por Lucília Tiago, in Diário de Notícias
O número de pessoas que ficou sem trabalho em janeiro na sequência de despedimento coletivo ascendeu a 1115, o que traduz uma subida de 28% face ao mês homólogo de 2012. E a tendência é para que estes números se agravem ainda mais ao longo do mês, uma vez que os processos já iniciados em 2013 são também mais elevados.
Em janeiro, foram 119 as empresas que concluíram processos de despedimento coletivo, que abrangeram 1115 trabalhadores. A maior parte destes casos aconteceu no Norte e em Lisboa e Vale do Tejo, onde vivem 990 destas pessoas.
Os dados agora publicados pela Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) revelam ainda que foram as empresas de média dimensão quem mais pessoas despediu através deste mecanismo de cessação do contrato de trabalho - que implica o pagamento de indemnização e assegura o acesso ao subsídio de emprego.
No primeiro mês de 2012, o número de pessoas abrangidas por despedimentos coletivos ascendeu a 871, num universo total de 118789 trabalhadores. Nessa altura, foram 108 as empresas que viram os processos concluídos.
Estes dados revelam que o problema do desemprego se está a agravar em 2013 e terão sido mais um dos indicadores usados pelos organismos que estão a fazer revisões em alta das suas projeções para o desemprego. Recorde-se que já esta semana a Comissão Europeia revelou que espera agora que a taxa de pessoas desempregadas em Portugal atinja os 17,3% no final deste ano. O Governo não avançou ainda com um novo valor, mas o ministro das Finanças já disse que a projeção que consta do Orçamento do Estado vai ser alterada.
Os casos de despedimento coletivo que já deram entrada na DGERT no primeiro mês deste ano indicam que a situação se vai agravar. Em janeiro, 119 empresas iniciaram processos desta natureza, visando o despedimento de 1226 pessoas.
Um ano antes, contaram-se 114 empresas a iniciar despedimentos coletivos, com vista ao despedimentos de 1130 trabalhadores.