26.3.10

Tráfico de droga é a maior preocupação de segurança

Carlos Varela, in Jornal de Notícias

O tráfico de droga é a maior preocupação de segurança dos portugueses, conclui o estudo de um investigador do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa apresentado, hoje, sexta-feira, em Lisboa. O trabalho aponta ainda o “aumento de polícias na rua” como a principal necessidade sentida em Portugal a este nível.

O trabalho, realizado por Paulo Pereira de Almeida, envolveu quase nove mil inquéritos feitos em todo o país, e pretendeu fazer uma análise aprofundada das questões de segurança em Portugal. A apresentação decorreu nas Jornadas de Segurança organizadas pelo Ministério da Administração Interna no âmbito da apresentação do Relatório de Segurança Interna, ontem aprovado em Conselho de Ministros.

O estudo conclui que 70,5% dos inquiridos sentem-se seguros na zona onde residem, um número diferente quando a pergunta diz respeito à situação nacional: 41,6% sentem-se inseguros em Portugal.

Numa escala de um a quatro, o tráfico de droga surge como a principal preocupação de segurança dos portugueses (com um índice 3,65), seguido do roubo de veículos (3,55), do furto em estabelecimentos comerciais (3,54), dos roubos (3,54) e dos assaltos a estabelecimentos comerciais (3,53).

Já quanto às necessidades sentidas pelos portugueses ao nível da segurança, a principal questão é o aumento de polícias nas ruas (com um índice 3,39), o aumento do controlo de fiscalização das armas (3,34), o aumento das acções policiais (3,31), a recuperação dos espaços degradados (3,27) e o aumento do patrulhamento (3,21).

Procurando ainda fazer uma análise do que é conhecido como as ?cifras negras?, ou seja, os números relativos aos crimes que não são reportados às autoridades e que por isso não entram nas estatísticas, o estudo concluiu, por exemplo, que apenas 13,2% das pessoas a quem foi roubado o telemóvel apresentaram queixa. No caso de furto por carteirista, esse valor é de 31,9%, subindo para 84,4% quando se tratam de furtos em estabelecimentos comerciais. No caso de furtos de viaturas, apenas 65% apresentaram queixa.