Ivete Carneiro, in Jornal de Notícias
As novidades anunciadas para o sector da Saúde no âmbito do Orçamento de Estado para 2008 são, para a CGTP, a prova de que se caminha para um Serviço Nacional de Saúde (SNS) cada vez mais "assistencialista" e cada vez menos universal. E, na tentativa de evitar esse destino, a Central Sindical está a preparar um dossiê estratégico que deverá nortear as suas próximas lutas.
"Não podemos ir só a correr atrás da maternidade ou do SAP que feche. Temos que ter uma visão estratégica" para um sector ameaçado pela "promiscuidade entre público e privado", pela "perda de valências" e pelo "assistencialismo", insurgiu-se ontem a dirigente Maria do Carmo Tavares, num debate sobre o SNS organizado pela União de Sindicatos do Porto.
Para a CGTP, a prova da ameaça está no próprio Orçamento de Estado. "Não há saúde oral em Portugal e agora anunciam-nos que vão dar apoio a crianças, grávidas e idosos. Mas que idosos? Os 58 mil que recebem o complemento solidário. Os mais pobres dos pobres. E um trabalhador com o salário mínimo tem condições para arranjar a boca? e um idoso com a pensão mínima?", questiona Maria do Carmo Tavares, para quem se está perante ataques à universalidade do SNS.