6.11.07

Não aos bairros problemáticos

in O Primeiro de Janeiro

Os bairros mais problemáticos da cidade do Porto poderão vir a ser riscados dos itinerários seguidos pelos taxistas da cidade. A Associação de Defesa e Segurança dos Motoristas de Táxi do Porto diz que vai incentivar os profissionais a rejeitar tais serviços.

A Associação de Defesa e Segurança dos Motoristas de Táxi do Porto (ADSMTP) anunciou ontem que pretende incentivar os taxistas a não efectuar serviços a determinados bairros da cidade considerados problemáticos e associados ao consumo e tráfico de drogas. “A partir de Janeiro queremos realizar acções pedagógicas, contando com o apoio da PSP, no sentido da prevenção da insegurança”, disse Augusto Santos, presidente da associação. Segundo o responsável, através de reuniões, encontros com a PSP e outras entidades, bem como da distribuição de panfletos, a associação quer alertar os taxistas para os riscos que correm ao fazer serviços em bairros sociais de risco, nomeadamente o Aleixo, S. João de Deus, Cerco e Pinheiro Torres. “Sabemos distinguir um toxicodependente de um outro cliente”, afirmou Augusto Santos, frisando que o objectivo destas “acções pedagógicas” é “incentivar os taxistas a não responder a uma chamada” para uma deslocação a um bairro considerado problemático, de modo a “minimizar os riscos para os taxistas”.

Esta posição da ADSMPT surge na sequência da morte de um taxista de Gaia, terça-feira passada, que teria sido chamado para fazer um serviço ao bairro do Aleixo. Sublinhando que os taxistas podem recusar-se a ir a determinados locais, “alegando razões de segurança”, Augusto Santos “defendeu novamente a obrigatoriedade de instalação do separadores nos táxis”, bem como uma maior presença das forças de segurança nesses bairros sociais. “Não são só os taxistas que sabem que há riscos nesses bairros, a PSP também sabe”, disse o responsável, defendendo que, por isso, “deveria [a PSP] estar mais presente nesses locais”. Para a associação, o separador é “o único sistema de segurança defensivo”. “No entanto, nenhum dos cerca de 800 táxis existentes no Porto dispõe deste dispositivo”, frisou. A associação entende que o Governo deveria tornar obrigatória a instalação deste sistema de segurança, que representa um investimento de cerca de 600 euros.

Para fazer um ponto da situação quanto à criminalidade na região, reuniu-se ontem o Conselho Distrital de Segurança. Do encontro apenas se soube, através de comunicado, que o total de ocorrências da PSP no primeiro semestre deste ano foi de 15123, enquanto que a GNR registou 14272 participações. Isto significa, diz o comunicado, uma queda em relação a igual período do ano anterior na ordem dos 6,4 por cento. A criminalidade violenta e grave diminuiu 4,3 por cento, cabendo aos restantes delitos uma quebra de 8,5 por cento. Quanto à mrecente vaga de violência que tem assolado o distrito, o Conselho não disse uma palavra.