26.3.10

Situações da Grécia e de Portugal não são comparáveis

in Jornal de Notícias

O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, assegurou, ontem, que os mercados financeiros têm conhecimento de que as situações dos dois países são distintas.

"As situações não são de todo comparáveis e os mercados sabem disso e dar-se-ão conta ainda mais nos próximos dias", disse Rompuy, no final do primeiro dia do Conselho Europeu de Bruxelas e poucas horas após o acordo que estabeleceu um mecanismo de ajudas bilaterais da zona Euro à Grécia, paralelamente a um apoio do Fundo Monetário Internacional.

Foi assim que Herman Van Rompuy respondeu a uma pergunta sobre se Portugal poderia ser o próximo país a beneficiar de um mecanismo semelhante ao desenhado para apoiar financeiramente a Grécia. "É preciso comparar o que se pode comparar", declarou Herman Van Rompuy, sublinhando que "as situações são muito diferentes".

O presidente do Banco Central Europeu saudou o plano da União Europeia para ajudar a Grécia e afastou-se das críticas iniciais que fez relativamente à intervenção do FMI na operação. "Trata-se de uma situação complexa", disse Jean-Claude Trichet aos jornalistas em Bruxelas, após o acordo que prevê o apoio financeiro à Grécia, suportado a um terço pelo FMI e dois terços pelos países membros.

"Estou extraordinariamente satisfeito que os governos da Zona Euro tenham encontrado uma solução para o problema", disse. Recorde-se que, inicialmente, Trichet defendeu que o FMI não deveria intervir no plano de ajudas à Grécia , porque tal poderia indiciar que a Europa não tinha capacidade para resolver os seus próprios problemas.

O apoio financeiro decidido, ontem, em Bruxelas permitirá à Grécia reduzir o valor da dívida pública, que chega aos 300 mil milhões de euros. Já este ano, o país precisa de 55 mil milhões emprestados, 22 mil milhões dos quais até ao final do próximo mês.