in Agência Financeira
A Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) considera que o Orçamento de Estado (OE) para 2008 esquece o combate ao desemprego e à pobreza.
«Não contém a resposta necessária aos flagelos do desemprego e da pobreza, factores causadores de profunda indignidade humana, privilegiando antes outras prioridades», alegam.
Numa posição crítica à proposta de OE agora em debate, a ACEGE denuncia a insuficiência das políticas públicas de combate ao sofrimento social, considerando que o drama do desemprego se enfrenta através da criação de riqueza e do desenvolvimento económico, o que implica a redução da despesa pública e a libertação de recursos para os agentes criadores de riqueza.
Quanto ao combate à pobreza, a associação sublinha que «reclama políticas sociais avançadas, o que determina a fixação prioridades nos gastos dos dinheiros públicos bem diferentes daquelas que são propostas no OE para 2008».
Sustenta ainda que, perante o esgotamento da capacidade de aplicação de mais impostos às empresas e às pessoas, só a reforma do Estado permitirá libertar meios para combater o sofrimento social. A ACEGE considera que a proposta de OE traduz a incapacidade de o Governo concretizar a desejável reforma do Estado, sem a qual os recursos nacionais, já de si escassos, continuarão, de modo estrutural, a ser desperdiçados e a ser reafectados injustamente.
A proposta de OE é também classificada, pela associação, como um instrumento político injusto, pois privilegia os grupos sociais com maior poder reivindicativo, como o funcionalismo público, em detrimento dos grupos sociais em maior sofrimento, como os pobres e os desempregados.