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13.10.14

Dez pessoas contam como suportaram três orçamentos muito duros

Ana Cristina Pereira, Graça Barbosa Ribeiro, Raquel Almeida Correia, Samuel Silva, Ana Rute Silva, Natália Faria, Raquel Martins, Romana Borja-Santos, Mário Lopes e Andreia Sanches, in Público on-line

Portugueses de diversas áreas profissionais e com diferentes situações laborais contam como (sobre)viveram nos três últimos anos de austeridade.

Há sorrisos, mas também muitas dores nestes retratos de dez portugueses e do que mudou nas suas vidas com os últimos três orçamentos.

“É fácil atacar os reformados. Se fizerem greve, não há problema”

António Correia, 69 anos
Cascais

Considera que teve uma vida profissional “estimulante” e “intensa” e só se reformou em 2008, aos 63 anos, por uma razão: “Fiz simulações e constatei, face à fórmula de cálculo que estava em vigor, que quanto mais tempo ficasse a trabalhar piores seriam as condições para me reformar.” António Correia, hoje com 69, é economista, ex-funcionário numa empresa privada do sector da construção. Quando se lhe pede um testemunho sobre como viu a sua vida afectada pela austeridade dos últimos Orçamentos de Estado, apresenta gráficos de barras e cálculos. Vício profissional, provavelmente.

Contas, então: do último salário que recebeu, em Dezembro de 2008, para o primeiro mês de reforma, em Janeiro de 2009, viu o seu rendimento baixar 33%. É mau, mas com isso contava; o que não podia prever era o resto — cresceu e envelheceu a pensar que a pensão, para a qual contribuiria com 44 anos de descontos, era uma coisa garantida, “como um depósito no banco, uma propriedade”.

O valor líquido da sua pensão baixou todos os anos — primeiro pouquinho (menos 2% num ano, menos 3% noutro), mas em 2013 já recebia apenas 81% do que em Janeiro de 2009. E isto tendo em conta, apenas, sublinha, “a conjugação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade com a sobretaxa do IRS”.

Claro que há casos piores, diz António, um dos dinamizadores do núcleo da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados em Cascais. Prefere não revelar o valor da sua reforma, mas diz que, tendo sido obrigado a readaptar a sua vida — “travão a fundo nos jantares fora, na compra de livros, nos fins-de-semana, nas férias...” —, não passa dificuldades. “Adaptei-me.” Mas diz que conhece quem se revolte por, ao fim de uma vida de trabalho, não conseguir manter um padrão com o qual contava.

“Quando uma pessoa pede a reforma, os encargos mantêm-se, ao contrário do que por vezes se pensa: há que pagar a habitação, os transportes, a saúde — e com a idade é natural que os gastos com a saúde aumentem. E, por vezes, é ainda preciso dar apoio aos filhos e aos netos.”

O suposto fim da CES de que se tem falado, para 2015, alivia-o. Mas na verdade defende mais: o fim da sobretaxa do IRS. Teme, contudo, que os reformados continuem a ser um alvo. “Atacar os reformados é o mais fácil. Se fizerem greve, não há problema nenhum.” Andreia Sanches

A funcionária pública não vê isto risonho, mas não se deixa vencer

Mariana Vieira, 55 anos
Almada

Na casa de Mariana Vieira vivem dois funcionários públicos. Têm sentido na pele, como a maioria dos portugueses, o aumento da carga fiscal, a que somam os cortes impostos à função pública desde 2011. Com um salário abaixo dos 1500 euros brutos, Mariana ficou a salvo dos cortes nas remunerações, mas o marido, que é guarda prisional, estima que tenha perdido à volta de 300 euros por mês.

De 2012 para cá teve de ajustar a sua vida ao rendimento disponível. A viver em Almada, o carro passou a ficar à porta e, durante a semana, usa os transportes públicos. Com uma doença crónica, Mariana conta que perdeu a isenção nos hospitais públicos, mas, como tem ADSE (o subsistema de saúde da função pública), passou a utilizar os serviços particulares, embora muitos dos exames não sejam comparticipados.

Para fazer face aos últimos três anos, decidiu arrendar a casa que tinha no Ribatejo, aonde ia ao fim-de-semana e nas férias. Na mercearia, em vez de um quilo, passou a trazer apenas três ou quatro maçãs.

Mas não são estes ajustamentos na sua vida que a revoltam. “Não me deixo vencer, mas sei que provavelmente o futuro não é risonho”, diz pelo telefone. O que a preocupa “é ver que o país está pior e sem rumo”. Como trabalha num serviço da Segurança Social, tem uma percepção muito próxima da realidade e dos problemas, que vê com uma dimensão que nunca imaginou possível. É por isso que não estranha que muitos jovens e “menos jovens” tenham de sair do país, como aconteceu com a filha, que entretanto regressou, mas deixou o marido no estrangeiro.

Critica o estado a que a administração pública chegou e que desanima os funcionários. Acha que o Governo devia ter investido numa reforma séria do Estado, “em vez de ter posto os trabalhadores a pagar, do seu bolso”, as ineficiências e os erros. No caso da Segurança Social, receia que as anunciadas reestruturações tragam más notícias. Apreensiva quanto ao próximo ano? “Já estou numa idade em que estou por tudo. Mas coisa boa não vem aí”, responde. Raquel Martins

Apesar dos mais de 40 anos de trabalho, no final no mês recebe o salário mínimo

Júlia Araújo, 51 anos
S. Mamede de Infesta, Matosinhos

Júlia Araújo tem 51 anos e trabalha desde os 11. Já foi ama e empregada doméstica, mas é sobretudo em fábricas que tem trabalhado. “Estou há 26 anos numa confecção de lingerie em Ermesinde. Sou revistadeira, ou seja, quando as peças vêm das costureiras, vejo se está tudo bem e se pode ser embalado, para não chegar com defeitos às clientes”. Na prática, certifica a qualidade do produto, “mas o contrato é de revistadeira, para o salário ser mais baixo”, explica. Apesar dos mais de 40 anos de actividade, no final no mês recebe o ordenado mínimo. Pela primeira vez, no final de Outubro, com o aumento de 20 euros, receberá mais de 500 euros.

Para Júlia, os cortes dos últimos três anos não trouxeram impactos directos no seu rendimento, mas o desemprego temporário do marido e os trabalhos precários do filho “pesam” no orçamento da família. “Era uma firma que pagava acima da média, mas depois nunca mais houve aumentos. Posso até dizer que há dez anos recebia mais. Agora não pagam horas extraordinárias e os sábados já não são pagos a triplicar. Isso fazia muita diferença e dava-nos outro ânimo”, conta.

Já o ambiente de trabalho, esse, sim, foi afectado. Júlia nunca se atrasou na chegada à fábrica e sabe que, se isso acontecer, há um preço. “Se me atrasar um minuto que seja a passar o cartão às 8h, tiram-nos logo os 3,25 euros de subsídio de alimentação, e isso faz muita diferença”, conta.

19.12.13

"Impulso Jovem" integrou mais de oito mil jovens no mercado de trabalho

in Jornal de Notícias

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, fez, esta quarta-feira, um balanço positivo do programa do Governo "Impulso Jovem", referindo que este permitiu a integração de mais de oito mil jovens no mercado de trabalho.

"Estamos a falar de um total de mais de oito mil jovens que foram integrados no mercado de trabalho. Com estes números, podemos dizer que os objetivos do 'Impulso Jovem' não foram desiludidos pela sua execução no terreno", declarou Pedro Passos Coelho, na abertura de um seminário sobre programas de apoio ao emprego e à formação dos jovens, na delegação de Lisboa do Instituto Português da Juventude.

O chefe do executivo PSD/CDS-PP apontou o desemprego como a "maior prioridade política no país", sustentou que "foram, de facto, os desempregados quem mais sofreu com esta crise" e defendeu que é preciso "continuar a estruturar um mercado de trabalho ágil e aberto, que conceda aos que decidiram emigrar a opção de regressar e de assim poderem dar o seu contributo à recuperação económica do país".

Segundo Passos Coelho, concluído o "Impulso Jovem", o Governo pretende começar a executar em janeiro o novo programa da União Europeia "Garantia Jovem", com a ambição de dar em 2014 e 2015 "mais de 300 mil respostas concretas" aos jovens portugueses.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro falou dos "milhares de jovens portugueses que não estão empregados, mas que também não procuram formalmente emprego" e dos "que abandonaram precocemente os seus estudos e não estão a frequentar programas de aprendizagem ou de formação profissional".

"São eles os mais vulneráveis, são eles quem mais solicita o desenho de políticas inteligentes e inovadoras. É verdade que no ano que agora está a terminar conseguimos reduzir em cerca de 15 mil o número de jovens nesta situação, mas ainda estamos a falar de largas dezenas de milhares de pessoas que merecem uma oportunidade", considerou.

Relativamente ao "Impulso Jovem", Passos Coelho mencionou este programa lançado em 2012 para vigorar até ao final de 2013 abrangeu, até novembro deste ano, "um total de 90 mil jovens" e que, "segundo avaliações recentes, 67% dos jovens que são abrangidos por estes estágios conseguem entrar para o mercado de trabalho num espaço de três meses após a sua conclusão".

O novo programa "Garantia Jovem" tem como objetivo assegurar a todos os jovens até aos 25 anos ofertas de emprego ou formação no prazo de quatro meses após ficarem em situação de desemprego ou concluírem o ensino, referiu.

O Governo decidiu "estender o programa até aos 30 anos de idade, o que aliás acabou por ser corrigido no 'Impulso Jovem'", assinalou.

O executivo pretende criar "incentivos de regresso à escola", tendo em conta os "índices inaceitáveis de abandono escolar e qualificações escolares médias muito baixas" nacionais.

"Vamos garantir condições para o cumprimento da escolaridade obrigatória até ao 12º ano ou até aos 18 anos", disse. "A educação e formação de adultos, a desenvolver pelas escolas e pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, permitirá a aquisição de uma certificação escolar de nível secundário e uma certificação profissional", acrescentou.

13.11.13

Impulso Jovem apoiou mais de 77 545 jovens até ao final de Outubro

in iOnline

O Governo apresentou em junho a reformulação do programa, com o objetivo de o simplificar e alargar a mais jovens portugueses

O programa de apoio à empregabilidade ‘Impulso Jovem’ abrangeu, até ao final de outubro, mais de 77.545 jovens, a grande maioria com idades até aos 24 anos, segundo dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Os dados publicados no site do IEFP indicam que o programa apoiou a contratação de 5.903 jovens e a frequência de 20.703 estágios emprego até ao final de outubro.

“Deu impulso à concretização de 1.139 ideias de negócio de jovens empreendedores e qualificou 49.800 jovens através de medidas de formação profissional”, precisa o instituto.

Destes jovens, 50.013 têm até 24 anos e 27.532 até 30 anos.

O Programa Impulso Jovem, assente num conjunto de medidas de incentivo e estímulo ao empreendedorismo e à criação do próprio emprego, constitui-se como um plano estratégico de apoio à empregabilidade jovem.

O Governo apresentou em junho a reformulação do programa, com o objetivo de o simplificar e alargar a mais jovens portugueses.

O Conselho de Ministros aprovou no início de junho de 2012 este programa, que envolve mais de 344 milhões de euros e tem como meta abranger cerca de 90.000 jovens desempregados.

Na terça-feira, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho referiu que o programa ‘Impulso Jovem’ arrancou "com muitas dificuldades" e teve de ser "ajustado mais do que uma vez", mas que nos últimos meses o desempenho tem sido "mais positivo".

Passos Coelho, que falava na segunda conferência europeia sobre emprego jovem, que decorreu em Paris, reiterou ainda que o novo programa europeu, 'Garantia Jovem', deverá estar em funcionamento já no início de 2014.

No Conselho Europeu de junho, os líderes europeus acordaram antecipar para 2014 e 2015 a disponibilização da verba de seis mil milhões de euros destinada à 'Garantia Jovem', inicialmente prevista para o período 2014-2020.

De acordo com o Eurostat, o desemprego jovem em Portugal manteve-se em setembro nos 36,9%, sendo o sexto valor mais elevado na União Europeia, atrás da Grécia, Chipre, Croácia, Itália e Espanha.

Segundo o gabinete oficial de estatísticas da União Europeia, em setembro encontravam-se desempregados 5.584 milhões de pessoas entre os 28 Estados-membros, 3.548 milhões das quais na zona euro.

8.10.13

Impulso Jovem já abrangeu 60 mil e deu emprego a 8.300

Por: tvi24

13 mil jovens estiveram integrados em estágios profissionais

O programa de promoção da empregabilidade Impulso Jovem abrangeu até setembro mais de 60 mil jovens, 13 mil dos quais através de estágios profissionais, que deram emprego a 8.300, revelam dados divulgados pelo Ministério da Solidariedade.

«Graças a um reforço na execução 60.142 pessoas já estiveram integradas na Medida Impulso Jovem», refere o Ministério em comunicado.

De acordo com o balanço do Governo, cerca 13 mil jovens estiveram integrados em estágios profissionais com o objetivo de «favorecer a integração no mercado de trabalho».

«A taxa média de empregabilidade é de 64%, pelo que cerca de 8.300 jovens terão concretizado a integração no mercado de trabalho, após o estágio», refere o documento.

Cerca de 3.400 jovens foram ainda admitidos no mercado de trabalho devido às medidas de apoio à contratação do Impulso Jovem.

«Para assegurar o sucesso destas medidas o Governo acautelou a verba de 215 milhões de euros, enquanto investimento já comprometido para a prioridade do combate ao desemprego Jovem», diz o mesmo comunicado.

O Governo apresentou em junho a reformulação do programa Impulso Jovem, com o objetivo de o simplificar e alargar a mais jovens portugueses.

O programa apoia a empregabilidade dos jovens através dos Estágios Emprego; com a diminuição dos custos associados à contratação de jovens, através do reembolso da taxa social única e do estímulo 2013; o apoio do empreendedorismo como uma via alternativa à vertente mais tradicional de trabalho por conta de outrem; e com o apoio da qualificação profissional dos jovens através da formação profissional.

O Conselho de Ministros aprovou no início de junho de 2012 o programa Impulso Jovem, que envolve mais de 344 milhões de euros.

De acordo com o Eurostat, o desemprego jovem em Portugal recuou para os 36,8% em agosto, face aos 37,7% verificados em julho. O número de desempregados com menos de 25 anos passou, assim, de 139 mil para 136 mil.

A taxa de desemprego em Portugal desceu ligeiramente em agosto face a julho, de 16,6% para 16,5%, mantendo-se como a quinta mais elevada da União Europeia, segundo os dados divulgados pelo Eurostat.

17.7.13

Impulso Jovem tornou-se mais simples. Saiba como

Por Ana Margarida Pinheiro, Dinheiro Vivo

Depois de alterar em março a abrangência do Impulso Jovem – mais pessoas elegíveis, mais regiões abrangidas e mais entidades promotoras -, o governo veio agora torná-lo mais simples.

O programa passa, assim, a poder apoiar a empregabilidade dos jovens através de quatro vias: Estágios Emprego, com a diminuição dos custos associados à contratação de jovens, através do reembolso da taxa social única e do estímulo 2013; apoio ao empreendedorismo como uma alternativa ao trabalho por conta de outrem e apoio à formação e qualificação profissional.

A ideia do governo é que o Impulso Jovem possa abranger 120 mil pessoas até aos 30 anos de idade que estejam sem emprego. “Esta missão de combate ao desemprego jovem é absolutamente prioritária para o governo”, afirmou hoje, na apresentação do programa o ministro Álvaro Santos Pereira, acrescentando que este “flagelo social tem de ser combatido de forma mais eficaz envolvendo também a sociedade civil”.

Um programa mais simples
Os seis programas de estágios existentes até agora serão fundidos num único programa de forma a que as entidades empregadoras tenham maior conhecimento das medidas existentes e possam aderir a este sistema mais facilmente.

Estes estágios são alargados a todas as áreas de atividade em território continental. Serão remunerados e conferem ainda apoios no pagamento da TSU às entidades empregadoras envolvidas, esta comparticipação pode ir dos 80% aos 100% do valor a pagar.


Novas opções para responder ao desemprego
Haverá uma resposta integrada de combate ao desemprego jovem através de quatro eixos fundamentais.

1 - Estágios profissionais
Estes consistem na colocação de jovens qualificados no mercado de trabalho através de estágios emprego que serão remunerados e com duração de 12 meses, mais uma vez em todos os setores de atividade.

2 - Apoios à contratação
Serão disponibilizadas novas ferramentas de atratividade à contratação de jovens através da diminuição dos custos associados à sua contratação que pode acontecer através do reembolso da Taxa Social Única e do Programa Estímulo 2013.

3 - Apoios ao empreendedorismo
Os jovens com uma ideia de negócio também serão ajudados de forma a que a criação de um projeto próprio possa ser uma alternativa ao trabalho por conta de outrém.

4 - Formação Profissional
A qualificação profissional também será estimulada, sendo que o governo pretende dar maior enforque numa aprendizagem DUAL.

18.6.13

Governo quer envolver 120 mil no Impulso Jovem em evento marcado por protestos

in Jornal de Notícias

O ministro da Economia afirmou hoje o objetivo de envolver "no próximo ano" 120 mil jovens no programa de emprego Impulso Jovem, cuja reformulação foi hoje apresentada num evento marcado por protestos de um grupo de jovens.

Álvaro Santos Pereira conduzia a sessão de apresentação da reforma do programa Impulso Jovem, quando foi interrompido por um grupo de quatro jovens com cartazes a exigirem emprego com frases como "trabalho, sim; estágios não", "queremos trabalho" e "Governo rua".

"É por isso que estas iniciativas são tão importantes", respondeu Álvaro Santos Pereira aos protestos, sublinhando o apelo exibido por um cartaz levantado por um dos quatro jovens que o interromperam. "Estes jovens têm toda a razão quando dizem 'queremos trabalho'", reforçou o governante.

Álvaro Santos Pereira deixou ainda um balanço das políticas de emprego jovem em 2012, apontando terem sido registadas 18.404 candidaturas ao programa Impulso Jovem, das quais 11.391 aprovadas. O ministro referiu ainda terem sido apresentadas 11.000 candidaturas a estágios, das quais mais de 9 mil aprovadas.

Os apoios às empresas, como o reembolso da Taxa Social Única em resposta à integração de jovens desempregados recebeu 4.000 candidaturas, das quais 2.000 foram aprovadas, e as ajudas à internacionalização suscitaram o interesse de 2.200 empresas.

A reforma do "Impulso Jovem" aproxima o programa português do programa europeu "Garantia Jovem" e das recomendações da União Europeia, sublinhou Santos Pereira.

O programa apoiará a partir de agora a empregabilidade dos jovens através de quatro vias: por via dos Estágios Emprego; com a diminuição dos custos associados à contratação de jovens, através do reembolso da taxa social única e do estímulo 2013; com o apoio do empreendedorismo como uma via alternativa a vertente mais tradicional de trabalho por conta de outrem; e com o apoio da qualificação profissional dos jovens através da formação profissional.

O Conselho de Ministros aprovou no início de junho de 2012 o programa "Impulso Jovem", que envolve mais de 344 milhões de euros.

A taxa de desemprego jovem está em 40,7%, contra 24,2 na zona euro, segundo dados do Eurostat relativos ao primeiro trimestre do ano.

Governo simplifica "Impulso Jovem"

in Jornal de Notícias

O Governo apresenta esta terça-feira novidades sobre o programa de combate ao desemprego "Impulso Jovem", pretendendo o Executivo uma "simplificação" do programa de modo a garantir empregos e estágios a mais jovens portugueses.

De acordo com declarações à agência Lusa do diretor executivo do programa, Vítor Moura Pinheiro, o objetivo é "continuar a apoiar o maior número possível de jovens", o que tem sido possível com alterações pontuais promovidas inclusive com a "preciosa ajuda" dos parceiros sociais.

A partir de agora haverá somente um programa de estágios profissionais, os Estágios Emprego, ao invés dos seis programas de estágios existentes até agora.

O objetivo do Governo passa por simplificar e facilitar a vida às entidades empregadoras contribuindo, assim, para a internalização de jovens no mercado de trabalho.

De acordo com Vítor Moura Pinheiro, houve até ao momento 19 mil candidaturas ao programa "Impulso Jovem", 12 mil das quais aprovadas.

O valor, reconhece, "subiu exponencialmente" desde fevereiro, quando se chegou a "mais jovens, entidades e território" com mudanças então aplicadas.

O Governo pretende agora apresentar o "Impulso Jovem" no contexto da futura institucionalização da "Garantia Jovem" e das recomendações da União Europeia.

O programa apoiará a partir de agora a empregabilidade dos jovens através de quatro vias: por via dos Estágios Emprego; com a diminuição dos custos associados à contratação de jovens, através do reembolso da taxa social única e do estímulo 2013; com o apoio do empreendedorismo como uma via alternativa a vertente mais tradicional de trabalho por conta de outrem; e com o apoio da qualificação profissional dos jovens através da formação profissional.

O Conselho de Ministros aprovou no início de junho de 2012 o programa "Impulso Jovem", que envolve mais de 344 milhões de euros.

22.4.13

Miguel Gonçalves. “Muitos dos desempregados não querem trabalhar ou são maus a fazê-lo”

Por Pedro Rainho, in iOnline

O “embaixador” do programa Impulso Jovem confessa que a polémica à sua volta já deixou a mãe em lágrimas, mas não desiste

Miguel Gonçalves, a escolha do governo para “embaixador” do programa Impulso Jovem (IJ), não tem medo de ser polémico. A prová-lo, a afirmação de que há de-sempregados que não trabalham porque não querem. Durante quase uma hora de entrevista, de Braga, via skype, por duas vezes Miguel Gonçalves vira o portátil para mostrar a equipa com quem trabalha diariamente na empresa que fundou há dois anos, Spark. O discurso sai à velocidade do pensamento. A mesma velocidade com que Miguel Relvas, que o convidou para o cargo, desapareceu do governo.

Ainda é “embaixador” do programa Impulso Jovem?

Sim, mantenho esse trabalho e estou a apresentá-lo às universidades. Esta semana já estive com quase 500 pessoas a apresentar o programa.

Estava à espera da saída do ministro Miguel Relvas do governo apenas uns dias depois de o ter convidado para esse cargo?

Não estava nada à espera, não sabia. Foi uma situação estranha, desconfortável. Tudo o que é política, não percebo muito e foi um bocado imperceptível, no início.

O que o levou a aceitar o cargo?

A nossa empresa está ligada a este ramo de actuação e temos feito isto com muitas centenas de pessoas, muitas oportunidades de trabalho criadas. Esta oportunidade pareceu-me evidente para fazer chegar a mensagem e o programa ao mercado. Aquilo tem um potencial transformativo muito grande e não estava a ser capitalizado.

Disse que o IJ era uma ferramenta para mudar Portugal. Em que sentido?

Este programa tem um valor muito significativo para permitir a quase 100 mil jovens entrar no mercado de trabalho. Muda a vida deles, muda a vida das famílias deles e muda a vida das empresas para onde forem trabalhar. E, ainda por cima, o valor que está disponível vem de fundos comunitários. Se nós não investirmos o dinheiro, temos de o devolver.

Olhando para os mais de 10 mil candidatos, o que pensa de esta ser a única forma para entrarem no mercado de trabalho?

Essa não é a leitura certa.

Que leitura faz?

Há duas leituras fortes que podem ser discutidas. Ponto número um: parece- -me grave que, existindo 161 mil jovens no desemprego, só 10 mil se tenham inscrito. O programa claramente não chega ao mercado, às empresas e aos jovens.

Não está a ser comunicado?

Começou a ser comunicado há pouco tempo. Ponto número dois: o que isto nos diz não é que estes jovens têm de se inscrever nisto para alavancarem a sua carreira. É a mesma coisa que ir aos saldos. Não é por um artigo estar em saldos que faz dele um melhor artigo. É o mesmo, só que naquela época específica, por um conjunto de condições, é mais barato comprar aquele produto. Aqui é exactamente a mesma coisa. Isto é uma vantagem muito forte para empresas, porque tem benefícios financeiros enormíssimos.

Que percentagem de jovens vai continuar nas empresas, no fim do estágio?

O programa não termina aqui. Supõe que eu tenho um estágio no i durante um ano. Vou ter um salário, o i vai pagar--me apenas a TSU. O que vai acontecer depois do estágio, se o i gostar do meu trabalho, é que vai ter apoios à minha contratação. Ou seja, não é uma coisa que se circunscreve àqueles 12 meses, tem continuidade depois.

E no fim do estágio, quantos ficam?

Seria astrologia, estar a falar sobre isso. Mas nem que sejam, ao limite, 50%, já é uma coisa com potencial transformativo. A grande oportunidade do IJ - e é isto que estou a transmitir ao mercado - é que tens a possibilidade de ir para uma empresa, durante um ano.

Isso não é uma perversão do mercado? Ter pessoas a preço de saldo a desempenhar funções que são necessárias à empresa.

Há aqui um conjunto de questões, sobre se isto são ou não almofadas sociais, se isto é ou não perverso. Isso seria outra discussão que nos levaria para sítios imprevistos. O que me importa, neste momento, é que isto existe, está em cima da mesa, podemos trabalhar com o programa, mudar a vida destes jovens e destas empresas. Parece-me interessante pensar que aquilo que temos neste momento é isto, um programa que tem benefícios fortes e extraordinários. Porque não capitalizá-los? Apenas porque não resolve os problemas todos?

E se resolver problemas só a prazo?

Se 50% daquelas pessoas que vão fazer programas de trabalho ficarem e tiverem oportunidade de continuar naquelas organizações, aqueles 50 mudam de vida, e os outros 50 que não ficam estiveram um ano a trabalhar. Sabes que, às vezes, quando se fala de desemprego e de carreira, uma das coisas que não se discute é que há um problema grave em não trabalhar, que não é apenas não ganhar dinheiro.

Que problema é?

O custo de oportunidade que representa tu estares parado sem de-senvolver competências, sem ir ao mercado, sem aprender com pessoas mais experientes do que tu...

Tem contactado diariamente com jovens. Que estados de espírito lhe têm chegado?

Uma das coisas que me parece evidente é que há demasiados mitos. Há muitas pessoas que deixam de correlacionar esforço com retorno. Há muitos jovens nas universidades que acreditam que em Portugal não há oportunidades de trabalho, que não vale a pena estudar porque depois os licenciados estão desempregados. Isto é absolutamente mentira, um mito. Todos os dias há muito trabalho disponível no mercado, há muitas empresas que semanalmente entram em contacto comigo porque estão fartas de procurar e não encontram pessoas boas.

A realidade empresarial que conhece não poderá ser a face boa do negócio?

Tenho muita dificuldade em acreditar que alguém em Portugal tenha um know--how empírico tão vasto daquilo que temos vindo a desenvolver. São mesmo muitas.

E em todos os casos ficou com a ideia de que o esforço compensa?

Neste dois anos trabalhámos intimamente com 700 empresas e eu tenho visto um bocado de tudo. Empresas que abdicam do que têm para partilhar com os colaboradores, até empresas que não tratam o melhor que podem os seus colaboradores.

E qual é a regra?

É um mito absoluto de que as empresas são monstros que exploram pessoas. Isto é de quem não conhece minimamente o mercado, de quem não está no mercado, de quem conhece uma fatia de mercado muito pequena. Tenho experiências absolutamente ímpares sobre o que é criar boas culturas nas empresas e tratar bem os colaboradores, conheço muitos casos desses.

Mas admite que há muita gente que bate a várias portas e não consegue arranjar emprego?

É como digo: não chega. Bateres à porta de cinco ou seis empresas e ouvires um “não queremos trabalhar contigo” não chega. Deviam ser cinco ou seis por dia. É um mito muito grande as pessoas dizerem que não há trabalho.

Um mito?

Há um bom motivo para esse mito: a maior parte do que está disponível no mercado não está anunciado. Nos Estados Unidos, 60 a 80% do trabalho não chega a anúncios. Em Portugal não tenho estatísticas, mas estimo que seja qualquer coisa desse género. É muito caro para uma empresa criar um anúncio. Eu vou lançar um anúncio agora e, se calhar, vou ter 600 ou 700 candidaturas. E agora tenho de pegar nessas candidaturas, no CV, escolher 20 pessoas para chamar a uma entrevista. Isto é obsceno.

Resolver os 40% de desemprego jovem passa por as pessoas levantarem-se e irem bater mais às portas?

A primeira coisa a perceber é que as empresas, ponto um, não são todas iguais. Trabalhamos num país em que 64% das empresas só têm quatro pessoas, 87% não têm mais que nove. Ou seja, a esmagadora maioria do teu tecido empresarial é constituída por pequenas empresas, com menos de nove pessoas. Às vezes, acho que as pessoas cometem o erro de miopia, de pensar que o desemprego é todo igual. Não é. Nós temos identificados os principais motivos pelos quais as pessoas estão desempregadas.

Quais são?

O primeiro é o de pessoas que não pensam bem o mercado, que têm um erro de análise tremendo. São pessoas de direitos que se esquecem dos seus deveres e esperam que as empresas as convidem a juntar a elas. Estão permanentemente à espera que os outros lhes resolvam o problema. Isto acontece, não é um mito, é real. Tenho a caixa de correio cheia de exemplos destes. Depois, tens pessoas que se formaram numa área que neste momento desapareceu. Supõe, engenheiros civis, professores de português-alemão, professores de história. Pessoas que vendem um produto no mercado e que não têm absorção. Estás a vender uma televisão a preto e branco quando o mercado compra televisões a cores.

E nesses casos, qual é a solução?

Há três soluções muito simples. Ou vais vender aquilo que actualmente vendes noutro sítio. Ou começas a vender outra coisa. Ou melhoras a forma como vendes. Não há mais.

Quais são os outros motivos para o desemprego?

Haver pessoas que não vendem o produto que o mercado compra. Tu és jornalista no i, tens não sei quantos anos de experiência. Mas uma coisa que deves sentir, agora que trabalhas há algum tempo, é que não é por teres um curso de jornalismo que és jornalista. Não é por uma pessoa acabar um curso de gestão que é gestor de empresas.

Que valor tem o canudo?

Representa uma ferramenta. O que tens de fazer é continuar a adicionar valor ao produto que já tens, ao que já desenvolves, até o mercado te pagar o que aches ser suficiente. Acabaste agora uma licenciatura em gestão, vais ter de trabalhar até seres gestor. É o mesmo que ir a um stand de automóveis e ter um carro perfeito que não tem as rodas de trás. Garanto-te que não compras.

E para quem esteja no desemprego aos 40 anos?

Um senhor de 45 anos que trabalhou 25 anos na banca. Só conhece a banca, só trabalhou na banca. Recusa-se a trabalhar em qualquer outro mercado. O que sugiro a essa pessoa é que, ponto número um, consiga perceber de que forma as suas competências podem ser aproveitadas noutro mercado ou, ponto número dois, e porque ainda tem 20 anos de trabalho pela frente, aprenda a fazer outra coisa. E isto não é facilitismo. As pessoas confundem muitas vezes simplicidade com facilitismo. Uma coisa é ser simples tomar a decisão. Ou quero, ou não quero. É simples. Outra coisa é ser fácil executar a tua decisão.

Ao ouvi-lo, fica a sensação de que o desemprego é um problema individual e não estrutural.

Não é isso que eu considero. É exactamente o oposto. Não considero que o problema é teu, considero que a solução é tua. É muito diferente. Eu não considero que o problema do desemprego é dos desempregados, estou a dizer é que a solução para o desemprego é dos desempregados. Essa é que é a grande diferença. E, se calhar, pode chocar dizer isto, mas muitos dos que estão desempregados, estão desempregados porque, ponto número um, não querem trabalhar e, ponto número dois, são maus a fazê-lo.

Isso também é uma generalização.

Pois é, mas eu tenho uma pasta na minha caixa de correio que tem muitas dezenas de emails de pessoas que, se continuarem com aquele comportamento, nunca vão entrar no mercado.

Que comportamento?

Recebes um email de uma caixa de correio que se chama xanitaloirinha79 @hotmail.com. O assunto é “FW: candidatura espontânea”, com x. um email cheio de erros ortográficos. Tu queres trabalhar com esta pessoa? Às vezes, as pessoas pensam que os desempregados são pessoas extraordinariamente focadas, profissionais, rigorosas, cheias de fibra, de atitude e competência. Não são. É mentira.

É por isso que não compreende os protestos de rua?

Eu compreendo os protestos de muitas pessoas. Não compreendo é os protestos de quem não é suficientemente bom, recusa-se a tornar-se bom e pensa que é responsabilidade dos outros elas tornarem-se boas. De repente, sempre que falamos de desemprego, parece que nos esquecemos dos fenómenos das pessoas que vão às empresas pedir para carimbar no IEFP. Essas pessoas existem e são as milhares. Agora, se me disseres que há aqui uma fraude, há. Tu entras no sistema pedagógico dos três aos 23. Estudaste 20 anos, acabaste o curso e agora não consegues pegar num telefone e marcar uma reunião. Há qualquer coisa de terrivelmente perverso nisto.

Esse é um problema cultural.

Cultural, pedagógico, se calhar familiar, social - a todos os níveis. Não se justifica que uma pessoa de 23 anos não tenha trabalho. Eu não aceito isso. Percebo que as pessoas olhem para mim e digam: “Este tipo não é sensato. Está a dizer que os desempregados estão sem trabalho porque querem”. Não é isso que eu digo. Digo que muitos estão desempregados porque querem, outros porque não querem trabalhar, outros porque não sabem o que é preciso para trabalhar, outros porque têm muito talento mas não sabem mostrar ao mercado que têm talento.

E o que pensam os jovens disto?

Nas universidades, o que vês é que as pessoas estão com muito medo, porque vêem demasiada televisão.

O que significa isso?

Que as pessoas estão com medo porque pensam que não há trabalho. É mentira, há muito trabalho disponível.

Há quem olhe para a sua mensagem e considere que simplifica demasiado os problemas.

A melhor maneira de chegar a uma solução é simplificá-la. Se não simplificas o teu problema, estás a hiperbolizar a solução.

Tem viajado por diversos países. Esta mentalidade de que fala é tipicamente portuguesa?

Há uns anos, fizemos uma volta pela Europa, fomos a 30 cidades europeias, fazer couchsurf e conhecer pessoas da nossa idade. Aos 17, um tipo na Inglaterra está a sair de casa. Em Portugal, incorrendo numa generalização abusiva, há muita gente de 25, 30 anos a viver com os pais. Há muitos estudantes que chegam à sexta-feira a casa, atiram a mala para o chão e agora a mãe que lave. Isto é de tolos.

Tiveste uma educação rígida. A mudança também passa por aí?

Claro. Tive, por um lado, a sorte de ter um pai muito duro. Sempre me disse “queres, compra”.

Não te dava o dinheiro, é isso?

Não. “Trabalha, desenrasca-te”. Eu comecei a trabalhar muito cedo. Habituei-me a ter os meus projectos e a ganhar o meu dinheiro. Quando fui para a faculdade paguei as minhas propinas, apesar de durante um ano ter tido uma bolsa de cento e poucos euros. Parece que caiu o Carmo e a Trindade quando disse que as pessoas, mais que não seja, têm de vender pipocas. Estou cheio de gente que com 19 anos serviu à mesa e hoje são CEO e fundadores de grandes empresas. Uma pessoa de 20 anos que nunca trabalhou vai ter problemas graves na vida.

O que o leva a dizer que os trabalhadores têm demasiados direitos?

Tenho a Dinamarca. Que idade tens?

Vinte e seis.

Um tipo da tua idade, da minha idade, na Dinamarca, quando vai para uma empresa, não é contratado para trabalhar 11 meses e ganhar 14. Muitos deles são convidados a criar a sua própria empresa. E prestam um serviço. Enquanto for bom, é bom. Quando deixar de ser bom, vai para outro sítio. Nos Estados Unidos funciona de uma forma mais ou menos parecida. Contracts at will, significa que eu trabalho nesta empresa enquanto tiver vontade.

Não é legítimo que se construa uma carreira com direito a fins-de-semana e a horários definidos?

Não é legítimo que a Blockbuster tenha fechado, depois de tantos anos no mercado? Não é justo que eles ficassem abertos?

O facto de se estar naquelas condições não significa que se é menos profissional.

Eu não estou a dizer isso, nem pressuponho isso.

Mas associa a ideia a um certo conformismo.

Eu trabalho ao ritmo que trabalho e as horas todas que trabalho por dia, sete dias por semana, porque é uma opção minha, com os desafios e exigências que se colocam para erguer uma pessoa, num país que tem contribuições brutas e grossas como este, e num país que tem este ambiente económico tão comprimido. Ou eu trabalho a este ritmo, ou não posso ter uma empresa com 12 pessoas. Nem toda a gente tem de fazer isso. Mas quem trabalha pouco não pode querer a mesma coisa de quem trabalha muito. Esse é que é o problema. E sim, as pessoas precisam de fins-de-semana e de equilíbrio. O segredo não é trabalhar muito, é trabalhar bem. Mas se trabalhas muito e bem, é uma combinação muito competitiva.

Já chegou a pensar: “Este país não é para mim”?

Sim, ainda agora. Passamos o tempo a dizer que Portugal é gerido por maus políticos e pessoas sem escrúpulos e corruptas. Não sei se é ou se não é. Falo por mim, sei os motivos pelos quais estou a fazer isto, decidi não ser pago para manter a minha absoluta e integral independência, porque o meu cliente é o meu país, não é o governo. Prefiro manter a minha independência e poder dizer o que penso do governo, porque se fosse pago não o poderia fazer. Foi uma opção minha. Andas a trabalhar com esta intensidade há tanto tempo para criar tantas centenas de postos de trabalho, de borla, e, depois, são precisamente esses tipos que me partem as pernas todas. Chegas a casa e tens a tua mãe daquela forma, em lágrimas. Dá vontade de dizer que não estou para isto.

Não tem sentido gratidão pelo trabalho?

Há muita gente a insurgir-se contra e, eles sim, estão a simplificar o discurso. Do outro lado também está a bipolarizar e está a reunir-se uma tribo de pessoas que nos conhece, os nossos clientes e parceiros, que nos estão a manifestar muito apoio. Porque esses conhecem-nos, esses já trabalharam connosco. Sabem que somos obsessivos. Mas tu pensas: “Eu vou estar aqui sujeito a isto, para quê? Porque é que não vou trabalhar para Silicon Valey?”. Estive lá há um mês e tive propostas de trabalho.

Porque é que continua por cá?

Aconteceu uma coisa curiosa. Esta cólera toda e esta reacção tão adversa, tão negativa das pessoas está-me a redobrar o sentimento de missão. Porque se as pessoas, com base em tão pouco, deduzem tão mal, se calhar a gravidade do problema é ainda maior. E eu percebo as pessoas, que elas estejam revoltadas e tristes e desiludidas. Não percebo quem não quer trabalhar. E para esses, digo- -te, não tenho paciência nenhuma. Não tenho problemas nenhuns em dizer que há muita gente em Portugal que não trabalha porque não quer, porque não sabe trabalhar ou porque não tem as competências necessárias. Não é um mito, é o que eu vejo e me transmitem todos os dias. Mas, ao mesmo tempo, também vejo muitos que vão curar o cancro, há muitos que vão competir com o Google.

2.4.13

Governo escolhe criativo para apadrinhar Impulso Jovem a "custo zero"

in Jornal de Notícias

Apresentando-se como "um rapaz simples", que "acredita em sonhos e super-heróis", Miguel Gonçalves foi abordado pelo ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, para ser, "sem remuneração", a nova cara do programa de estágios lançado em agosto pelo Governo.

O objetivo, segundo explicou Miguel Relvas, é conseguir dar "uma lufada de ar fresco" ao Impulso jovem, que no último mês depois de alterações que alargaram nomeadamente a duração do programa (até aos 12 meses) e o âmbito geográfico, conseguiu crescer 60%.

Até 26 de março, o programa tinha recebido 10190 candidaturas, num valor que compara com as 3387 candidaturas conseguidas até janeiro, das quais 1905 relativas a estágios na administração pública.

"Estou convencido que atingiremos números animadores até ao fim de 2013", disse Miguel Relvas em conferência de imprensa, optando por não se comprometer com metas.

Segundo o ministro, a escolha de um embaixador com o perfil de Miguel Gonçalves, que confessou ter conhecido através do YouTube, prendeu-se com o facto de o Executivo estar convencido que é necessário continuar a divulgar o programa de combate ao desemprego.

"O discurso de Miguel Gonçalves vai ser mobilizador. Cada jovem com sucesso serve de exemplo para multiplicar. Escolhi a pessoa certa na hora certa para este programa", realçou o ministro na sessão, que contou também com a presença do ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira.

Confessando "não perceber nada de política" e nunca ter feito um curriculum vitae, Miguel Gonçalves diz que "sabe bem o que fazer para agarrar a maçã com força e dar a volta por cima" e prometeu "arregaçar as mangas" para chegar aos jovens de todo o país que precisam de uma oportunidade para entrar num mercado de trabalho cada vez mais difícil.

"Fazer chegar a todos estes jovens que estudar é bom e que os desempregados não estão todos licenciados", disse.

O argumento da falta de dinheiro para pagar propinas também não convence o fundador da Spark Agency, uma agência de criatividade especializada na criação de soluções de comunicação interna em grandes empresas.

"Eu paguei as minhas propinas a trabalhar. Estudar em Portugal não é como em Stanford, que custa 45 mil euros por ano. A um jovem estudar custa 1200 ou 1300 euros por ano, são 100 euros por mês. Amigo, se tu com 20 anos não consegues fazer 100 euros por mês para pagar o que estudas vais ter muitos problemas na vida, muito maiores do que esse", disse.

"Ninguém deve deixar de trabalhar porque não tem dinheiro. É um mito. Até a vender pipocas no centro comercial se arranja dinheiro para pagar 100 euros por mês", concluiu.

A taxa de desemprego, em fevereiro de 2013, estabilizou nos 12% na zona euro e nos 17,5% em Portugal, que continua a apresentar a terceira taxa mais alta, segundo dados divulgados pelo Eurostat.

Já no conjunto dos 27 países da União Europeia (UE), o gabinete oficial de estatísticas da UE regista uma ligeira subida de 0,1 pontos para os 10,9% em fevereiro, por comparação a janeiro.

Em relação a Portugal, é a primeira vez que a taxa de desemprego não aumenta pelo menos desde agosto de 2012.

15.3.13

Governo espera que 45 mil jovens beneficiem do programa Impulso Jovem até ao Verão

in iOnline

O Governo espera que mais de 45 mil jovens possam beneficiar, até ao verão, do programa Impulso Jovem, cerca de metade do objetivo previsto, disse hoje, em Bruxelas, o primeiro-ministro.

"Espero que, dos cerca de 90 mil jovens que o programa [Impulso Jovem] pretenderia abranger, até ao verão, possamos cumprir mais de metade desse objetivo", afirmou Pedro Passos Coelho, em conferência de imprensa, no final da primeira sessão de trabalhos da cimeira de líderes europeus dedicada às políticas económicas e ao desemprego.

O primeiro-ministro reconheceu que o programa teve um "desempenho bastante deficiente nos seus primeiros três meses de vida", tendo sido reavaliado em conjunto com os parceiros sociais no final de 2012 e, assumido, a partir de janeiro, "uma resposta bastante mais positiva", em resultado das alterações que foram feitas.

Passos Coelho explicou que, no âmbito das alterações que foram feitas, foram removidos alguns "obstáculos", entre os quais o facto de os jovens precisarem de estar inscritos há pelo menos quatro meses nos centros de emprego para poderem apresentar a sua candidatura.

O primeiro-ministro recordou ainda que, até ao início desta semana, o Impulso Jovem contava com 8.400 candidaturas aceites, um aumento de "quase 40% das candidaturas no primeiro mês subsequente às alterações que foram introduzidas".

De acordo com os últimos dados divulgados pelo INE, a taxa de desemprego entre os jovens em Portugal continua a subir e chegou no quarto trimestre aos 40%, afetando 165 mil pessoas entre os 15 e os 24 anos.

12.3.13

Impulso Jovem tem cerca de 8 mil candidaturas aceites

in iOnline

O programa Impulso Jovem conta com cerca de 8.000 candidaturas aceites à data de hoje, com o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, a destacar a importância deste apoio no combate ao desemprego jovem.

No terreno, de acordo com os dados hoje avançados por Miguel Relvas, estão cerca de 4.500 jovens que já iniciaram os seus estágios ao abrigo do programa lançado em agosto pelo Governo.

De acordo com o ministro, que falava durante a assinatura de um protocolo do Impulso Jovem com associações ligadas aos meios de comunicação social, o “inimigo invisível” do programa tem sido a burocracia.

Ainda assim, Miguel Relvas acredita que o programa está no bom caminho, com os resultados a melhorarem, e que com a intensificação da divulgação alcançará “valores elevados” em termos de adesão.

“Os recursos são escassos, mas devemos mobilizá-los”, sublinhou o governante, pedindo às associações signatárias do protocolo que comuniquem à tutela sempre que encontrarem qualquer dificuldade em aceder ao programa.

O programa Impulso Jovem foi lançado em agosto, mas algumas medidas só ficaram disponíveis mais tarde.

De acordo com os últimos dados divulgados pelo INE, a taxa de desemprego entre os jovens em Portugal continua a subir e chegou no quarto trimestre aos 40%, afetando 165 mil pessoas entre os 15 e os 24 anos.

O protocolo hoje celebrado contou com as assinaturas da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã, Associação da Imprensa Diária, Associação Portuguesa de Imprensa, Associação Portuguesa de Radiodifusão e a Associação de Rádios de Inspiração Cristã.

8.3.13

Emprego jovem com novo Impulso. Governo quer atingir meta dos 90 mil

in RR

Novas regras já não obrigam a um tempo mínimo de inscrição no centro de emprego e alargaram os estágios de seis para 12 meses, podendo abranger jovens até aos 30 anos, por exemplo. Miguel Relvas fala em crescimento de 40% de adesões.

O Governo decidiu rever as regras do programa “Impulso Jovem”, de modo a chegar ao objectivo das 90 mil adesões. Em entrevista à Renascença, o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, mantém que “é uma preocupação muito grande o número elevado de jovens desempregados”.

“Sabemos que a solução total só será encontrada com o crescimento da economia e esse é um combate global a todo o desemprego, mas há medidas que têm sido lançadas no âmbito da formação profissional e do programa ‘Impulso Jovem’, que se iniciou em Agosto e foi ampliado há três semanas”, começa por afirmar o ministro.

Miguel Relvas adianta que, desde a alteração das regras, o programa teve “um crescimento de 40%”, ou seja, “mais de 7500 jovens que estão em estágios profissionais”.

Os jovens já não precisam estar inscritos no centro de emprego há, pelo menos, quatro meses e os estágios foram alargados de seis para 12 meses, podendo abranger jovens até aos 30 anos, embora a maior comparticipação nos apoios continue a ser para menores de 25.

As autarquias também podem candidatar-se no sector social e as empresas da região de Lisboa e Vale do Tejo, sem cobertura dos apoios comunitários, entram no programa financiadas com verbas do Instituto de Emprego e Formação Profissional.

Numa altura em que o desemprego jovem atinge quase 40% das pessoas com menos de 25 anos e as candidaturas ao programa do Governo estavam muito aquém das espectativas, o Executivo decidiu fazer alterações às regras.

Obrigatoriedade de criar emprego?
A secretária-geral da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal (CCP), Ana Vieira, lamenta que os erros não tivessem sido evitados e afirma que ainda está por resolver a obrigação de criação líquida de emprego, aspecto que admite ter sido um dos condicionamentos à adesão das empresas.

O ministro Miguel Relvas responde à questão, dizendo que o Governo “não exige a criação de emprego permanente, mas é fundamental que as empresas se empenhem”.

“Estes estágios profissionais são apenas isso numa primeira fase”, devendo depois criar-se “as condições para que as empresas possam, a médio prazo e com a revitalização da economia, absolver parte desses jovens”, acrescenta, na entrevista à Renascença, esta manhã.

20.2.13

Impulso fraco para atingir metas no emprego Jovem

por Daniel Rosário, em Bruxelas, in RR

Programa tem financiamento europeu até ao fim de 2013, mas vai continuar operacional durante mais dois anos. Desde Janeiro de 2012, apenas Irlanda e Lituânia registaram diminuição do desemprego jovem.

Em seis meses, 1.400 jovens beneficiaram do programa Impulso Jovem. O Governo pretende abranger 90 mil pessoas e envolver 4.500 pequenas e médias empresas, mas os dados apresentados à Comissão Europeia mostram que tal objectivo está longe de alcançado.

O programa foi desenhado com fundos europeus para combater o desemprego juvenil. Lançado em Agosto de 2012, está muito aquém dos objectivos traçados pelo Governo, que acaba de alargar o seu âmbito para poder abranger jovens até aos 30 anos, outras zonas do país e Câmaras Municipais.

Os dados foram transmitidos pelo Executivo português à Comissão Europeia numa reunião de balanço que decorreu no início de Fevereiro, em Bruxelas. Os representantes portugueses reiteraram a intenção de envolver os referidos 90 mil jovens nas diferentes acções previstas até ao final de 2015.

O programa tem financiamento europeu até ao fim de 2013, mas continuará operacional durante mais dois anos.

A possibilidade de reprogramar fundos europeus para acções específicas para combater o desemprego entre os jovens foi anunciada por Durão Barroso no final de Janeiro de 2012 e tinha como alvo os oito países da União Europeia (UE) com percentagens de desemprego mais elevadas entre os jovens com menos de 25 anos (Portugal, Eslováquia, Espanha, Grécia, Irlanda, Itália, Letónia e Lituânia).

Com o apoio técnico de Bruxelas, em Portugal foram reorientados 143 milhões de euros do Fundo Social Europeu, especificamente para financiar o Impulso Jovem, que conta com um orçamento de 344 milhões de euros.

Outros 500 milhões de euros de verbas dos fundos estruturais foram realocadas para apoiar iniciativas relacionadas com a criação de emprego, algumas das quais destinadas só aos jovens.

De acordo com dados da Comissão Europeia, desde então apenas dois dos países envolvidos, a Irlanda e a Lituânia, registaram uma diminuição do desemprego entre os jovens, enquanto nos demais o aumento foi generalizado.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), no caso português o ano de 2012 terminou com 161 mil jovens no desemprego, mais 27.500 do que em 2011, o que corresponde a uma percentagem de quase 40%.

14.2.13

Programa "Impulso Jovem" alarga-se a Lisboa e Vale do tejo

in Jornal de Notícias

As alterações que visam tornar mais abrangente o programa para promover a empregabilidade "Impulso Jovem" foram, esta quarta-feira, publicadas em Diário de República e vão entrar em vigor quinta-feira. Nas alterações publicadas, destaca-se o alargamento do programa à região de Lisboa e Vale do Tejo.

De acordo com fonte do gabinete do ministro adjunto e dos assuntos parlamentares, as alterações publicadas representam "um novo impulso para o Impulso Jovem".

"As alterações a algumas medidas do Plano Estratégico Impulso Jovem visam alargar ainda mais o número de destinatários, em que se destaca a abrangência da região de Lisboa e Vale do Tejo, procurando, assim, contrariar a tendência de aumento do desemprego entre os mais jovens", diz um comunicado emitido pelo gabinete do ministro Miguel Relvas, que coordena o programa.

O Impulso Jovem, destinado a promover a empregabilidade de jovens desempregados entre os 18 e os 30 anos, foi aprovado pelo Governo a 14 de junho e desenvolve-se em torno de três eixos: estágios profissionais, apoio à contratação e empreendedorismo e apoios ao investimento.

Entre as alterações publicadas esta quarta-feira, nomeadamente no âmbito dos Estágios Passaporte Emprego, consta o alargamento do programa à região de Lisboa e Vale do Tejo com verbas do orçamento do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

O alargamento da duração dos estágios de seis meses para 12 meses, a adesão a estágios de acesso a profissões regulamentadas por ordens profissionais e o alargamento da medida Passaporte Emprego Economia Social às autarquias locais são outras das alterações que vão entrar em vigor.

No âmbito do apoio à contratação de jovens por via do reembolso das contribuições para a segurança social, vai ser reduzido de 12 para seis meses o prazo de inscrição prévia dos jovens nos centros de emprego.

O Impulso Jovem tem como meta abranger cerca de 90 mil jovens desempregados.

De acordo com o documento de avaliação do programa distribuído aos parceiros sociais em meados de janeiro, no âmbito da VI reunião de acompanhamento do Impulso Jovem, tinham sido registadas 3387 candidaturas, e tinham sido abrangidos pelas medidas de empregabilidade 1356 jovens.

O mesmo documento refere que cerca de 40% dos jovens colocados em postos de trabalho no âmbito de medidas de Apoio à Contratação correspondem a contratos de trabalho por tempo indeterminado.

13.2.13

Governo alarga Impulso Jovem

Ângela Silva, in Expresso

No dia em que o desemprego atingiu um novo recorde - 1,2 milhões de pessoas - o Governo decidiu alargar o programa de apoio Impulso Jovem a todo o território nacional.

Na semana em que se sabe que o desemprego real em Portugal voltou a bater um recorde - 1,2 milhões de pessoas, segundo o Instituto Nacional de Estatística - entram em vigor as alterações ao Impulso Jovem - programa de apoio ao emprego jovem e às pequenas e médias empresas (PME) - que alargam este plano a Lisboa e Vale do Tejo, ficando assim abrangido todo o território nacional.

Os estágios profissionais remunerados em PME, para jovens com idades entre os 18 e os 30 anos, são alargados de seis para 12 meses; as autarquias passam a poder apresentar candidaturas para o sector social; cai a obrigatoriedade de inscrição dos jovens no Instituto de Emprego há pelo menos quatro meses; e haverá uma maior comparticipação nos apoios para jovens até aos 25 anos, os destinatários principais destes estágios.

Para reforçar os estímulos às empresas na contratação de jovens, o Governo prevê o reembolso das contribuições para a segurança social devidas pelas entidades empregadoras.

15.1.13

Governo quer alargar "âmbito de intervenção" de programa "Impulso Jovem"

in iOnline

O Governo quer alargar o "âmbito de intervenção" do programa de combate ao desemprego "Impulso Jovem", diz uma carta enviada aos parceiros sociais pelo ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.

De acordo com o texto, a que a agência Lusa teve acesso, que será hoje discutido entre o governante e os parceiros sociais na reunião mensal de acompanhamento do programa, Miguel Relvas enumera algumas alterações que o executivo pretende introduzir, "sem prejuízo das propostas que os parceiros sociais entendam apresentar".

O alargar do projeto à Região de Lisboa e Vale do Tejo, já revelado na segunda-feira, o prolongar da duração dos estágios apoiados, de seis para doze meses, e a extensão do "Impulso Jovem" às autarquias, "no âmbito da medida Passaporte Emprego Economia Social, nomeadamente, para o recrutamento de jovens e sua inclusão em programas de ação social", são algumas das novidades propostas pelo Governo.

"O caráter fulcral do emprego jovem no contexto da sociedade e da economia de Portugal requer uma capacidade de ação permanente por parte do poder executivo, no sentido de mobilizar as políticas públicas respetivas da forma mais adequada possível", escreve também Miguel Relvas na missiva endereçada na segunda-feira aos parceiros sociais.

O programa "Impulso Jovem", que envolve mais de 344 milhões de euros e tem como objetivo abranger 90 mil jovens, foi aprovado em julho pelo Conselho de Ministros e abrangeu, até agora, mais de quatro mil jovens desempregados.

Miguel Relvas atribui a reduzida adesão à falta de divulgação, área em que o Governo quis “ser austero”, mas que vai agora reformular para estimular a adesão de empresas e jovens ao programa.

“Vamos combater burocracia, avançar com o processo dos jovens estando menos tempo inscritos no centro de emprego e vamos aumentar a divulgação junto das empresas”, afirmou o ministro na segunda-feira em Santarém, durante a assinatura de um protocolo de implementação do programa com três associações.

8.1.13

Impulso Jovem. 412 empregos criados em menos de três meses

Por Catarina Falcão, in iOnline

Medidas do governo empregaram desde Agosto, 1189 jovens. 777 em regime de estágio

O programa Impulso Jovem empregou de Agosto a Novembro do ano passado 1189 jovens, no entanto, mais de 700 estão em regime de estágio profissional. O programa de estágios é mesmo a medida mais bem sucedida do pacote apresentado pelo gabinete de Miguel Relvas, já que representa 63% das vagas atribuídas a desempregados.

Em resposta a um requerimento do Bloco de Esquerda – feitopelas deputadas Ana Drago, Catarina Martins e Mariana Aiveca –, o gabinete do ministro-adjunto encarregue deste dossier, divulgou os números das medidas do Impulso Jovem. Nos Estágios Profissionais foram apresentadas 777 vagas – com 617 empresas a participar na iniciativa – para as quais concorreram 687 jovens. 59 candidaturas de jovens desempregados foram indeferidas.

Os estágios dentro do programa têm a duração máxima de seis meses e têm uma componente de formação profissional – pelo menos 50 horas. Ao fim desses seis meses, as empresas que celebrem um contrato sem termo com o antigo estagiário podem receber um prémio de integração que corresponde a seis vezes o valor da comparticipação dada pelo Instituto de Emprego na bolsa de estágio. Os jovens podem ganhar mensalmente durante o seu estágio, entre 419 a 943 euros, segundo o regulamento publicado em Diário da República.

reembolso das taxas Na medida de Apoio à Contratação de jovens desempregados, em que o governo faz o reembolso total ou parcial do valor da taxa social única paga mensalmente pelo empregador relativamente a cada trabalhador, houve 412 colocações. É de notar, no entanto, que dos 800 postos de trabalho disponíveis através desta medida, 490 prevê contratar a prazo.

O ministro da Economia Álvaro Santos Pereira admitiu no mês passado que o programa Impulso Jovem ficou aquém do esperado pelo governo e que por isso o executivo estaria a desenvolver novas medidas de incentivo à contratação dos mais jovens.

O governo está, neste momento, a avaliar novas medidas com o intuito de melhorar a «eficácia» do programa. Santos Pereira considerou a necessidade de avançar com uma reavaliação deste programa como normal, devido à implementação do programa ter sido feita há seis meses.

O Impulso Jovem foi aprovado em Junho e dispõe de 344 milhões euros de financiamento comunitário (FSE e FEDER). Estes fundos são provenientes da reprogramação do QREN. Estas medidas destinam-se a jovens entre os 18 e os 30 anos, com ou sem ensino secundário completo, licenciatura ou mestrado. O desemprego jovem atingiu no terceiro trimestre de 2012, 40% das pessoas entre os 15 e os 24 anos.

24.11.12

Programa "Impulso jovem" com mais de mil candidaturas

in Jornal de Notícias

O programa de combate ao desemprego "Impulso Jovem" superou, esta semana, as mil candidaturas deferidas, anunciou o Governo, que, com estes "resultados encorajadores" pretende agora "mais" do plano.

"Esta semana foi ultrapassado o número mil de candidaturas deferidas, confirmando a subida exponencial iniciada em setembro e confirmada com o lançamento da campanha na imprensa, rádio e internet", revela uma nota do gabinete do ministro Miguel Relvas.

O texto do gabinete do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares foi divulgado no dia em que o governante se reuniu com os parceiros sociais, à exceção da CGTP, no âmbito da Comissão de Coordenação e Acompanhamento do Programa "Impulso Jovem".

O número agora revelado, diz o Executivo, "já demonstra alguns resultados encorajadores", mas o Governo "pretende mais".

"Quando todas as medidas estiverem no terreno, com a ajuda dos parceiros na sua divulgação, os números serão bem mais interessantes", refere o gabinete de Miguel Relvas.

O Conselho de Ministros aprovou no início de junho o programa de combate ao desemprego "Impulso Jovem", que envolve mais de 344 milhões de euros e vai abranger 90 mil jovens.

O programa prevê, nomeadamente, uma redução da taxa social única (TSU) de 90%, até ao montante máximo de 175 euros, para as empresas que contratem a termo jovens desempregados de longa duração, por um período mínimo de 18 meses.

O 'passaporte emprego', que garante, no final de um estágio profissional de seis meses (com formação profissional mínima de 50 horas), um prémio de integração caso ocorra a celebração de um contrato de trabalho sem termo é outra das medidas do programa.

28.9.12

Impulso Jovem é de "difícil aplicação"

por Dinheiro Vivo

O secretário-geral da UGT, João Proença, reconheceu hoje que o programa do Governo de combate ao desemprego "Impulso Jovem" é de "difícil aplicação" face à realidade atual das empresas, mas acredita numa boa divulgação.

João Proença falava aos jornalistas no final da assinatura de um protocolo entre o governo e os parceiros sociais, à exceção da CGTP, de colaboração e divulgação do programa.

Reconheceu, contudo, que face ao atual contexto de crise e contenção das empresas, o programa será de "difícil aplicação".

Para o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) , António Saraiva, é importante "levar a informação o mais longe possível".

Questionado sobre o reduzido número de pessoas que até agora procuraram o programa, António Saraiva desvalorizou a questão referindo que o programa "nasceu há muito pouco tempo".

"Admito que com uma maior divulgação possamos captar o interesse de mais jovens", disse aos jornalistas.

Durante a cerimónia, o ministro-adjunto e dos assuntos parlamentares, destacou importância de o Governo desenvolver uma campanha de divulgação das medidas contidas no Impulso Jovem.

"Entendemos que esta campanha será tanto mais eficiente quanto mais for possível contar com o envolvimento de organizações mais diretamente ligadas aos seus beneficiários", disse.

A agência Lusa tentou saber junto do Governo quanto irá custar esta campanha de divulgação do programa "Impulso Jovem", mas tal não foi possível até ao momento.

Foram signatários deste protocolo o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, que preside à comissão de acompanhamento do programa, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP),a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a Confederação Empresarial de Portugal (CIP),a Confederação do Turismo Português (CTP)e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).

De fora fica a CGTP. A Intersindical considera que "aquele conjunto de medidas não resolve nada, é pura propaganda", disse à Lusa Joaquim Dionísio, da Comissão Executiva da CGTP, acrescentando que a Central "não quis colaborar na passagem dessa mensagem, quando o Governo está a tomar medidas que vão no sentido contrário à promoção do emprego".

De acordo com os últimos dados divulgados pelo Governo, até 22 de agosto foram apresentadas 84 candidaturas para estágios, das quais foram deferidas 27.

Para os apoios à contratação foram apresentadas 35 candidaturas de postos de trabalho, 24 das quais para contratos a termo e 11 para contratos permanentes.

O Conselho de Ministros aprovou no início de junho o programa de combate ao desemprego "Impulso Jovem", que envolve mais de 344 milhões de euros e vai abranger 90 mil jovens.

O programa prevê, nomeadamente, uma redução da taxa social única (TSU) de 90%, até ao montante máximo de 175 euros, para as empresas que contratem a termo jovens desempregados de longa duração, por um período mínimo de 18 meses.

O 'passaporte emprego', que garante, no final de um estágio profissional de seis meses (com formação profissional mínima de 50 horas), um prémio de integração caso ocorra a celebração de um contrato de trabalho sem termo é outra das medidas do programa.

1.8.12

'Impulso Jovem' dá às empresas "trabalho gratuito"

por Lusa, publicado por Ana Meireles, in Diário de Notícias

A CGTP considera que o programa que hoje entra em vigor, o 'Impulso Jovem', precariza o emprego e promove o "embaratecimento salarial", oferecendo às empresas "trabalho quase gratuito".

Os jovens entre os 18 e 35 anos, inscritos nos centros de emprego, poderão candidatar-se, a partir de hoje, a estágios profissionais ao abrigo do programa 'Impulso Jovem', de acordo com uma portaria publicada na terça-feira ao final do dia em Diário da República.

Numa reação a este programa, a central sindical entende, num comunicado enviado às redações, que "o objetivo [do 'impulso Jovem'] é o de precarizar o emprego e promover o embaratecimento dos custos com o trabalho, disponibilizando às empresas trabalho quase gratuito ou com salários muito baixos aproveitando a real e grave situação de muitos jovens, muitos dos quais com boas qualificações".

Quanto às medidas do 'Passaporte Emprego', estas "não se configuram como verdadeiros instrumentos de apoio à inserção dos jovens no mercado de trabalho" e, tal como se apresentam, "são apenas mais uma forma de exploração do trabalho de jovens qualificados", uma vez que as bolsas pagas são de "valor reduzido".

Nesta medida, a CGTP "discorda frontalmente de medidas como estas que apenas visam mascarar o desemprego e remeter os desempregados para ocupações precárias e mal pagas, num permanente círculo vicioso entre estágios, trabalho precário e desemprego".

O programa 'Impulso Jovem' foi aprovado a 06 de junho em Conselho de Ministros e possui um fundo superior a 344 milhões de euros e que cobre um universo de 90 mil jovens.

O Plano Estratégico de Iniciativas de Promoção da Empregabilidade Jovem e de Apoio às PME assenta em três pilares: estágios profissionais, apoio à contratação, à formação profissional e ao empreendedorismo, e apoios ao investimento, revela o comunicado do Governo.

O acompanhamento do Plano será garantido através de uma comissão presidida pelo ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.

O 'Impulso Jovem', visa responder ao desafio lançado por Durão Barroso durante o Conselho Europeu de janeiro, e visa reduzir o desemprego jovem nos países da União com taxas mais elevadas.