31.3.10

Corrida aos medicamentos, electrodomésticos e livros

Catarina Craveiro, in Jornal de Notíicas

Barómetro da APED indica que as vendas no comércio alimentar cresceram apenas 1%


Mesmo em tempo de crise, os portugueses não abdicam de certos hábitos de consumo. Medicamentos sem receita médica, pequenos electrodomésticos e produtos de entretenimento são os mais vendidos. No comércio alimentar, as vendas subiram apenas 1%.

De acordo com o 1.º Barómetro de Vendas da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) apresentado ontem, as vendas de medicamentos não sujeitos a receita médica foram as que mais cresceram no ano passado. As vendas atingiram os 342 milhões de euros, mais 8% face a 2008. As parafarmácias da distribuição moderna (nos centros comerciais ou hipermercados) foram as que mais cresceram (35%), enquanto que nas farmácias a venda daqueles medicamentos foi de 5% e nas parafarmácias de rua o aumento foi de 19%. A contribuir para este resultado esteve a redução do preço médio dos medicamentos. O mesmo cabaz de medicamentos sem receita médica custava, no final de 2009, 5,52 euros nas parafarmácias de distribuição moderna, contra os 6,24 euros nas farmácias tradicionais.

O mercado de entretenimento ocupa o segundo lugar nas preferências dos consumidores, com um crescimento do 6,6% das vendas. O volume de vendas alcançou os 424 milhões de euros, com os livros a contribuírem com 168 milhões (mais 7%). Seguem-se as consolas e o software.

Também os pequenos electrodomésticos continuaram a ser uma prioridade para as famílias portuguesas. Este mercado registou uma facturação de 260 milhões de euros no ano passado, mais 6,4% que o ocorrido em 2008. Os produtos com maior volume de vendas foram as máquinas de café, ferros de engomar e aspiradores.

As subidas destes sectores contratam com o mercado total de produtos não alimentares, que caiu 4%. A pressionar estiveram, sobretudo, as telecomunicações, os bens de equipamento, a electrónica de consumo e a Informática.

Mesmo em tempo de crise os portugueses não abdicam de certos hábitos de consumo. Mas como a carteira não é elástica, há que fazer cedências. No ano passado, as vendas de produtos alimentares subiram apenas 1%. A APED justifica esta desaceleração com a quebra registada no índice de preços dos produtos alimentares (menos 3,4% em 2009 relativamente a 2008, segundo o INE). De destacar o sector perecíveis, que registou um crescimento da facturação de 4%. Em termos globais, o volume de vendas agregado do mercado de retalho alimentar e não alimentar foi de 17.253 milhões de euros, um decréscimo de 1% das vendas.