por Manuela Pires, in RR
Alunos da educação especial aprendem a cozinhar, a limpar e a cuidar. Este caminho da autonomia é feito desde Abril, através de um projecto específico que ajuda alunos com muitas dificuldades a progredir e a sorrir.
A Escola da Abrigada, em Alenquer, também tem uma casa com dois quartos, sala, cozinha e uma despensa. Aqui, os alunos do ensino especial aprendem a ser autónomos e são preparados para a vida.
A Gabriela tem 13 anos, integra este grupo de alunos com dificuldades cognitivas que os impedem de seguir o normal percurso escolar, têm por isso um currículo específico individual. Ainda soletra quando lê uma receita. A cozinha é o espaço da casa onde passa mais tempo, “ajudo a professora a cozinhar, a ir buscar os ingredientes, a ler a receita e a comer”, confessa com um sorriso.
Este projecto começou em Abril. A professora Cláudia Malandras, responsável pela educação especial do agrupamento de escolas da Abrigada, revela que “ o objectivo é que os jovens sejam pessoas autónomas e isso só se consegue fazendo e não pensando. Este currículo altera as disciplinas e é mais funcional.”
O Nelson tem 16 anos e diz que esta não foi uma boa ideia, mas sim uma ideia de génio, “porque aprendemos a fazer coisas que sozinhos não conseguíamos”.
Tudo o que está na casa foi oferecido por várias empresas e pelos funcionários da escola. Foram os alunos que reciclaram alguns móveis e que colocaram o chão de mosaico nos quartos. Agora, cuidam da casa como se fosse deles.
Este é um caminho que a escola deve apostar, considera a professora Cláudia Malandras: “ Uma criança que está sempre exposta ao insucesso e ao fracasso nunca se sente bem nem na escola, nem consigo própria. Mais do que outra coisa são felizes. É isso que interessa”.