in Jornal de Notícias
As condições de vida da população da Grécia continuaram a degradar-se em 2012, com 19,5% dos gregos com dificuldades em aceder a produtos básicos, um aumento de 4% face a 2011.
Em 2011, um em cada cinco gregos não conseguiu adquirir pelo menos quatro dos nove produtos considerados básicos, onde se incluem a carne, peixe, legumes, fatura de gás, água, eletricidade ou o pagamento da prestação da sua habitação, referiu o Instituto Oficial de Estatísticas (Elstat).
A faixa populacional com maior dificuldade para aceder aos produtos de primeira necessidade situa-se entre os 18 e os 59 anos e com estudos primários, cerca de 34,7%.
Por outro lado, uma das maiores dificuldades da população helénica consiste em garantir o pagamento das faturas de gás, petróleo ou eletricidade para o aquecimento das suas casas.
Neste caso, 47,6% são pessoas que vivem abaixo do nível de pobreza, enquanto 20% são considerados não pobres.
De acordo com os últimos dados do Elstat, 34,6% da população da Grécia vivia em 2012 em risco de pobreza ou exclusão social. Em 2011, situava-se nos 31%.
Um estudo do Instituto do trabalho da Grécia revelou em setembro que o poder de compra dos cidadãos gregos foi reduzido em 41.000 milhões de euros desde a entrada em vigor, há três anos, das medidas de austeridade impostas pela 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).
As previsões para 2014 não são melhores de acordo com o relatório, quando se refere que o poder de compra dos gregos se vai situar nos próximos 12 meses em metade do que garantiam antes do início da crise.
O documento revela ainda que cerca de três milhões de cidadãos gregos (quase 30% da população) estão sem acesso aos serviços de saúde por estarem desempregadas ou em dívida com a Segurança social há mais de um ano.