por Daniel Rosário, em Bruxelas, in RR
Programa tem financiamento europeu até ao fim de 2013, mas vai continuar operacional durante mais dois anos. Desde Janeiro de 2012, apenas Irlanda e Lituânia registaram diminuição do desemprego jovem.
Em seis meses, 1.400 jovens beneficiaram do programa Impulso Jovem. O Governo pretende abranger 90 mil pessoas e envolver 4.500 pequenas e médias empresas, mas os dados apresentados à Comissão Europeia mostram que tal objectivo está longe de alcançado.
O programa foi desenhado com fundos europeus para combater o desemprego juvenil. Lançado em Agosto de 2012, está muito aquém dos objectivos traçados pelo Governo, que acaba de alargar o seu âmbito para poder abranger jovens até aos 30 anos, outras zonas do país e Câmaras Municipais.
Os dados foram transmitidos pelo Executivo português à Comissão Europeia numa reunião de balanço que decorreu no início de Fevereiro, em Bruxelas. Os representantes portugueses reiteraram a intenção de envolver os referidos 90 mil jovens nas diferentes acções previstas até ao final de 2015.
O programa tem financiamento europeu até ao fim de 2013, mas continuará operacional durante mais dois anos.
A possibilidade de reprogramar fundos europeus para acções específicas para combater o desemprego entre os jovens foi anunciada por Durão Barroso no final de Janeiro de 2012 e tinha como alvo os oito países da União Europeia (UE) com percentagens de desemprego mais elevadas entre os jovens com menos de 25 anos (Portugal, Eslováquia, Espanha, Grécia, Irlanda, Itália, Letónia e Lituânia).
Com o apoio técnico de Bruxelas, em Portugal foram reorientados 143 milhões de euros do Fundo Social Europeu, especificamente para financiar o Impulso Jovem, que conta com um orçamento de 344 milhões de euros.
Outros 500 milhões de euros de verbas dos fundos estruturais foram realocadas para apoiar iniciativas relacionadas com a criação de emprego, algumas das quais destinadas só aos jovens.
De acordo com dados da Comissão Europeia, desde então apenas dois dos países envolvidos, a Irlanda e a Lituânia, registaram uma diminuição do desemprego entre os jovens, enquanto nos demais o aumento foi generalizado.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), no caso português o ano de 2012 terminou com 161 mil jovens no desemprego, mais 27.500 do que em 2011, o que corresponde a uma percentagem de quase 40%.