por Dinheiro Vivo
O secretário-geral da UGT, João Proença, reconheceu hoje que o programa do Governo de combate ao desemprego "Impulso Jovem" é de "difícil aplicação" face à realidade atual das empresas, mas acredita numa boa divulgação.
João Proença falava aos jornalistas no final da assinatura de um protocolo entre o governo e os parceiros sociais, à exceção da CGTP, de colaboração e divulgação do programa.
Reconheceu, contudo, que face ao atual contexto de crise e contenção das empresas, o programa será de "difícil aplicação".
Para o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) , António Saraiva, é importante "levar a informação o mais longe possível".
Questionado sobre o reduzido número de pessoas que até agora procuraram o programa, António Saraiva desvalorizou a questão referindo que o programa "nasceu há muito pouco tempo".
"Admito que com uma maior divulgação possamos captar o interesse de mais jovens", disse aos jornalistas.
Durante a cerimónia, o ministro-adjunto e dos assuntos parlamentares, destacou importância de o Governo desenvolver uma campanha de divulgação das medidas contidas no Impulso Jovem.
"Entendemos que esta campanha será tanto mais eficiente quanto mais for possível contar com o envolvimento de organizações mais diretamente ligadas aos seus beneficiários", disse.
A agência Lusa tentou saber junto do Governo quanto irá custar esta campanha de divulgação do programa "Impulso Jovem", mas tal não foi possível até ao momento.
Foram signatários deste protocolo o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, que preside à comissão de acompanhamento do programa, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP),a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a Confederação Empresarial de Portugal (CIP),a Confederação do Turismo Português (CTP)e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).
De fora fica a CGTP. A Intersindical considera que "aquele conjunto de medidas não resolve nada, é pura propaganda", disse à Lusa Joaquim Dionísio, da Comissão Executiva da CGTP, acrescentando que a Central "não quis colaborar na passagem dessa mensagem, quando o Governo está a tomar medidas que vão no sentido contrário à promoção do emprego".
De acordo com os últimos dados divulgados pelo Governo, até 22 de agosto foram apresentadas 84 candidaturas para estágios, das quais foram deferidas 27.
Para os apoios à contratação foram apresentadas 35 candidaturas de postos de trabalho, 24 das quais para contratos a termo e 11 para contratos permanentes.
O Conselho de Ministros aprovou no início de junho o programa de combate ao desemprego "Impulso Jovem", que envolve mais de 344 milhões de euros e vai abranger 90 mil jovens.
O programa prevê, nomeadamente, uma redução da taxa social única (TSU) de 90%, até ao montante máximo de 175 euros, para as empresas que contratem a termo jovens desempregados de longa duração, por um período mínimo de 18 meses.
O 'passaporte emprego', que garante, no final de um estágio profissional de seis meses (com formação profissional mínima de 50 horas), um prémio de integração caso ocorra a celebração de um contrato de trabalho sem termo é outra das medidas do programa.