28.11.07

Pobres não colhem qualquer benefício

in Jornal de Notícias

São já os pobres que suportam o maior fardo causado pelas alterações climáticas, afirma o relatório, que anota também o facto de tais impactos passarem despercebidos nos mercados financeiros e nos valores de riqueza expressos pelo Produto Interno Bruto dos países desenvolvidos. As vítimas de secas, inundações e outros fenómenos indutores de mais pobreza, e até de conflitos armados, são também as que menos contribuem para as emissões de gases com efeito de estufa.

Se se desenhar um mapa-Mundo relacionando as emissões com a população, veríamos a desproporção da América do Norte e da Europa face a outras regiões. África, nessa comparação, ficaria reduzida a um continente diminuto. Esta região é que menos acesso tem à electricidade (550 milhões não a têm). Em todo o Mundo, há 1,6 mil milhões de pessoas que nem sequer uma lâmpada podem acender nas suas casas. Só na Índia elas são 500 milhões.

É esta parte da Humanidade já desprovida de bens, comida e conforto que mais sentirá as consequências do aquecimento global. Defende o PNUD que às economias pobres os países ricos devem ajudar com tecnologias limpas, que permitam o seu desenvolvimento. Seu dever será também contribuir para o fim da desflorestação, dado que as florestas ajudam à captura do CO .