in Expresso
O presidente emérito da Confederação Internacional das Misericórdias (CIM) defendeu que a crise atual é "de valores e de lideranças, com a agravante de, pela prevalência dada aos critérios financeiros sobre os próprios critérios de economia e critérios sociais".
"É extremamente urgente que se travem estas medidas tão aceleradas de austeridade", disse o padre Vítor Melícias
Jorge Simão O presidente emérito da Confederação Internacional das Misericórdias (CIM), padre Vítor Melícias, condenou hoje o "assédio à dignidade do pobre", numa declaração a propósito das medidas de austeridade em Portugal.
"É extremamente urgente que se travem estas medidas tão aceleradas de austeridade, com incidência sobretudo financeira", preconizou o também ministro provincial dos Franciscanos e membro do Comité Económico e Social em Bruxelas.
Falando à agência Lusa à margem do Congresso Internacional das Misericórdias, que termina hoje no Porto, o presidente emérito da CIM considerou que "não se está a tomar em atenção que as primeiras pessoas a serem atendidas são os pobres".
Vítor Melícias assinalou que vê "com muita preocupação o assédio à própria dignidade do pobre enquanto pessoa humana e enquanto primeiro de todos os irmãos".
O padre franciscano entende que a crise atual é "de valores e de lideranças, com a agravante de, pela prevalência dada aos critérios financeiros sobre os próprios critérios de economia e critérios sociais, se estar, aceleradamente, a agravar a insegurança das pessoas, quer a nível social, quer até a nível psicossocial".