in Jornal de Notícias
A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor considera que a existência de duas idades mínimas para a venda e consumo de álcool "não faz qualquer sentido" e representa um "claro recuo" na prevenção do alcoolismo.
Em reação à nova lei do álcool, aprovada em Conselho de Ministros, esta quinta-feira, Bruno Campos Santos disse à Lusa que estas medidas representam "um recuo claro na prevenção do consumo de álcool", nomeadamente a existência de uma idade mínima para a venda e consumo das bebidas espirituosas (18 anos) e outra para o vinho e a cerveja (16 anos).
"É como permitir aos jovens fumar cigarros a partir dos 16 anos e só fumar charutos a partir dos 18 anos", disse Bruno Campos Santos.
Este responsável da DECO disse desconhecer qualquer fundamento científico para esta diferenciação e considera que "vai em contramão com a realidade em Portugal".
"Todos nós sabemos que os jovens consomem mais cerveja, porque só têm poder económico para esta bebida, e consomem muito, principalmente através das «litradas»", que consistem na ingestão de grandes quantidades deste tipo de bebida.
"Só quem não conhece a realidade é que pode achar que estas mudanças vão disciplinar o acesso ao álcool", adiantou.
Bruno Campos Santos disse ainda ter dúvidas sobre a fiscalização da lei.