25.6.14

Passos pede iniciativas contra desemprego "insuportavelmente elevado"

in iOnline

Pedro Passos Coelho deixou este desafio numa sessão em que foi apresentado um programa da Nestlé destinado a combater o desemprego dos jovens na Europa

O primeiro-ministro considerou hoje que, embora haja "sinais encorajadores" de diminuição do desemprego dos jovens em Portugal, este continua num nível "insuportavelmente elevado", e pediu às empresas que lancem iniciativas para inverter essa situação.

Pedro Passos Coelho deixou este desafio numa sessão em que foi apresentado um programa da Nestlé destinado a combater o desemprego dos jovens na Europa, que contou com a presença do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e se realizou na Fundação Champalimaud, em Lisboa.

Para além de apelar a que esta iniciativa da Nestlé sirva "de exemplo para que outras iniciativas deste tipo possam multiplicar-se em Portugal", o chefe do executivo PSD/CDS-PP elogiou "o papel que a Comissão Europeia veio desempenhando ao longo destes últimos anos" e cumprimentou de forma "muito amiga" e "agradecida" Durão Barroso.

Estiveram também presentes nesta sessão, da parte do Governo português, o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, e ainda três secretários de Estado.

Na sua intervenção, Passos Coelho defendeu que, "na hora da verdade, são as empresas que têm essa capacidade para criar o emprego, e não o Estado", a quem cabe "promover as reformas que são necessárias" para um "ambiente económico competitivo".

Por outro lado, disse que "é possível" as empresas combinarem "geração de riqueza" com "responsabilidade social".

"Felicito, portanto, uma vez mais, a Nestlé, por esta extraordinária iniciativa, bem como todos os seus parceiros europeus e portugueses, e daqui lanço um desafio a muitas outras empresas em Portugal para que possam seguir este exemplo", reforçou.

Dirigindo-se aos representantes das empresas presentes nesta sessão, o primeiro-ministro acrescentou: "Nós também vivemos disso, vivemos do trabalho de formiguinha que vamos realizado, mas depois também vivemos da dinâmica que com isso conseguimos criar e gerar, e essa dinâmica está muito também nas vossas mãos".

No início do seu discurso, Passos Coelho alegou que em Portugal as "perspetivas de recuperação económica se vão confirmando" e "os esforços que vêm sendo desenvolvidos para atacar o problema do desemprego, e em particular o desemprego jovem, começam também a mostrar sinais encorajadores".

Mais à frente, acrescentou: "Claro que, não obstante isso, nós continuamos a ter um nível de desemprego muito elevado, eu direi insuportavelmente elevado, sobretudo quando atendemos às qualificações dos jovens portugueses hoje e à sua necessidade de poderem ter uma mobilidade muito maior do que aquela que têm conseguido encontrar em termos laborais".

No plano europeu, Passos Coelho sustentou que, nos últimos anos, a Comissão Europeia presidida por Durão Barroso foi "um motor" para que "os países europeus adquirissem mais responsabilidade e pudessem dispor também de novos mecanismos à escala europeia, mecanismos de alerta, mecanismos de correção", deixando-lhe por isso, um agradecimento.