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20.9.23

Nagorno-Karabakh: Guterres apela ao fim imediato dos combates

Por Lusa, in Expresso

Comunidade internacional preocupada com os conflitos em Nagorno-Karabakh, onde uma ofensiva do Azerbaijão já causou 29 mortos. António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, apelou ao “fim imediato dos combates”
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU) apelou ao "fim imediato dos combates" em Nagorno-Karabakh, onde o Azerbaijão lançou na terça-feira uma nova ofensiva que já causou 29 mortos, suscitando preocupações na comunidade internacional.


Três anos depois de uma guerra que terminou com uma derrota militar da Arménia, o conflito recomeçou na terça-feira, com a França a pedir uma reunião de "emergência" do Conselho de Segurança da ONU face a uma ofensiva "ilegal" e "injustificável" de Baku em Nagorno-Karabakh.

A reunião poderá ter lugar quinta-feira, disseram duas fontes diplomáticas à agência de notícias France-Presse (AFP).

O chefe da ONU, o português António Guterres, apelou, "com toda a veemência, ao fim imediato dos combates (...) e ao cumprimento mais rigoroso do cessar-fogo de 2020 e dos princípios do direito internacional humanitário", segundo um comunicado divulgado na terça-feira à noite pelo seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

A Rússia também apelou, na manhã de quarta-feira, ao "fim imediato do derramamento de sangue, ao fim das hostilidades e ao fim das vítimas civis", numa declaração emitida pelo seu Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Na terça-feira à noite, a presidência do Azerbaijão apelou às tropas de Nagorno-Karabakh - um território separatista do Azerbaijão com uma população maioritariamente arménia - para deporem as armas, como condição para o início das negociações.

"As forças armadas arménias ilegais devem hastear a bandeira branca, entregar todas as armas e o regime ilegal deve ser dissolvido. Caso contrário, as operações antiterroristas continuarão até ao fim", declarou.

Desde terça-feira, pelo menos 29 pessoas morreram nos combates. Os separatistas comunicaram 27 mortos, incluindo dois civis, e mais de 200 feridos, enquanto cerca de sete mil residentes de 16 localidades foram deslocados.

O Azerbaijão informou que dois civis tinham morrido em zonas sob o seu controlo.

Os separatistas afirmam que várias cidades de Nagorno-Karabakh, incluindo a capital, Stepanakert, estão a ser alvo de "fogo intenso", que visa também infraestruturas civis.

Baku anunciou que 60 posições arménias tinham sido conquistadas.

A Arménia, por seu lado, denunciou uma "agressão em grande escala" com vista a uma "limpeza étnica", mas afirmou não ter tropas em Nagorno-Karabakh, sugerindo que os separatistas estavam sozinhos a lutar contra os soldados azeris.

A Arménia considera que cabe à Rússia, garante de um cessar-fogo que data de 2020, com forças de paz no terreno, agir para "travar a agressão do Azerbaijão".

O conflito de 2020 resultou numa derrota militar para a Arménia, forçada a ceder terreno ao Azerbaijão.

11.9.23

Clima não é compatível com procrastinação

Rosália Amorim, opinião, in DN



Poucas vezes vimos António Guterres irritado. Quando era primeiro-ministro de Portugal era conhecido como o político do diálogo, mais tarde o do pântano. Calmo, paciente, ouvinte, mas, nos últimos anos, António Guterres tem-se irritado com maior frequência. É certo que tem em mãos uma missão hercúlea, e talvez o papel da sua vida: ser secretário-geral das Nações Unidas em plena guerra na Europa e num quadro de crise climática, após uma pandemia mortífera. Um caderno de encargos pesado que atravessa os seus dois mandatos.

Guterres cansou-se das acusações de Trump, desgasta-se com Putin e agasta-se com a inação e a falta de compromisso das nações em relação às alterações climáticas. E compreende-se. Não é por falta de aviso, de estudos e diagnósticos que os países não caminham mais rápido nessa matéria. Os interesses económicos e falta de vontade política têm vindo a sobrepor-se ao tema e também, por exemplo, a todas as Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP).

Governar pelo clima ainda não é sexy. É um slogan que não se traduz, para já, em mais intenções de voto nas sondagens ou em votos reais nas urnas. Liderar pelo ambiente tem sido, regra geral, uma prioridade dos países. O que vai sendo feito é, muitas vezes, apenas por pressão internacional, para cumprir as métricas e ficar bem na fotografia.

O mundo tem-se atrasado a cuidar de si mesmo. As alterações climáticas previstas para 2030 foram já antecipadas sete anos e estão a ocorrer hoje mesmo. Correm mais rápido do que os decisores e não são compatíveis com a procrastinação. Como o DN já escreveu nos últimos dias, este ano será, muito provavelmente, o mais quente da história da Humanidade. Os períodos prolongados de temperaturas elevadas estão a tornar-se mais frequentes e, no Hemisfério Norte, foram os mais quentes de que há registo, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM).


"O colapso climático global já começou", grita o secretário-geral das Nações Unidas. Muitos líderes encolhem os ombros, mas Guterres insiste: o fenómeno está a "piorar drasticamente". Ondas de calor, secas, inundações, incêndios e tornados avançam sobre a Ásia, América do Norte e a Europa. Aqui bem perto, na Grécia aos incêndios de agosto seguiram-se chuvadas torrenciais e que atingiram a Bulgária e a Turquia. Mais recentemente, Madrid ficou debaixo de água com chuvas fortes. Perderam-se muitas vidas e culturas.

Nas últimas décadas também se perdeu tempo, muito tempo, bem como a oportunidade de atuar preventivamente quando começaram a ecoar os primeiros alertas em relação às alterações ambientais. Hoje, tapar o sol (ou a chuva torrencial) com a peneira já não resulta. As nações têm de munir-se de planos de emergência ambiental e definir investimentos estratégicos que sejam um escudo protetor contra as agressões do clima. Encaremos de frente este sobressalto climático e económico, antes que sejamos engolidos por ele.


Diretora do Diário de Notícias

17.7.23

165 milhões de pessoas entraram na pobreza em três anos de crises

AFP, in DN

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento defende uma "pausa" no pagamento das dívidas dos países em desenvolvimento, de forma a inverter a tendência.


As crises registadas desde 2020, como a pandemia de covid-19, a inflação ou a guerra na Ucrânia, levaram 165 milhões de pessoas à pobreza, revelou ontem a ONU, que pediu uma pausa no pagamento da dívida dos países em desenvolvimento para inverter a tendência.
O impacto acumulado das crises levou, entre 2020 e o fim de 2023, 75 milhões de pessoas a uma situação de extrema pobreza - com menos de 2,15 dólares (1,91 euros) por dia - e mais 90 milhões a viver abaixo do limite da pobreza, com 3,65 dólares (3,25 euros) por dia. As projeções são do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).


"Os países que conseguiram investir em medidas de proteção nos últimos anos evitaram que muitas pessoas caíssem na pobreza", afirmou o diretor do PNUD, Achim Steiner, num comunicado. "Mas nos países muito endividados há uma correlação entre elevados níveis de dívida, gastos sociais insuficientes e um aumento alarmante dos níveis de pobreza", alertou.

O PNUD pede por isso uma "pausa" nos pagamentos das dívidas nestes países, que neste momento têm que optar entre pagar a dívida ou ajudar a população. De acordo com outro relatório da ONU, publicado na quarta-feira, 3,3 mil milhões de pessoas, quase metade da população mundial, vivem em países que gastam mais para pagar os juros da dívida do que em áreas como educação e saúde.

Os países em desenvolvimento, apesar do nível de dívida menor - mas que aumenta rapidamente - , pagam mais juros devido ao aumento das taxas.

Diante deste cenário, o PNUD pede uma "pausa" para destinar o pagamento das dívidas ao financiamento de medidas sociais destinadas a amortecer os efeitos dos choques económicos. A ONU acredita que "a solução não está fora do alcance do sistema multilateral".

De acordo com cálculos do PNUD, retirar estas 165 milhões de pessoas da pobreza custaria 14 mil milhões de dólares (12,5 mil milhões de euros) por ano, o equivalente 0,009% do PIB mundial em 2022, e menos de 4% do serviço da dívida dos países em desenvolvimento.

Ao considerar também as perdas de rendimento das pessoas que já estavam abaixo da linha da pobreza antes das crises recentes, o custo do alívio seria de 107 mil milhões de dólares (95,3 mil milhões de euros), equivalente a 0,065% do PIB, quase 25% do serviço da dívida.


"Há um custo humano para a inação a respeito da reestruturação da dívida soberana dos países em desenvolvimento", recorda Achim Steiner. "Precisamos de novos mecanismos para antecipar e absorver os impactos e para que a arquitetura financeira funcione para os mais vulneráveis".

O secretário-geral da ONU, António Guterres, que pede uma reforma das instituições financeiras internacionais, criticou mais uma vez esta semana um sistema "obsoleto que reflete as dinâmicas coloniais da época em que foi criado".

5.7.22

O mundo está a arder. Precisamos de uma revolução das renováveis

 António Guterres, opinião, in Público

20.5.22

Guterres critica exclusão dos migrantes nos planos de recuperação pós-pandemia

in Visão

O secretário-geral das Nações Unidas apontou hoje que, durante a crise pandémica, migrantes em todo o mundo viram negado o acesso a serviços básicos de saúde e proteção, criticando ainda a exclusão destas pessoas dos planos de recuperação pós-pandemia

Perante o Fórum Internacional de Análise das Migrações, organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que decorre até sexta-feira em Nova Iorque, António Guterres sublinhou que os “Direitos Humanos são absolutos” e “aplicam-se a cada um de nós, independentemente se estamos em movimento ou não, se esse movimento é forçado ou voluntário, ou se está formalmente autorizado ou não”.

“A pandemia de covid-19 demonstrou dolorosamente o quão longe ainda estamos de realizar uma governança da migração internacional baseada em direitos, sensível às crianças e sensível ao género para todos”, observou o secretário-geral.

Guterres afirmou que os migrantes trabalharam na linha da frente da crise sanitária em todo o mundo, arriscando as suas próprias vidas para salvar a dos outros.

De acordo com o ex-primeiro-ministro português, as “remessas enviadas por esses migrantes são salva-vidas” para as suas famílias em países frequentemente mais expostos a elevados preços de alimentos e energia e menos capazes de mobilizar recursos para recuperação.

“Mas, com demasiada frequência, os trabalhadores migrantes e as suas famílias são excluídos da partilha da prosperidade que eles mesmos ajudam a gerar”, frisou.

António Guterres salientou que, apesar de mais de 80% dos migrantes do mundo se deslocarem entre países de forma segura e ordenada, “a migração não regulamentada — o reino cruel dos traficantes — continua a extrair um custo terrível”.

Nesse sentido, o secretário-geral da ONU pediu, perante as várias autoridades internacionais presentes do fórum, por um maior trabalho conjunto que permita quebrar o domínio dos traficantes e proteger melhor os migrantes em situação de vulnerabilidade, em particular mulheres e meninas.

“Milhares de migrantes ainda morrem todos os anos perseguindo o que todos nós procuramos – oportunidades, dignidade e uma vida melhor. Devemos fazer mais para evitar a perda de vidas, como um imperativo humanitário e uma obrigação moral e legal”, disse.

O Fórum Internacional de Análise das Migrações constitui a primeira avaliação ao Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular, um documento promovido pela ONU que foi adotado em dezembro de 2018 com o objetivo de fortalecer a cooperação internacional para uma “migração segura, ordenada e regular” através de um conjunto de princípios orientadores e um quadro político multilateral.

Após a assinatura do acordo em questão, os Estados-membros da ONU comprometeram-se a organizar, a cada quatro anos, um encontro que tem como objetivo discutir os progressos relativos à implementação do pacto em questão.

O Fórum Internacional de Análise das Migrações 2022 é o primeiro encontro desse tipo.

Nesse sentido, António Guterres apelou a que este fórum seja um espaço para ouvir as experiências e aprender com o conhecimento adquirido através de uma ampla gama de exemplos bem-sucedidos.

O Pacto Global “fala ao coração da missão das Nações Unidas e é uma resposta global a um fenómeno global para o qual precisamos de estar muito mais preparados”, admitiu.

“E conto com todos para garantir um resultado político forte através de promessas tangíveis, críveis, ambiciosas e acionáveis e mecanismos fortes de monitorização e acompanhamento. Vamos manter o ritmo enquanto trabalhamos juntos para um futuro mais seguro e próspero para todos nós”, concluiu Guterres.

A ONU começou na terça-feira a primeira avaliação ao Pacto Global, três anos depois da adoção do documento que foi muito criticado por forças nacionalistas e anti-migração.



O documento, dedicado em exclusivo a uma realidade que afeta 3,6% da população mundial, aborda questões como a gestão de fronteiras, tráfico de pessoas, documentação, regressos ou remessas dos migrantes.

Assinado em dezembro de 2018, numa conferência realizada em Marrocos, a sua ratificação contou com os votos favoráveis de 152 países membros da ONU, mas foi alvo da oposição de cinco Estados com longa história migratória – Estados Unidos, Polónia, Israel, Hungria e República Checa – e também da abstenção de 12 outros países.

MYMM (PMC/SCA) // SCA

4.5.22

O secretário-geral da ONU escreveu que são precisos "passos urgentes para salvar vidas, pôr fim ao sofrimento humano e trazer paz à Ucrânia".

in TSF

O secretário-geral da ONU, António Guterres, visita esta terça-feira Moscovo onde irá encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, e com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, no contexto da ofensiva russa em curso na Ucrânia.

Após a visita a Moscovo, Guterres irá ser recebido a 28 de abril em Kiev pelo chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Numa publicação na rede social Twitter a propósito destas deslocações, no sábado passado, António Guterres escreveu: "Precisamos de passos urgentes para salvar vidas, pôr fim ao sofrimento humano e trazer paz à Ucrânia".

A viagem de Guterres à Rússia acontece num momento em que o secretário-geral da ONU tem sido alvo de críticas pela sua alegada passividade em tomar medidas concretas para travar a guerra na Ucrânia.

Na semana passada, mais de 200 antigos dirigentes da ONU dirigiram uma carta a António Guterres, com um apelo para que seja mais proativo em relação a esse conflito. Os signatários alertaram que, a menos que Guterres atue de forma mais pessoal para assumir a liderança na tentativa de mediar a paz na Ucrânia, as Nações Unidas arriscam não apenas a irrelevância, mas a sua existência continuada.

A confirmação da visita a Moscovo surgiu na sexta-feira e após um pedido feito na terça-feira passada pelo próprio secretário-geral, que, através de uma carta entregue à Missão Permanente da Federação Russa junto da Organização das Nações Unidas (ONU), pediu para ser recebido por Putin.


"O secretário-geral disse que, neste momento de grande perigo e consequências, gostaria de discutir medidas urgentes para trazer a paz à Ucrânia, e o futuro do multilateralismo com base na Carta das Nações Unidas e no direito internacional", disse, após o pedido a Moscovo e a Kiev, o porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric.

O porta-voz de António Guterres observou ainda que tanto a Ucrânia, quanto a Rússia, são membros fundadores das Nações Unidas e "sempre foram fortes apoiantes desta Organização".

A ordem das visitas foi no sábado criticada por Zelensky, que considerou "ilógica" a decisão de Guterres de se deslocar a Moscovo dois dias antes de ir a Kiev. "É errado ir primeiro à Rússia e vir depois à Ucrânia. Não há justiça nem lógica nessa ordem", afirmou.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

27.7.21

Alterações climáticas e conflitos são causa e consequência de pobreza e fome-ONU

in Visão

O secretário-geral da ONU, António Guterres disse que as alterações climáticas e os conflitos são causa e consequência de pobreza e da desigualdade de rendimentos e preços da alimentação

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres disse hoje que as alterações climáticas e os conflitos são causa e consequência de pobreza e da desigualdade de rendimentos e preços da alimentação.

Guterres também afirmou, durante uma reunião em Roma, que o sistema alimentar mundial produz um terço de todas as emissões de gases com efeito de estufa. Em mensagem transmitida por vídeo, Guterres lamentou também que este mesmo Sistema seja responsável pela perda de 80% da biodiversidade.

A reunião foi convocada para preparar uma cimeira da ONU sobre sistemas de alimentação, que vai decorrer em Nova Iorque, em setembro.

No início deste mês, um relatório da ONU salientava que havia mais 161 milhões de pessoas a passar fome do que em 2019, com muito deste agravamento a resultar da pandemia do novo coronavírus.

“Pobreza, desigualdade de rendimentos e o elevado custo da alimentação continuam a manter as dietas saudáveis fora de alcance de três mil milhões de pessoas”, disse Guterres. “As alterações climáticas e os conflitos são ambos consequências e causas desta catástrofe”.

O Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) apelou aos decisores políticos que “resolvam as falhas dos sistemas de alimentação”, que deixam centenas de milhões de pessoas pobres e com fome. O FIDA é uma agência da ONU destinada a ajudar a agricultura de pequena escala.

O FIAD considerou que os sistemas alimentares têm de “mudar radicalmente” para garantir acesso a comida saudável, onde a produção alimentar “protege o ambiente e a biodiversidade e onde as pessoas que produzem a comida são pagas decentemente pelo seu trabalho”.

Em 2020, pelo menos 811 milhões de pessoas passaram fome, segundo aquele relatório da ONU.

Guterres adiantou que os trabalhos preparatórios, em Roma, vão ajudar a definir o tom para a ação durante esta década e para uma “recuperação equitativa e sustentável” da pandemia do novo coronavírus.

Estes esforços têm implicações financeiras. O economista-chefe da Organização da Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em Inglês) estimou que a remoção de 100 milhões de pessoas do estado de subalimentação crónica exigiria 14 mil milhões de dólares (cerca de 12 mil milhões de euros) todos os anos, até 2030, e cerca do triplo para conseguir o objetivo da ONU de fome zero até 2030.

RN // RBF

26.1.21

Guterres pede aliança internacional para combater ascensão neonazi

in SicNotícias

O secretário-geral da ONU defendeu uma ação global "para combater a propaganda e a desinformação" e apelou para uma maior educação sobre as ações nazis durante a II Guerra Mundial.

O secretário-geral da ONU pediu uma aliança internacional coordenada contra o crescimento do neonazismo e da supremacia branca, xenofobia, antissemitismo e discurso do ódio provocado em parte pela pandemia da covid-19.

António Guterres defendeu também uma ação global "para combater a propaganda e a desinformação" e apelou para uma maior educação sobre as ações nazis durante a II Guerra Mundial, salientando que quase dois terços dos jovens norte-americanos não sabem que seis milhões de judeus foram mortos durante o Holocausto.

Guterres falava na segunda-feira no Dia Internacional da Lembrança do Holocausto da ONU em que foi assinalado o 76.º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, realizado virtualmente este ano por causa da covid-19.

O líder da ONU defendeu que a pandemia "exacerbou as injustiças e divisões de longa data".

"A propaganda que liga os judeus à pandemia, por exemplo, acusando-os de criar o vírus como parte de uma tentativa de dominação global, seria ridícula, se não fosse tão perigosa", salientou.

"Esta é apenas a última manifestação de uma associação antissemita que data pelo menos do século XIV, quando os judeus foram acusados de espalhar a peste bubónica", acrescentou.

O secretário-geral disse ser triste, mas não surpreendente que a pandemia tenha desencadeado outra manifestação negacionista do Holocausto, de distorção e minimização da História.

"Na Europa, nos Estados Unidos e noutros lugares, os supremacistas brancos estão a organizar-se e a recrutar através das fronteiras, ostentando os símbolos e tropas nazis e a sua ambição assassina", sustentou. "Tragicamente, após décadas na sombra, os neonazis e as suas ideias estão agora a ganhar terreno", lamentou.

As autoridades norte-americanas advertiram que os neonazis estão em ascensão em todo o país e em todo o mundo, acrescentou.

Em alguns países, adiantou Guterres, os neonazis infiltraram-se na polícia e nos serviços de segurança do Estado e as suas ideias podem ser ouvidas nos debates dos principais partidos políticos.

"A contínua ascensão da supremacia branca e da ideologia neonazi deve ser vista no contexto de um ataque global à verdade que reduziu o papel da ciência e da análise baseada em factos na vida pública", disse.

Guterres alertou que a fragmentação dos 'media' tradicionais e o crescimento das redes sociais estão a contribuir para a ausência de factos partilhados.

"Precisamos de uma ação global coordenada, à escala da ameaça que enfrentamos, para construir uma aliança contra o crescimento e propagação do neonazismo e da supremacia branca, e para combater a propaganda e a desinformação", exortou.


14.12.20

Declaração Universal dos Direitos Humanos celebra 72 anos

Marta Sousa Coutinho, in Público on-line

António Guterres partilhou mensagem para celebrar marco.

A 10 de Dezembro de 1948, sem nenhum voto contra, a Organização das Nações Unidas (ONU) adoptou a carta dos Direitos Humanos, com o objectivo de criar a paz mundial e evitar a guerra. António Guterres, para celebrar este dia, lançou uma mensagem através das redes sociais das Nações Unidas. A actual pandemia “reforçou duas verdades fundamentais sobre os direitos humanos”, declarou o secretário-geral da ONU.

Primeiramente, a forma como esta crise mostrou como a violação dos direitos de um só ser humano, tem impacto em todos, destacando os grupos veneráveis como “trabalhadores que estão na linha da frente, pessoas com deficiência, idosos, as mulheres e meninas, e minorias.” Lembra ainda que a pandemia está a ser usada como “pretexto para respostas de segurança severas e medidas repressivas que restringem o espaço cívico e a liberdade de imprensa”.

A segunda verdade destaca a universalidade dos direitos humanos e a sua força protectora de todos. Guterres reforça que a resposta à pandemia “deve ser baseada na solidariedade e na cooperação” e que são “as pessoas e os seus direitos [que] devem estar na frente e no centro da resposta e da recuperação” e a necessidade de “estruturas universais baseadas em direitos”.

Apela ainda à Acção pelos Direitos Humanos na resposta à crise “para a igualdade de género, para a participação pública, para a justiça climática e para o desenvolvimento sustentável.” Realça que devemos ter “os direitos humanos na frente e no centro, para recuperar da pandemia da covid-19 e construirmos um futuro melhor para todos.”

19.11.20

Guterres apela ao G20 para demonstrar audácia e ambição

 in Expresso

O secretário-geral da ONU apelou aos dirigentes do grupo dos 20 países mais ricos do mundo para demonstrarem audácia e ambição nas medidas relacionadas com a pandemia. “O G20 sabe que será necessária uma nova redução da dívida” e a crise pode deixar “na pobreza mais extrema” 115 milhões de pessoas, sublinha

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou aos dirigentes do G20 para demonstrarem audácia e ambição nas medidas relacionadas com a pandemia, numa carta divulgada terça-feira e nas vésperas de uma cimeira organizada pela Arábia Saudita.

"O G20 sabe que será necessária uma nova redução da dívida. O grupo deve agora demonstrar uma maior ambição e propor medidas mais audaciosas para permitir aos países em desenvolvimento enfrentarem a crise de forma eficaz e evitar que a recessão mundial se transforme em depressão mundial", sublinha na missiva.

"Quando combatemos esta pandemia sem precedentes, o mundo necessita mais que nunca de ser dirigido por líderes unidos, que procurem enfrentar a crise e reconstruir melhor. A pandemia deve ser um sinal de alarme para todos os dirigentes: estarem divididos, significa colocar todo o mundo em perigo, prevenir é economizar dinheiro e salvar vidas", precisa António Guterres, a quatro dias da cimeira prevista para o próximo fim de semana.

A crise poderá fazer cair "na pobreza mais extrema 115 milhões de pessoas, e a fome aguda poderá quase duplicar para atingir mais de 250 milhões de pessoas", alertou ainda o chefe da ONU.

Guterres pediu que a suspensão da dívida seja prolongada até ao final de 2021, e ainda o alargamento desta medida para incluir os países com rendimento intermédio vulnerável e que apresentam dificuldades. Apelou aos dirigentes do G20 para "garantirem o défice de financiamento de 28 mil milhões de dólares [23,6 mil milhões de euros]" necessários para acelerar o acesso às ferramentas de luta contra a covid-19.

Quando as vacinas estiverem em fase de finalização, "devemos igualmente resistir a todo o género de nacionalismo vacinal", sustenta na sua carta.

Por outro lado, Guterres pede ao G20, que agrupa as 20 economias mais ricas do planeta, um aumento dos "investimentos na biodiversidade, ação climática e restauração dos ecossistemas".

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.328.048 mortos resultantes de mais de 55 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 3.553 pessoas dos 230.124 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.




21.7.20

Guterres pede Novo Contrato Social e Acordo Global para combater desigualdades

in o Observador

Na comemoração do nascimento de Nelson Mandela, o português António Guterres pediu um "Novo Contrato Social para uma nova era" e um Novo Acordo Global para combater desigualdades.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o português António Guterres, pediu este sábado que o mundo crie um “Novo Contrato Social para uma nova era” e um Novo Acordo Global para combater desigualdades

António Guterres discursou em direto, de forma virtual, para a Fundação Nelson Mandela, uma instituição da África do Sul, na comemoração do nascimento do histórico ativista pelos direitos humanos, premiado com o Nobel da Paz em 1993 e Presidente da nação sul-africana entre 1994 e 1999.

Partindo de desigualdades que não se resumem ao poder económico, mas que se observam a nível social e nas relações de poder, António Guterres disse que chegou a altura de preparar um futuro centrado em solidariedade, convidando todos a pensarem num “Novo Contrato Social” para políticas de trabalho, emprego, educação ou segurança social.

Para o sustentar, deverá ser criado também um Novo Acordo Global, acrescentou Guterres, baseado numa “globalização justa”, “vida em balanço com a natureza” e atenção aos “direitos das gerações futuras”.

Segundo o chefe das Nações Unidas, o Novo Contrato Social e o Novo Acordo Global devem basear-se em dar oportunidades iguais para todos e garantir que poder e riqueza são partilhados de maneira justa, respeitando também os direitos humanos.

“Os sistemas económico e político globais não estão a dar resultado em bens públicos críticos: saúde pública, ação climática, desenvolvimento sustentável, paz”, criticou António Guterres.

O secretário-geral da ONU disse que, devido ao novo coronavírus, que causa a Covid-19, foram expostas “falácias e falsidades”, como “a mentira de que mercados livres podem distribuir cuidados de saúde para todos”, “a ilusão de que vivemos num mundo pós-racista” ou ainda “o mito de que estamos todos no mesmo barco”.

Guterres considerou que “a Covid-19 é como um raio-x, que revela fraturas” na sociedade e “expõe riscos”, como: “sistemas de saúde inadequados, lacunas na proteção social, desigualdades estruturais, degradação ambiental e crise climática”.

O antigo alto comissário da ONU para os Refugiados alertou que o mundo enfrenta atualmente riscos de haver “fome de proporções históricas” e de mais cem milhões de pessoas serem “empurradas para a pobreza extrema”.

As propostas para o Novo Contrato Social e Acordo Global devem ser discutidas entre governos, população, sociedade civil, empresas e comunidades, reforçou o antigo primeiro-ministro português.

“Esta é a única maneira de atingir os objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, do Acordo de Paris e da Agenda de Ação de Adis Abeba”, declarou António Guterres.

O secretário-geral da ONU incentivou as organizações internacionais e multilaterais a promoverem uma forma diferente de distribuição do poder, com uma representatividade igual de todos os países.

“A desigualdade começa no topo: nas instituições globais. A abordagem das desigualdades deve começar por reformar” essas instituições, disse Guterres.

Movimentos sociais fizeram “milhões de pessoas de todos os continentes saírem para as ruas para fazer ouvir as suas vozes”, depois de se sentirem “deixadas para trás”, lembrou.

António Guterres sublinhou dois movimentos: o das mulheres que denunciam abusos sexuais perpetrados por “homens poderosos” e o movimento antirracismo “que se espalhou dos Estados Unidos ao redor do mundo” após o assassinato de George Floyd por um polícia branco em Minneapolis.

Para o líder da organização internacional, o patriarcado e o colonialismo são duas das “raízes históricas para a desigualdade no mundo”.

Numa altura em que António Guterres devia estar a realizar uma visita oficial a África do Sul — planos cancelados devido à pandemia — a Conferência Anual Nelson Mandela foi realizada ‘online’, com a participação do atual Presidente daquele país, Cyril Ramaphosa, e representantes da juventude e da sociedade civil.

Hoje comemoram-se 102 anos do nascimento de Nelson Mandela, que passou 27 anos na prisão por lutar contra o regime de “apartheid” na África do Sul, antes de se tornar, em 1994, o primeiro Presidente negro do país.

22.4.20

Dia da Terra: Guterres propõe seis ações para se salvar o planeta

in Sábado

"O impacto do coronavírus é imediato e terrível. Mas há outra emergência profunda, a crise ambiental do planeta", disse o secretário-geral da ONU.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, propôs à comunidade internacional seis ações para salvar o planeta, numa mensagem para assinalar hoje o Dia da Terra.

Coronavírus: Poluição do ar diminuiu, mas Coronavírus: Poluição do ar diminuiu, mas "mal já está feito"
"O impacto do coronavírus é imediato e terrível. Mas há outra emergência profunda, a crise ambiental do planeta. (…) Devemos agir de forma decisiva para proteger nosso planeta, tanto do coronavírus quanto da ameaça existencial das perturbações climáticas", defendeu o líder da ONU.

"Os subsídios aos combustíveis fósseis devem terminar e os poluidores devem começar a pagar" pelos seus atos, afirmou, propondo ainda que "quando o dinheiro dos contribuintes for usado para resgatar empresas deve estar vinculado à obtenção de empregos verdes e ao crescimento sustentável".

Num vídeo publicado na plataforma de partilha multimédia Youtube, Guterres sugeriu que "o poder (…) fiscal deve conduzir a uma mudança da economia cinzenta para a verde e tornar as sociedades e as pessoas mais resilientes", recomendando igualmente que "os fundos públicos sejam usados para investir no futuro, não no passado, e fluir para setores e projetos sustentáveis que ajudem o meio ambiente e o clima".

Por fim, o secretário-geral da ONU sustentou a ideia de que "as oportunidades e os riscos climáticos devem ser incorporados ao sistema financeiro, bem como a todos os aspetos da formulação de políticas públicas e de infraestruturas". E para isso é preciso que a comunidade internacional trabalhe em conjunto, apelou.

"Devemos trabalhar juntos para salvar vidas, aliviar o sofrimento e diminuir as consequências económicas e sociais devastadoras", salientou, para argumentar que estes "seis princípios constituem um guia importante" para se garantir uma melhor recuperação de uma crise que é também "um despertar sem precedentes".

O Dia da Terra é comemorado a 22 de abril e destina-se a alertar para a importância de preservar os recursos naturais do planeta. Foi assinalado pela primeira vez há 50 anos e é atualmente celebrado em mais de 190 países.

20.4.20

Guterres alerta para milhares de mortes de crianças devido a pobreza extrema

in JN

Apesar de não serem as principais vítimas da doença, as crianças podem vir a sofrer significativamente com as consequências da pandemia. António Guterres exige medidas e diz que "centenas de milhares" de crianças podem morrer devido à pobreza extrema.

"Numa altura em que a recessão mundial acelera, poderá haver centenas de milhares de mortes suplementares de crianças em 2020", frisou o secretário-geral das Nações Unidas.

A ONU estima que entre 42 e 66 milhões de crianças caiam na pobreza devido às consequências económicas da pandemia, o que pode anular os progressos obtidos nos últimos anos com a baixa da mortalidade infantil em todo o mundo.

"Os efeitos nocivos desta pandemia serão mais prejudiciais para as crianças que vivem nos países e bairros mais pobres, bem como para as que já estão em desvantagem ou vulnerabilidade", indicou, acrescentando que o risco maior será também para aquelas que vivem nos campos de refugiados ou institucionalizadas.

Com o encerramento de escolas em todo o mundo, as crianças poderão sofrer ainda com a fome, uma vez que cerca de 310 milhões de estudantes dependem dos estabelecimentos de ensino para se alimentarem ao mínimo no dia-a-dia, afirmou Guterres.

Para o secretário-geral da ONU, o confinamento e a recessão mundial "alimentam as tensões nas famílias" e as crianças "são, por sua vez, vítimas e testemunhas de violência doméstica e de abusos".

As crianças poderão também sofrer no domínio da saúde, afirmou durante a apresentação de um relatório sobre o impacto da pandemia nos mais jovens.

Para combater a propagação de Covid-19, as campanhas de vacinação contra o pólio foram suspensas e a imunização contra o sarampo foi interrompida pelo menos em 23 países, indicou.

Terça-feira, várias organizações e fundações estimaram que mais de 117 milhões de crianças poderão ficar privadas da vacina contra o sarampo devido à interrupção das campanhas de vacinação.

26.3.20

We need a 'war economy' to deal with COVID-19 crisis, UN chief Antonio Guterres tells Euronews

By Euronews

They were the words of UN secretary-general Antonio Guterres as he used an interview with Euronews to call for a clear and coordinated global response to the coronavirus crisis.

Guterres said he wanted to mobilise a double digit percentage of the global economy to "break not bend" the growth curve of coronavirus.

And it is not only breaking the curve of the virus that should be at the forefront of global efforts, he said, but to also seize the dramatic situation "as an opporunity" to create an economy that is more inclusive and sustainable going forward.

"Many things will change, I would say irreversibly in our lives," he told Euronews.

He also said:

Countries have been slow in reacting to coronavirus crisis but now is not the time for a blame game
If we don't tackle the COVID-19 crisis millions of people could be infected and die
The crisis will be much more serious if there is no strategy or coordination

Special initiatives are being formulated to try to "silence the guns" of war around the world, as "**there is only one war that is needed - it's a war against the virus."**
As of Wednesday evening there were more than 450,000 cases of COVID-19 confirmed worldwide, with more than 20,000 deaths.

Interview transcription

Isabelle Kumar, Euronews: "You've said the whole world must fight to stop this pandemic reaching apocalyptic proportions. Pinpoint for us, and briefly, the concrete measures you are calling for to be taken globally.

Antonio Guterres: "I think that we need to be clear on our strategy. And our strategy is to suppress COVID-19. And we can only suppress COVID-19 if all the countries have an articulated plan of action combining, of course, testing, tracing and quarantine with the measures of restriction of movement and contact.

"And of course, this is to be done probably differently depending on the testing capacity of each country where testing and tracing is less effective, more lockdowns will be necessary. But these needs to be done in a coordinated way to suppress COVID-19 in the developed world and then with a very strong capacity to help the developing countries to do the same.

"We need to have a clear strategy. It is not just to, I would say, mitigate. If you look at the curve of the cases, we need to break that curve. Not only to bend the curve. We need to suppress. And then we need to mobilise what I believe is required, which is a double digit percentage of the economy at national level and of the global economy in order to address the socio-economic consequences of this disease.

"And this is not the financial crisis like 2008. Of course, we need to keep the liquidity of the financial systems, but it is essential to support people and businesses. It is essential to make livelihoods work. It's essential to keep ourselves afloat and businesses afloat. And this is the support that is absolutely crucial. This is being done in several countries. But again, it needs to be done in a coordinated way at the level of the G20 and then it needs to mobilise and I [estimate] that we will need about 2.5 to 3 trillion dollars to help the developing countries do the same.

"The IMF has already a lending capacity of about $1 billion. We need special drawing rights that in a war economy we need to print money. The way to print money globally is through special drawing rights to put at the disposal of the developing world, mobilise all other international financial institutions, increase the swaps between central banks especially to help the emerging economies to be able to concentrate this huge volume of resources for the developing countries, also to be able to address the challenges to their societies.

"And then finally, I think we need to prepare a recovery and to prepare a recovery for a better economy, a more sustainable and inclusive economy. We don't need to replicate exactly the economy of the past. Many things will change, I would say irreversibly in our lives. We need to be able to use this dramatic situation also to seize it as an opportunity to make our capacity to have more inclusiveness and more sustainability in our economies prevail."

Kumar: "Mr Guterres these are very high ambitions at a time when the world is on its knees. We see strong economies like the EU buckling. The US is in the firing line. You're calling for trillions to be mobilised here. But at a time of global pandemic, leadership seems to be in short supply. So do you think that now we require a new global mechanism that would supersede sovereign states to deal with pandemics as we all face the future pandemics in the future?"

Guterres: "Well, I've just suggested that the G-20 should create immediately a mechanism of coordination of their own response to the pandemic and that the guidance of the World Health Organization, these needs to be done in a systematic, coordinated way. We cannot have completely different policies from country to country if they are not articulated to a common objective, which is to suppress the vitals. Look, the American senate is discussing a two trillion dollar package and two trillion dollars corresponds exactly to close to 10 percent of their GDP, which means we are coming close to this two digit approach, percentage approach of the global economy that will be necessary. And there are ways to do it. If we do it in a coordinated way, I think the G-20 will be an excellent opportunity to bring things together and to create the conditions, the IMF, the international financial institutions, the central banks to produce what is necessary. As I said in a world economy you print money in a modern way, but you print money in a way also that expresses solidarity to the developing world, not only boosting the response each of the developed countries, but creating the conditions for that to be done worldwide."

Kumar: "If the past is anything to look from, solidarity has been in short supply, especially when it comes to developing nations, the ultra vulnerable as you have called them now. You were the UN High Commissioner for Refugees. You know the situation in these refugee camps, unhygienic, best conditions, people living in overcrowded conditions as well. What do these people need the most urgently when you call for this solidarity?

Guterres: "Well, they need everything. We have just issued the inter-agency plan, a humanitarian response plan, addressing exactly the response to COVID-19 in those situations that are already under enormous humanitarian stress, areas of conflict, fragile states, refugee camps, internal displacement camps, and to create the conditions to make sure that in these areas you will have medical capacity. You will have testing kits. You will have the equipment that is necessary to treat patients at the same time that you have water and soap and points of water and soap with people to wash their hands, that you have the capacity to address the needs of the health staff that is working in such terrible circumstances. All these in a package that brought together UN agencies, NGOs appealing to the world to 2 billion US dollars of funds in order to respond exactly to those situations in the most vulnerable of the vulnerable countries in the world."

Kumar: "Yes, vulnerable communities are really on the front line of this and they will bear the full brunt of this kind of this coronavirus crisis. But do you think the World Health Organization was too slow to react to this, given that there were warnings of human-to-human transmission of the coronavirus back in December?"

Guterres: "I think the World Health Organization has issued clear guidelines. Since the beginning, I think member states were slow in reacting. But now the question is not to enter into a blame game with ones blaming the others. The action that is needed is to bring everybody together in a coordinated way to suppress the vitals and to make sure that the people and the businesses need to survive are effectively helped by a massive mobilisation of funds that to the present situation requires. We are living in a war situation against the virus. We need to deal with it with a war economy."

Kumar: "You talk about a war economy, war situation, but you've also called for a global ceasefire. Again, some might say that is very ambitious with war raging on so many fronts. Now you are obviously in contact with warring factions. Is that being taken on board by any of these factions?"

Guterres: "Yes, we have the first of all, all my special envoys and representatives are developing initiatives in order from Syria to Yemen to Libya to all other places in order to make sure that the guns are silenced. And several of the movements have already responded positively. In some places we are seeing even cooperation in addressing the COVID-19 response. Unfortunately, in other situations, things are going on, especially when we have terrorist organisations that do not respect anyone or anybody. You have seen this attack in Chad that killed 93 soldiers. And I want to express my deep condolences to the Chadian people. But I feel that there is a growing conscious that there is only one war that is needed. It's a war against the virus."

Kumar: "Okay, war against the virus. But for ordinary people, this is going to mean a massive change to their lives. The ILO has said that some 25 million people could lose their jobs. Now translate this crisis, this coronavirus crisis, the recession, the depression that might follow into what this means for ordinary people around the globe."

Guterres: "But that's exactly why it is necessary to be clear in the strategy. The strategy is to suppress the virus and to create the conditions for an early recovery. When that is done in a way in which everybody works together, it's not just to keep, I would say, a mitigation effort that will make it last for months and months and months. Now, we must break the curve. We must suppress the virus to limit exactly the impact that you are seeing. And at the same time, we need to mobilise those resources I mentioned to a double digit of the global economy. Exactly to support the people that are losing their jobs or losing their salaries. Exactly to support the businesses that we must make survive in order to then push for the recovery of the economy as soon as we control the disease."

Kumar: "In a word, Mr. Guterres, are you hopeful this is gonna happen?"

Guterres: "Well, I think that people are gaining conscious that this is serious and this is going to be much more serious if there is no solidarity and if there is no effective coordination. If we just let the virus go, we are talking of millions of people being infected and millions of people that can die. And we absolutely need to avoid it. So, tough measures in an articulated way, under the guidance of WHO to suppress the virus, and the very dramatic mobilisation of resources in order to be able to keep households and businesses afloat."

Watch the interview in full

15.11.18

Secretário-geral da ONU diz que existe consenso para o fim da guerra no Iémen

in o Observador

António Guterres disse que existe um consenso entre as potências mundiais de que é preciso terminar a guerra no Iémen e a questão é agora convencer as partes de que ninguém pode ganhar neste conflito.

O secretário-geral da ONU disse esta segunda-feira que existe um consenso entre as potências mundiais de que é preciso terminar a guerra no Iémen e a questão é agora convencer as partes de que ninguém pode ganhar neste conflito.
“Hoje, todos os poderes estão de acordo que é preciso detê-la (a guerra)”, disse António Guterres numa entrevista à emissora de rádio “France Inter”, sublinhando que esta é uma posição compartilhada pela Rússia, pelos Estados Unidos, pela Europa e por “algumas potências da região”.

Por isso, considerou que “há uma oportunidade para fazer compreender aos atores diretos desse conflito (…) que finalmente é uma guerra que ninguém ganhará (…) e deve haver uma solução política”.
O problema é que, “por enquanto, a coligação (liderada pela Arábia Saudita) parece determinada a conquistar Hodeida”, um porto fundamental para o fornecimento de ajuda humanitária e cuja destruição criaria “uma situação absolutamente catastrófica”.

As palavras de Guterres ocorrem um dia depois de esta crise ser o tema das reuniões realizadas, no domingo, entre alguns dos líderes das grandes potências em Paris, por ocasião das cerimónias do centenário do armistício da Primeira Guerra Mundial.

O secretário-geral da ONU disse que a situação humanitária no Iémen é “absolutamente desastrosa”.

Guterres observou que a ONU oferece ajuda humanitária a oito milhões de pessoas naquele país, um número que pode aumentar para 14 milhões em 2019, mas que há o risco de ocorrer “a maior fome dos últimos anos”.
“Sem essa ajuda humanitária, teríamos uma fome de uma dimensão desconhecida neste século”, alertou.

20.6.18

"Ou ficamos juntos ou falhamos", avisa António Guterres

in Antena 1

No dia em que se chama a atenção para os problemas da migração forçada, o secretário-geral das Nações Unidas aponta que em 2017, a cada dois segundos, havia um deslocado.

Guterres pede para ao mundo que pense sobre formas de ajudar pessoas que procuram paz e segurança.

Uma declaração por parte do secretário-geral da ONU que surge depois de os Estados Unidos se terem retirado do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

Não se conhece, por agora, uma reação oficial de António Guterres, mas na sua intervenção refere que "ou ficamos juntos, ou falhamos”.

18.9.17

António Guterres pede aos líderes mundiais que lutem contra crimes sexuais

in Diário de Notícias

O secretário-geral da ONU vai anunciar na segunda-feira uma proposta sobre prevenção e de combate aos crimes sexuais, cometidos por elementos das missões de manutenção de paz da organização.

António Guterres disse, na sexta-feira, aos jornalistas esperar que proposta seja assinada pelos 193 Estados-membros das Nações Unidas. O documento sublinha "os princípios partilhados" pela organizações e Estados-membros na realização de missões de paz, incluindo compromissos para impedir a exploração sexual, que mancharam as missões da ONU.

O português disse também estar a criar um "círculo de liderança" que vai incluir todos os chefes de Estado e de Governo empenhados a pôr fim à impunidade de alegados criminosos sexuais e no fortalecimento de medidas para impedir a exploração e abusos em destacamentos internacionais.

Os líderes que integram esse círculo vão ser conhecidos na segunda-feira. Um responsável da ONU, citado pela agência noticiosa Associated Press (AP), referiu serem meia centena de dirigentes mundiais.

Em março, António Guterres anunciou novas medidas para lutar contra os crescentes crimes sexuais perpetrados por membros das missões de paz da ONU, incluindo um reforço no acompanhamento e proteção das vítimas e proibição de álcool e confraternizações entre as "tropas".

Na altura, o secretário-geral da organização alertou que "não existe nenhuma varinha mágica que ponha fim ao problema", mas sublinhou: "Acredito que podemos melhorar muito a forma como as Nações Unidas lutam contra este flagelo".

A coordenadora especial para melhorar a resposta da ONU em casos de exploração sexual e abusos, Jane Holl Lute, disse que o secretário-geral acredita ser impossível que as Nações Unidas consigam cumprir missões de prevenção de conflitos e combate à pobreza se estiverem envolvidas em acusações de abusos sexuais.

De acordo com Lote, Guterres tem um programa quadripartido para colocar as vítimas "no centro", pôr fim à impunidade dos alegados criminosos, trabalhar com a sociedade civil e aumentar a educação e transparência, definido pela compreensão de que "este é um perigo constante para as mulheres em qualquer parte do mundo".

"De facto, não existe um lugar onde as mulheres estejam seguras", afirmou Lute. "Não há nenhum país, nenhuma força militar que seja imune a estes comportamentos. Este não é um problema exclusivo do pessoal uniformizado, nem das missões de manutenção de paz".

O encontro de segunda-feira vai estar focado na resposta aos abusos sexuais da ONU e da comunidade internacional, estando prevista a apresentação do primeiro defensor da ONU para as vítimas, nomeado por António Guterres, a advogada e defensora dos direitos humanos australiana Jane Connors, acrescentou Lute.

A responsável indicou que as denúncias de casos de abusos sexuais por elementos das missões da ONU podem aumentar este ano, porque cada vez mais pessoas sentem que "podem confiar e apresentar uma denúncia".

3.7.17

Guterres em Lisboa para conferência sobre desenvolvimento

Eunice Lourenço, in RR

Primeira visita oficial a Portugal como secretário de Estado das Nações Unidas também inclui conversas com Governo sobre Venezuela e Síria.

É primeira visita oficial de António Guterres a Portugal como secretário-geral das Nações Unidas. O antigo primeiro-ministro vem a Lisboa participar numa conferência sobre desenvolvimento, organizada no âmbito da organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), e ainda esta segunda-feira terá um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, para falar de vários problemas mundiais, como as situações políticas e humanitárias na Síria e na Venezuela.

Guterres e Santos Silva começam, alias, o dia junto na sessão inaugural da Conferência Tidewater. Trata-se da 49ª reunião encontro internacional que todos os anos reúne, de forma informal, ministros do Desenvolvimento de países da OCDE. O objectivo é promover uma reflexão estratégia sobre cooperação para o desenvolvimento.

A reunião deste ano é organizada pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro, e pela presidente do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) da OCDE, Charlotte Petri Gornitzka, e tem representantes de 34 países.

Além de Guterres, que será a estrela da sessão inaugural, participam o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, representantes do Banco Mundial, do Banco Europeu para o desenvolvimento e do banco africano. A sessão inaugural é o único momento aberto à imprensa e a convidados. Todo o resto do encontro, que continua na terça-feira, decorre à porta fechada e não terá conclusões formais.

No centro do debate vão estar a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (também conhecidos por Agenda 2030) e também a forma de melhor responder e prevenir crises humanitárias. Os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável são a nova agenda das Nações Unidas depois dos Objectivos do Milénio.

Trata-se de um plano de acção adoptado em 2015 e que pretende ser centrado nas pessoas, no planeta, na paz e nas parcerias e que tem como objectivo último a erradicação da pobreza e o desenvolvimento sustentável.

O plano assenta em 17 objectivos de desenvolvimento sustentável: erradicar a pobreza, erradicar a fome, saúde de qualidade, educação de qualidade, igualdade de género, água potável e saneamento, energias renováveis e acessíveis, trabalho digno e crescimento económico, industria inovação e infra-estruturas, cidades e comunidades sustentáveis, produção e consumo sustentáveis, acção climática, proteger a vida marinha, proteger a vida terrestre, paz, justiça e instituições eficazes e estabelecimento de parcerias para a implementação dos objectivos.

Em relação a este último ponto, a grande alteração da chamada agenda 2030 é procurar funcionar mais através de parcerias – quer entre organizações e Estado, quer entre público e privado – do que através de ajudas directas dos Estados. Guterres elegeu o desenvolvimento sustentável como uma das três prioridades do seu mandato (as outras duas são a paz e a reorganização interna da ONU) e, por isso mesmo, fez questão de estar neste encontro de Lisboa.

Depois da abertura da conferência Tidewater, António Guterres e Santos Silva têm um encontro no ministério dos Negócios Estrangeiros em que vão conversar sobre assuntos que vão estar na agenda da próxima Assembleia Geral das Nações Unidas, como a própria reforma da ONU. Mas a crise do Golfo e as situações da Venezuela, Síria e Líbia também devem ser abordadas.

24.5.16

1ª cimeira humanitária mundial

Rita M. Soares, in "Antena 1"

António Costa vai defender na Turquia uma política europeia coordenada em vez do fecho de fronteiras. O primeiro-ministro é um dos muitos responsáveis de governo de todo o mundo que se juntam na 1ª cimeira humanitária mundial.
Declarações de António Guterres; Pedro Neto, da Amnistia Internacional.