in Jornal de Notícias
O clima económico e a confiança dos consumidores em Portugal tiveram uma quebra acentuada em setembro, segundo dados divulgados, esta quinta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística.O indicador de confiança dos consumidores, calculado através de inquéritos a particulares, caiu para -51,4 pontos.
Depois de ter atingido um mínimo histórico em janeiro (-57,1 pontos), a confiança dos consumidores vinha a melhorar sucessivamente todos os meses, mas voltou a cair em setembro, o mês em que o Governo anunciou novas medidas de austeridade para cumprir objetivos orçamentais.
O indicador de clima económico (calculado através de inquéritos a empresas vários setores de atividade) registou um valor de -4,2, interrompendo também uma melhoria que se prolongava desde fevereiro, quando a série registou o mínimo histórico (-4,9).
Os indicadores de confiança do INE são calculados através de médias móveis de três meses dos saldos de respostas extremas a inquéritos. Um número negativo significa que houve mais respostas pessimistas do que otimistas.
O recurso às médias móveis de três meses serve para ultrapassar o impacto de efeitos sazonais. O INE publica também os dados por cada mês. No caso do indicador de confiança dos consumidores, os números mensais deixam mais nítida a ideia de um abalo muito forte em setembro: a confiança recuou de -48,7 em agosto para -56 este mês.
Considerando apenas os dados de setembro, regista-se um recorde negativo num dos componentes deste indicador: os consumidores nunca estiveram tão pessimistas quando à sua capacidade de poupar nos próximos doze meses.
Também o indicador de confiança dos serviços se afundou para mínimos históricos em setembro, com a confiança dos empresários do setor a cair para -33,8 pontos. O principal fator desta quebra foi a componente de avaliação da atividade nos últimos três meses.