28.10.07

Absentismo dos alunos preocupa sindicatos

Filomena Fontes, in Jornal Público

FNE e Fenprof tomam posição sobre novo estatuto do aluno na próxima semana


A O insucesso e o abandono escolar exigem uma resposta multidisciplinar que a escola, só por si, não pode resolver. Em síntese, esta é, para já, a posição dos dois maiores sindicatos de professores sobre o novo Estatuto do Aluno do Ensino Básico e Secundário, aprovado pelo PS em sede de comissão parlamentar da Educação e que mereceu a rejeição em bloco dos partidos da oposição.

Mas quer a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), quer a Fenprof adiam para a próxima semana uma posição oficial sobre este assunto.

No cerne da polémica estão duas alterações introduzidas pelos socialistas à proposta inicial do Governo relativas ao novo regime de faltas. Na prática, os alunos não reprovam, nem ficam impedidos de frequentar no respectivo ano lectivo as disciplinas em que excederam o limite de faltas, independentemente de serem justificadas ou não. Nestes casos, a escola deve realizar uma prova de recuperação, que se repetirá sempre que o aluno volte a incorrer na mesma situação. Mas nada se prevê para os casos em que os alunos, faltando reiteradamente, não prestem essa prova.

"É uma proposta curta. Não é só em sede do Estatuto do Aluno que se resolve a questão do absentismo e de alguma indisciplina que existe nas escolas", considera Arminda Bragança, da comissão executiva da FNE, advertindo para a necessidade da criação de equipas multidisciplinares que possam dar uma resposta integrada aos problemas do abandono e do insucesso escolares.

O presidente da Fenprof, Mário Nogueira, admite existir o risco de se estar, involuntariamente, "a beneficiar uma situação de absentismo e de abandono em detrimento dos alunos assíduos".