25.3.10

Norte garantiu maior fatia das linhas de crédito

Catarina Craveiro, in Jornal de Notícias

As quatro linhas PME Investe lançadas pelo Governo financiaram pequenas e médias empresas e sectores exportadores em 5 mil milhões de euros. Desde 2008, 42% deste montante teve como destino o Norte. Ontem, foi lançada uma quinta linha.

Criadas com o intuito de serem instrumentos de facilitação do crédito bancário às pequenas e médias empresas (PME) e às empresas exportadoras de todas as dimensões, as linhas PME Investe disponibilizaram, em dois anos, cinco mil milhões de euros. Deste montante, 42% do financiamento foi distribuído pelo Norte e 31% pelo Centro. Lisboa garantiu apenas 19%, Alentejo (5%) e Algarve (3%) ficaram com as fatias menores, avançou ao JN Luís Filipe Costa, presidente do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI).

Das 41 mil empresas apoiadas, que implicam um volume de emprego na ordem dos 560 mil trabalhadores, 41% integram o sector da indústria e 27% pertencem ao comércio. Construção, Serviço e Turismo ocupam 9% das empresas que procuraram apoio nas linhas de crédito. Desde a criação da primeira linha, em Junho de 2008, foram realizadas 53 mil operações de crédito.

Mais empresas poderão recorrer os estes apoios, pois o Governo não só lançou, ontem, a PME Investe V, como alargou os apoios à internacionalização e a possibilidade de mesmo empresas com dívidas ao Fisco e à Segurança Social acederem ao crédito. A linha tem uma dotação inicial de 750 milhões de euros, podendo até ao final do ano ser extensível até dois mil milhões de euros. Do total, 250 milhões de euros são para as micro e pequenas empresas. O presidente do IAPMEI estima que a nova linha venha a apoiar entre 30 a 40 mil empresas.

A nova linha permite que empresas com necessidade de regularização de dívidas possam utilizar até 30% do empréstimo para liquidar dívidas contraídas junto da banca. O ministro da Economia garantiu que o lançamento da PME Investe V não foi com o "objectivo de o Estado recuperar essas dívidas", mas apoiar as empresas que "nesta situação de crise tenham deixado de conseguir cumprir com as suas obrigações", afirmou Vieira da Silva à margem da assinatura do protocolo.

A quinta linha permite que a garantia do capital em dívida pelas Sociedades de Garantia Mútua seja majorada para 65% do capital em dívida, em operações realizadas por empresas que não tenham beneficiado de qualquer operação em anteriores edições da PME Investe. O prazo das operações vai aumentar em um ano e inclui a locação financeira imobiliária e locação financeira de equipamentos. O acesso à linha é alargado, pela primeira vez, aos Açores e Madeira.