por Lusa, publicado por Leonor Mateus Ferreira, in Diário de Notícias
Vários super e hipermercados lançam hoje uma campanha para incentivar os consumidores a evitar o desperdício de alimentos, que em grande parte tem origem nas casas de cada um, divulgou a associação do setor.
A Associação das Empresas de Distribuição (APED) explica que a campanha "Redução do Desperdício Alimentar", a decorrer até final de outubro em lojas de alguns dos seus associados, pretende sensibilizar para a importância de diminuir as quantidades de alimentos que acabam no lixo.
Além de poder tornar-se um problema ambiental, com o depósito em lixeiras e transformação em gases com efeito de estufa, o desperdício alimentar também é apontado por especialistas como inaceitável quando se começam a enfrentar problemas para conseguir alimentar a população mundial em crescimento.
Os clientes dos super e hipermercados aderentes à campanha encontram informação sobre como seguir condições de utilização eficiente e de armazenamento dos alimentos, como realizar um rigoroso planeamento das compras e como conseguir uma melhor compreensão das datas na rotulagem.
Ajustar as doses cozinhadas e servidas às necessidades de cada um, ter cuidado com os prazos de validade, ao guardar as compras, ou utilizar as sobras das refeições são alguns dos conselhos da campanha que tem a parceria da Agência Portuguesa do Ambiente.
Esta ação de sensibilização decorre nas lojas Continente, El Corte Inglés, Jumbo e Pão de Açúcar, Novo Horizonte e Pingo Doce.
Um estudo da Comissão Europeia citado pela APED estima que cada consumidor doméstico seja responsável pela produção anual de 76 quilogramas de resíduos alimentares.
O consumidor doméstico produz cerca de 42% do desperdício alimentar global, grande parte do qual poderia ser evitado, acrescenta.
E as estimativas referem que este tipo de lixo causa 45% das emissões anuais de gases de efeito de estufa, responsáveis pelas alterações climáticas.
A APED recorda ainda que, no ano passado, as empresas suas associadas doaram 9,2 milhões de euros em alimentos a instituições de solidariedade.