Bruxelas chama a atenção para as fragilidades que estão por sanar na economia portuguesa, reiterando que, no futuro próximo, os riscos são sempre mais negativos do que positivos. A Comissão manteve a previsão de crescimento que tinha na primavera (1,7% neste ano), abaixo do valor esperado pelo governo (1,9%) e bastante abaixo dos 2,2% que servem de base para o Orçamento do Estado deste ano.
"Prevê-se que o crescimento do PIB diminua marginalmente ao longo do horizonte de previsão, refletindo principalmente um ambiente externo menos favorável. O crescimento do consumo privado também deve enfraquecer, enquanto o investimento deve acelerar, mantido pelo ciclo de absorção dos fundos da União Europeia."
No entanto, "os riscos para as perspetivas económicas do país permanecem no lado negativo, refletindo o recente aumento na volatilidade da produção industrial e do saldo de comércio exterior do país".
A questão, alerta, é que Portugal (tal como muitos outros países europeus) já está a sofrer com a crise comercial global, o que também ajuda a explicar o abrandamento no emprego já que os empresários podem estar a adiar ou a redimensionar investimentos à luz desta incerteza.
Se por um lado, "o setor dos serviços, sobretudo o turismo, continua a sustentar o crescimento", "o desempenho da indústria portuguesa está a sofrer com a menor procura externa", defende Bruxelas.
"O desempenho da indústria portuguesa está a sofrer com a menor procura externa", avisa a Comissão Europeia.
O "recente abrandamento" na criação de emprego em Portugal está a fazer que o crescimento dos salários esteja a ter um impacto abaixo do esperado na retoma da economia, constata a Comissão Europeia, nas novas previsões intercalares de verão, divulgadas nesta quarta-feira.
Dito de outra forma, "o crescimento dos salários é mais elevado do que a inflação [um indicador de que o poder de compra está a subir], mas o seu impacto na procura agregada é parcialmente contrariado pelo recente abrandamento na criação de emprego".
Ou seja, havia receios de que o crescimento mais rápido dos salários pudesse alimentar muito o consumo privado, levantando dúvidas quanto ao risco de agravamento do défice externo da economia, por exemplo, pois muito do consumo é feito em bens e serviços importados. Aparentemente, Bruxelas mostra-se agora menos inquieta. De facto, o crescimento do emprego tem vindo a sofrer uma travagem a fundo desde meados de 2017.
No caso do grupo dos trabalhadores por conta de outrem (quase 4,1 milhões de pessoas, o grupo mais importante do mercado laboral), o ritmo de expansão do emprego estava nos 4,6% no terceiro e quarto trimestres de 2017, tendo afundado para uns meros 0,8% no primeiro trimestre deste ano, indica o INE. É o registo mais fraco desde meados de 2013, mas, nessa altura, Portugal estava numa grave crise e submetido ao programa de ajustamento da troika.
Aumentos, mas fracos
Este enfraquecimento no ritmo do emprego dilui assim a importância dos aumentos salariais que, segundo a Comissão Europeia, podem estar a acontecer acima do nível da inflação (mais poder de compra). No entanto, os aumentos salariais em Portugal continuam a ser relativamente fracos quando comparados com os de outros países. Em 2018, o crescimento das compensações (salários brutos) por trabalhador ficou em 2%. A média da zona euro foi 2,2%. Na Alemanha, a maior economia da área da moeda única, o aumento médio chegou a 3%.
No mesmo estudo, Bruxelas chama a atenção para as fragilidades que estão por sanar na economia portuguesa, reiterando que, no futuro próximo, os riscos são sempre mais negativos do que positivos. A Comissão manteve a previsão de crescimento que tinha na primavera (1,7% neste ano), abaixo do valor esperado pelo governo (1,9%) e bastante abaixo dos 2,2% que servem de base para o Orçamento do Estado deste ano.
"Prevê-se que o crescimento do PIB diminua marginalmente ao longo do horizonte de previsão, refletindo principalmente um ambiente externo menos favorável. O crescimento do consumo privado também deve enfraquecer, enquanto o investimento deve acelerar, mantido pelo ciclo de absorção dos fundos da União Europeia."
No entanto, "os riscos para as perspetivas económicas do país permanecem no lado negativo, refletindo o recente aumento na volatilidade da produção industrial e do saldo de comércio exterior do país".
A questão, alerta, é que Portugal (tal como muitos outros países europeus) já está a sofrer com a crise comercial global, o que também ajuda a explicar o abrandamento no emprego já que os empresários podem estar a adiar ou a redimensionar investimentos à luz desta incerteza.
Se por um lado, "o setor dos serviços, sobretudo o turismo, continua a sustentar o crescimento", "o desempenho da indústria portuguesa está a sofrer com a menor procura externa", defende Bruxelas.
8.7.15
Portugueses gastam o dobro do que gastavam quando aderiram à CEE
in Jornal de Notícias
Os portugueses gastam atualmente o dobro do dinheiro que gastavam quando Portugal aderiu à CEE, em 1986, conclui um estudo sobre a evolução do "Portugal Europeu" nas últimas três décadas.
Portugueses gastam o dobro do que gastavam quando aderiram à CEE
foto Paulo Spranger/Global Imagens
Consumo 'per capita' escalou ininterruptamente do mínimo de 1986 ao máximo de 2008
"Sem o resvalar da crise de 2003, o consumo 'per capita' escalou ininterruptamente do mínimo de 1986 ao máximo de 2008", nota o relatório, encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, que é apresentado esta quarta-feira.
O Portugal Europeu passou de uma conjuntura "marcada por pressões inflacionistas", com os preços a subirem 13% em 1986, para uma situação marcada pelas pressões deflacionistas, com os preços a subirem em média 0,5% entre 2008 e 2013.
Ainda assim "o nível geral de preços em Portugal é 14% inferior ao padrão médio europeu", destaca o estudo, apontando o elevado nível geral de preços que se verifica nos países nórdicos, com a Dinamarca (40% acima da média europeia).
A educação foi o setor onde mais se sentiu a subida de preços entre 1986 e 2013, mas é igualmente a atividade em que o nível de preços está mais distante do padrão europeu, distância que se vem acentuando desde 1999.
Pelo contrário, as comunicações, que registaram a menor subida de preços, são a única classe de serviços em que o preço está acima do padrão europeu.
O estudo salienta ainda que os preços dos restaurantes e hotéis, que se encontravam, em 2013, 25% abaixo do padrão europeu.
Em 2013, o consumo de bens alimentares manteve-se próximo do pico de 2010, mas o consumo de bens correntes e serviços recuou dez anos, enquanto o consumo de bens duradouros não chegava a dois terços do volume de 2007/2008.
Portugueses mais atentos na hora de comprar
"Os ajustamentos em baixa no emprego, nas componentes do ganho para além do salário base, e nas pensões de reforma e, em alta nos impostos, geraram uma nova relação de incerteza com o rendimento que mudou o consumidor português em anos recentes", lê-se no documento.
Os portugueses, acrescenta o estudo "Três décadas de Portugal Europeu", estão agora mais predispostos a "fazer em casa", alugar, partilhar, reutilizar ou trocar, mais atentos às promoções e valorizam mais os produtos nacionais, ou seja, estão mais atentos "à eficácia das compras do que ao nível da despesa".
Estimulado pelo consumo privado, que absorveu sete em cada dez euros de riqueza criada, o PIB português cresceu 76% desde 1986.
Com um modelo de crescimento assente no consumo privado e bastante dependente do financiamento bancário e das importações de bens e serviços, Portugal, que foi entre 1986 e 1994 o país da União Europeia que mais cresceu pela procura interna, tornou-se o quarto país com um contributo mais negativo no que diz respeito a este indicador entre 2007 e 2013.
Depois de ter registado sucessivos défices externos, que atingiram um máximo histórico em 2008, com um valor superior a 11% do PIB, "a relação económica de Portugal com o resto do mundo sofreu uma profunda alteração nos últimos anos".
O estudo realça, no entanto, que o défice externo sofreu um processo de correção sob o impacto da crise económica e financeira e do programa de resgate obtendo o primeiro saldo externo positivo em 2013 (1,3%).
Ainda assim, Portugal "permanece numa posição bastante vulnerável, sobretudo pela acumulação de um nível de dívida externa dificilmente sustentável, para além do montante de juros que é anualmente subtraído à riqueza nacional, expondo a estabilidade financeira à volatilidade dos fluxos internacionais de capital".
Em 2013, Portugal continuava entre os Estados-membros mais endividados.
Os portugueses gastam atualmente o dobro do dinheiro que gastavam quando Portugal aderiu à CEE, em 1986, conclui um estudo sobre a evolução do "Portugal Europeu" nas últimas três décadas.
Portugueses gastam o dobro do que gastavam quando aderiram à CEE
foto Paulo Spranger/Global Imagens
Consumo 'per capita' escalou ininterruptamente do mínimo de 1986 ao máximo de 2008
"Sem o resvalar da crise de 2003, o consumo 'per capita' escalou ininterruptamente do mínimo de 1986 ao máximo de 2008", nota o relatório, encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, que é apresentado esta quarta-feira.
O Portugal Europeu passou de uma conjuntura "marcada por pressões inflacionistas", com os preços a subirem 13% em 1986, para uma situação marcada pelas pressões deflacionistas, com os preços a subirem em média 0,5% entre 2008 e 2013.
Ainda assim "o nível geral de preços em Portugal é 14% inferior ao padrão médio europeu", destaca o estudo, apontando o elevado nível geral de preços que se verifica nos países nórdicos, com a Dinamarca (40% acima da média europeia).
A educação foi o setor onde mais se sentiu a subida de preços entre 1986 e 2013, mas é igualmente a atividade em que o nível de preços está mais distante do padrão europeu, distância que se vem acentuando desde 1999.
Pelo contrário, as comunicações, que registaram a menor subida de preços, são a única classe de serviços em que o preço está acima do padrão europeu.
O estudo salienta ainda que os preços dos restaurantes e hotéis, que se encontravam, em 2013, 25% abaixo do padrão europeu.
Em 2013, o consumo de bens alimentares manteve-se próximo do pico de 2010, mas o consumo de bens correntes e serviços recuou dez anos, enquanto o consumo de bens duradouros não chegava a dois terços do volume de 2007/2008.
Portugueses mais atentos na hora de comprar
"Os ajustamentos em baixa no emprego, nas componentes do ganho para além do salário base, e nas pensões de reforma e, em alta nos impostos, geraram uma nova relação de incerteza com o rendimento que mudou o consumidor português em anos recentes", lê-se no documento.
Os portugueses, acrescenta o estudo "Três décadas de Portugal Europeu", estão agora mais predispostos a "fazer em casa", alugar, partilhar, reutilizar ou trocar, mais atentos às promoções e valorizam mais os produtos nacionais, ou seja, estão mais atentos "à eficácia das compras do que ao nível da despesa".
Estimulado pelo consumo privado, que absorveu sete em cada dez euros de riqueza criada, o PIB português cresceu 76% desde 1986.
Com um modelo de crescimento assente no consumo privado e bastante dependente do financiamento bancário e das importações de bens e serviços, Portugal, que foi entre 1986 e 1994 o país da União Europeia que mais cresceu pela procura interna, tornou-se o quarto país com um contributo mais negativo no que diz respeito a este indicador entre 2007 e 2013.
Depois de ter registado sucessivos défices externos, que atingiram um máximo histórico em 2008, com um valor superior a 11% do PIB, "a relação económica de Portugal com o resto do mundo sofreu uma profunda alteração nos últimos anos".
O estudo realça, no entanto, que o défice externo sofreu um processo de correção sob o impacto da crise económica e financeira e do programa de resgate obtendo o primeiro saldo externo positivo em 2013 (1,3%).
Ainda assim, Portugal "permanece numa posição bastante vulnerável, sobretudo pela acumulação de um nível de dívida externa dificilmente sustentável, para além do montante de juros que é anualmente subtraído à riqueza nacional, expondo a estabilidade financeira à volatilidade dos fluxos internacionais de capital".
Em 2013, Portugal continuava entre os Estados-membros mais endividados.
26.7.13
Papa Francisco diz que o dinheiro pode trazer falsa ilusão de felicidade
in Jornal de Notícias
O Papa Francisco pediu aos jovens para terem "Cristo nas suas vidas" e advertiu sobre o poder do dinheiro, que domina as pessoas, embriaga e cria uma falsa ilusão de felicidade.
"Ter dinheiro, o poder pode oferecer um momento de embriaguez, a ilusão de serem felizes, mas no final, acaba por nos dominar e levar-nos a querer ter cada vez mais e nunca estarmos satisfeitos", declarou o Papa durante a cerimónia de acolhimento aos jovens da 28ª Jornada Mundial da Juventude, na praia de Copacabana, que decorre no Rio de Janeiro até domingo.
"Coloquem Cristo na vossa vida, depositem a vossa confiança nele e não terão deceções", sublinhou, diante de centenas de milhares de jovens de 190 países, que saudaram efusivamente o Papa.
Francisco assegurou que a fé opera na vida dos homens uma revolução "de Copérnico", porque leva-os para longe do centro e coloca Deus naquele lugar.
"A fé é revolucionária. A fé inunda-nos com o seu amor, que nos dá segurança, força, esperança. Aparentemente não muda nada, mas, no nosso íntimo, tudo muda", referiu.
O Papa também apelou às pessoas para não terem medo de pedir perdão a Deus: "Ele não se cansa nunca de perdoar-nos, como um pai que nos ama. Deus é pura misericórdia".
A organização da Jornada Mundial da Juventude confirmou que a vigília e a missa de encerramento serão transferidas de Guaratiba para a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, devido a problemas causados pela chuva.
Os dois eventos, que decorrem no sábado e no domingo com a presença do papa Francisco, seriam realizados no Campus Fidei, em Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde já estava montado um palco, mas, segundo os organizadores, o local está com muita lama devido às chuvas que atingem o Rio de Janeiro desde terça-feira.
O Papa Francisco pediu aos jovens para terem "Cristo nas suas vidas" e advertiu sobre o poder do dinheiro, que domina as pessoas, embriaga e cria uma falsa ilusão de felicidade.
"Ter dinheiro, o poder pode oferecer um momento de embriaguez, a ilusão de serem felizes, mas no final, acaba por nos dominar e levar-nos a querer ter cada vez mais e nunca estarmos satisfeitos", declarou o Papa durante a cerimónia de acolhimento aos jovens da 28ª Jornada Mundial da Juventude, na praia de Copacabana, que decorre no Rio de Janeiro até domingo.
"Coloquem Cristo na vossa vida, depositem a vossa confiança nele e não terão deceções", sublinhou, diante de centenas de milhares de jovens de 190 países, que saudaram efusivamente o Papa.
Francisco assegurou que a fé opera na vida dos homens uma revolução "de Copérnico", porque leva-os para longe do centro e coloca Deus naquele lugar.
"A fé é revolucionária. A fé inunda-nos com o seu amor, que nos dá segurança, força, esperança. Aparentemente não muda nada, mas, no nosso íntimo, tudo muda", referiu.
O Papa também apelou às pessoas para não terem medo de pedir perdão a Deus: "Ele não se cansa nunca de perdoar-nos, como um pai que nos ama. Deus é pura misericórdia".
A organização da Jornada Mundial da Juventude confirmou que a vigília e a missa de encerramento serão transferidas de Guaratiba para a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, devido a problemas causados pela chuva.
Os dois eventos, que decorrem no sábado e no domingo com a presença do papa Francisco, seriam realizados no Campus Fidei, em Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde já estava montado um palco, mas, segundo os organizadores, o local está com muita lama devido às chuvas que atingem o Rio de Janeiro desde terça-feira.
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