in Jornal de Notícias
Os habitantes de Paços de Ferreira pagaram, no ano passado, mais 191 euros pela água consumida do que os de Terras de Bouro: esta é a diferença entre a tarifa máxima (209,04 euros) e mínima (18 euros) cobrada em Portugal. Em Lisboa, pagou-se menos 37 euros que no Porto pela mesma quantidade.
Segundo a análise da entidade reguladora (ERSAR) aos tarifários praticados em 2011 em 278 concelhos de Portugal continental, cerca de metade dos municípios cobraram mais de 100 euros por 120 metros cúbicos de água, enquanto os restantes faturaram abaixo deste valor.
Lisboa, por exemplo, ficou na metade inferior desta tabela, com uma fatura anual de 95,24 euros, enquanto no Porto o custo anual da água foi de 132,24 euros, uma diferença 38,85%.
Além de Terras de Bouro, Mondim de Basto (28,20 euros) e Barrancos (30 euros) são os concelhos mais baratos.
Grândola Infratróia, empresa pertencente à Sonae Turismo e à câmara municipal de Grândola que gere as infraestruturas de Tróia, é a entidade que mais cobra pelo abastecimento de água apresentando aos seus utilizadores uma fatura anual de 244,56 euros.
No topo dos que mais cobram pela água, além de Paços de Ferreira, estão os municípios da Figueira da Foz (195,07 euros) e de Trofa e Santo Tirso (191,89 euros).
Já Loulé Infraquinta e Loulé Infralobo, empresas municipais que gerem a Quinta do Lago e Vale do Lobo, estão no topo da tabela relativamente ao tarifário do saneamento de esgotos, cobrando entre 236 e 241 euros.
Seguem-se Espinho, onde os encargos anuais com este serviço atingem os 189,24 euros, Covilhã, com 168,96 euros e Torres Vedras, com 160,39 euros.
Lisboa não disponibilizou informação sobre este tarifário e os dados de Mirandela ainda estão em fase de apuramento.
Dezassete entidades não cobram nada pelos esgotos e autarquias como Cinfães e Castelo de Paiva cobram menos de cinco euros por ano.
Ao nível da gestão de resíduos urbanos, são os habitantes da Póvoa de Varzim que pagam mais (153 euros), seguindo-se Santarém (135 euros), Vila Nova de Gaia (111 euros) e Espinho (102 euros).
Os munícipes de Monforte são dos que pagam menos por este serviço (4,20 euros por ano), mas há 15 autarquias que nem sequer cobram qualquer taxa.
A ERSAR não apresenta dados relativos a 20 concelhos que estão ainda em fase de apuramento.
Tudo somado, é a população servida pelos sistemas de Loulé Infralobo e Infraquinta que mais paga pelos três serviços com uma fatura anual superior a 480 euros.
As diferenças nas faturas chegam quase a 400 euros: os habitantes de Espinho, Covilhã e Paços de Ferreira são os mais penalizados, com encargos que variam entre os 376 e 394 euros.
Já quem mora em Terras de Bouro, Penedono e Oleiros sai beneficiado pois paga entre 30 e 40 euros pelos três serviços.