in Dinheiro Digital
Mais de 70% da população mundial carece de segurança social adequada, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A tendência nos países emergentes é aumentar aqueles benefícios à população, enquanto nos países ricos, nomeadamente na União Europeia, os cortes já contribuíram para o aumento da pobreza, que agora afecta 123 milhões de pessoas.
Os benefícios incluem seguro-saúde, seguro-desemprego, licença maternidade, cobertura para acidentes de trabalho e previdência.
Ao lançar um relatório sobre o tema, a OIT lembra que políticas de protecção social são chave para reduzir a pobreza e a desigualdade, além de estimular o crescimento.
A nível global, os governos alocam apenas 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para benefícios às crianças e às famílias, como saúde e educação.
Na Europa Ocidental, os gastos ascendem a 2,2%, enquanto na África é de 0,2%.
Quase metade dos trabalhadores em idade de aposentadoria não está coberta por este benefício.
Por outro lado, 39% da população mundial não têm qualquer seguro de saúde, um número que ascende a 90% nos países de baixo rendimento.
Além do Brasil, a OIT destaca que outros países de rendimento médio estão a ampliar os respectivos sistemas de protecção social, nomeadamente a China, que está próxima de atingir cobertura universal de previdência e já aumentou de forma significativa o salário mínimo.
Países de baixos rendimentos, como Moçambique, também aumentaram a protecção social, ainda que em níveis baixos, mas empenham-se para construir plataformas de protecção social.
Por outro lado, países de rendimentos elevados estão na contramão, reduzindo os respectivos sistemas de protecção social. A União Europeia é citada como exemplo, onde os cortes já contribuíram para o aumento da pobreza, que agora afecta 123 milhões de pessoas.