25.3.10

Porto e Viseu com mais criminalidade

Carlos Varela, in Jornal de Notícias

O ministro da Administração Interna veio ontem a público anunciar uma redução geral da criminalidade, mas em que são excepção os distritos do Porto e de Viseu. Em contrapartida, o juiz-conselheiro Mário Mendes reconheceu que há mais violência gratuita.

O dados, ontem anunciados, por Rui Pereira e Mário Mendes, fazem parte do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), relativo a 2009, que hoje será publicitado integralmente. Na criminalidade geral, a descida é de apenas 1,6%, entre 2008 e 2009. No mesmo período, o crime violento e grave baixou 0,6%, valor que, no entanto, ganha expressão quando neste período se tinha registado um aumento neste item de 10,8%, relativamente a 2007.

Grande surpresa acaba por ser a situação nos distritos do Porto e em Viseu, onde a criminalidade não apresenta tendência para descer. Os dados referentes ao Porto acabam por ter maior significado, uma vez que, juntamente com Lisboa e Setúbal, o distrito concentra mais de 90% de toda a criminalidade registada no país. No distrito de Setúbal, registou-se uma descida de 7,6%, em Aveiro de 6,1% e em Lisboa de 1,9%.

O porquê deste fenómeno no Norte ainda não é conhecido e Rui Pereira adiantou que estão a ser preparados estudos entre as forças policiais para avaliar as razões que conduzem os dois distritos a escapar à regra que se está a verificar no resto do país.

Para já, o Governo dá conta de que a criminalidade violenta e grave desceu 0,6%, com mais destaque para o roubo a postos de abastecimento de combustível (-28,5%), roubo a bancos (-13,9%), roubo por esticão (-6,5%), ofensa à integridade física (-5%) e homicídios (-0,6%). Nos furtos em residências, por seu turno, houve uma redução de 12,2% e de 10,8% nos furtos de veículos motorizados.

Mário Mendes, secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, adiantou, por seu turno, que se verifica uma subida no campos dos crimes de violência doméstica. No entanto, defendeu que o aumento deriva da actividade directa das forças policiais.

Mário Mendes salientou, ainda, que o crime violento e grave desceu estatisticamente, mas constata-se a existência de mais violência na prática dos crimes, muitas vezes gratuita.