Isabel Vicente, in Expresso
Pequenos negócios atraem jovens desempregados através de projectos apoiados pelo microcrédito.
A crise e o elevado nível de desemprego levam licenciados a procurar o microcrédito para montar os seus negócios. São essencialmente pessoas que perderam o emprego, de todas as idades, e jovens acabados de sair da universidade quem mais procura uma saída profissional através do recurso ao microcrédito.
Nos dias 19 e 20 vai realizar-se em Lisboa a 11ª Conferência Anual suibordinada ao tema "Emprego: Desafios e Oportunidades para a Microfinança". É a primeira vez que a European Microfinance Network (EMN), uma organização não governamental criada em 2003 e apoiada pela União Europeia, realiza esta conferência em Portugal.
O microcrédito permite, a quem não tem acesso ao crédito por falta de garantias, aceder a um projecto de negócio que é financiado e acompanhado por profissionais da banca.
Tratam-se de pequenos negócios que podem fazer a diferença na vida de quem está desempregado, tem um emprego precário ou simplesmente uma ideia de negócio inovadora. O microcrédito não é barato, tem risco para os bancos, mas pode ser uma solução para quem está sem trabalho.
Faisel Rahman, presidente da EMN, afirmou ao Expresso que "nos últimos anos se têm gerado milhares de empregos em toda a Europa nos países membros da EMN". Qual o impacto social da microfinança é uma das questões a discutir pelos cerca de 300 participantes na conferência a realizar-se no Hotel Sana, em Lisboa. O Millenniumbcp e a Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC) são parceiros da organização EMN.
Partilhar experiências e avaliar qual o impacto do microcrédito na vida dos empreendedores faz parte dos temas a debater na conferência.
Em 15 anos a ANDC apoiou 1786 projectos que envolveram um montente de financiamento na ordem dos 11,4 milhões de euros.
Entre os bancos portugueses que têm estas linhas de créditos estão o BCP, CGD, BES e BPI.