por Lusa, texto publicado por Paula Mourato, in Diário de Notícias
Várias empresas portuguesas vão incentivar os seus trabalhadores a não se deslocarem ao escritório no dia 07 de março, numa iniciativa que pretende promover a produtividade, reduzir os custos e diminuir o impacto ambiental das viagens casa-trabalho.
"No próximo dia 07 de março não vamos trabalhar para o escritório. Neste dia vamos trabalhar a partir de casa, do café, do jardim, ou qualquer outro lugar" - é o mote da campanha, promovida em Portugal pela empresa Microsoft.
A iniciativa "Out of Office Day" (dia fora do escritório), lançada na rede social Facebook, pretende reduzir os custos operacionais nas empresas e aumentar a produtividade, melhorar a qualidade de vida e ambiente familiar dos trabalhadores e diminuir o impacto ambiental causado pelas elevadas emissões de dióxido de carbono nas deslocações entre casa e o trabalho.
"Neste dia vamos poder levar os nossos filhos à escola, vamos perder menos tempo no trânsito e em filas intermináveis, vamos gastar menos gasolina, menos energia, menos recursos", propõe a organização.
A campanha já conta com a adesão de cerca de 30 empresas e entidades, nomeadamente da área das tecnológicas, e conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, do Conselho Económico e Social, da Fundação Champalimaud, da Confederação dos Serviços de Portugal e da Fundação O Século.
A ideia partiu do departamento de produtividade da Microsoft, que constatou, através de estudos, que em média o trabalhador português trabalha nove horas diárias, mais que noutros países, sem que isso corresponda a um nível de produtividade elevado.
Por outro lado, cada português tem "duas ou três ferramentas", como telemóveis ou computadores portáteis ou tablet, com ligação à internet, mas não as utiliza na flexibilidade laboral nem para melhorar a produtividade, disse à Lusa fonte da organização.
Numa altura em que "a poupança de custos é urgente", esta campanha pretende sensibilizar as empresas e os trabalhadores para "outras formas de trabalho".
"As empresas devem trabalhar por resultados e por objetivos, mas ainda há, por parte do patrão, muita desconfiança e necessidade de controlo do empregador", referiu a mesma fonte.
A ideia, acrescentou, não é que as empresas mudem radicalmente, mas que possam alterar algumas políticas, como o permitir que um funcionário trabalhe a partir de casa num dia em que tem um filho doente, ou que há greve de transportes.
O objetivo dos promotores é repetir esta iniciativa anualmente.