26.11.07

Chegaram a Tenerife mais 230 imigrantes

in Jornal de Notícias

Fluxo da imigração está em deslocação para este do Mediterrâneo


Chegaram às costas de Tenerife, Espanha, mais 230 imigrantes clandestinos em duas frágeis embarcações. Aumentam as operações de vigilância da Agência Europeia de Fronteiras, mas nada parece impedir que os imigrantes procurem o seu eldorado, mesmo quando as condições meteorológicas são já, nesta altura do ano, muito adversas.

Primeiro foi um "cayuco" com 170 ilegais a bordo que aportou, pelos seus próprios meios, em Los Abrigos. De acordo com as autoridades 15 dos passageiros poderão ser menores de idade. Um dos adultos foi transferido para um centro hospitalar, enquanto os restantes foram conduzidos para a esquadra da Polícia em Playa de las Américas, no município de Arona.

Já de madrugada, um segundo "cayuco", com 50 pessoas bordo, alcançou a costa canária. O barco navegou sob vigilância da embarcação "Conde de Gondomar", do Salvamento Marítimo, e uma patrulha da Guarda Civil. Os ocupantes deste "cayuco" tiveram de ser transferidos para a embarcação do Salvamento Marítimo, devido às más condições do mar, de acordo com fontes da Delegação do Governo nas Canárias. As mesmas fontes adiantam que a embarcação foi avistada por um veleiro francês na sexta-feira passada, a cerca de 300 milhas a sul da ilha de Hierro.

Estes números escapam aos revelados na passada terça-feira, dia em que o Frontex, a Agência Europeia de Fronteiras, deu por concluída a sua primeira missão em águas mediterrâneas espanholas, depois de interceptar, em apenas um mês, 305 imigrantes e 28 embarcações nas costas de Granda, Almeria e Murcia. A "Operação Indalo", que se desenvolveu em colaboração com sete países europeus, Portugal incluído, é a primeira em águas mediterrâneas espanholas, já que as anteriores tiveram lugar no Atlântico, frente às costas da Mauritânia e do Senegal.

A missão do Frontex, um órgão financiado pela União Europeia, começou a 30 de Outubro e terminou no passado dia 29 e tinha por objectivo controlar as fronteiras marítimas desde o sudeste peninsular.

Ikka Laitinen, director da agência, reconhece, que desde que o Frontex entrou em acção, os fluxos da imigração estão a deslocar-se de oeste para este do Mediterrâneo. Daí que centenas de imigrantes que antes tentavam a sua sorte num "cayuco "na Mauritânia ou no Senegal rumo às ilhas Canárias, prefiram agora deslocar-se por terra até à Líbia e ao Egipto e daí dar o salto para a Europa.