22.10.20

“Vizinho Amigo” está de volta para apoiar grupos de risco

Por Margarida Lopes, in Human Resourses

Perante o recente aumento de casos de COVID-19, o movimento “Vizinho Amigo” está de regresso. Trata-se de um projecto solidário, pensado por um grupo de jovens, cuja principal missão é ajudar aqueles que estão inseridos em grupos de risco.

O objectivo é promover o voluntariado por parte das faixas etárias mais novas através da prestação de auxílio em vários serviços, como por exemplo, as compras de mercearia e farmácia e a entrega nas casas de quem mais precisa, dentro da sua área de residência.

No total, o movimento “Vizinho Amigo” conta já com cerca de 6000 voluntários e parcerias com várias Juntas de Freguesia em todo o país, bem como, inúmeras partilhas por parte dos voluntários e figuras públicas.

O regresso do “Vizinho Amigo” vem acompanhado com novidades. O novo site permite não só aceder a informações e novidades sobre o projecto, como também possibilita que ajudantes e ajudados se encontrem. Através dele, é possível agora inscrever-se para fazer voluntariado, pedir ajuda, fazer uma parceria e fazer um donativo para ajudar a causa.

Foi também criada a “Comunidade Vizinho Amigo”, um grupo no Facebook onde o objectivo é permitir a comunicação entre voluntários, incentivar discussão de ideias e ferramentas essenciais para que o movimento possa crescer.

«O movimento “Vizinho Amigo” é um projecto pelo qual tenho muito carinho, pois também eu decidi abraçar a causa e sair à rua! Durante três meses fui um “Vizinho Amigo” e tive a possibilidade de ajudar muitas pessoas que atualmente me tratam por “neto”. Para mim ficaram como avós! Esta segunda vaga, mais do que nunca, precisa do projecto “Vizinho Amigo”, e saber que eles estão de volta com mais ajuda deixa-me orgulhoso», afirma Pedro Barroso, embaixador do projecto.

Martim Ferreira, líder do movimento, justifica o seu regresso: «No final de Agosto/início de Setembro, havia um número muito elevado de casos, foi aí que começámos a antever o pior. O facto de haver uma parte da população que pode ter consequências mais graves se tiver contacto com o vírus, faz com que estas pessoas tenham de ter cuidados redobrados. É aí que nós entramos. Num inverno extramente rigoroso, a situação vai ser ainda mais grave. Os Vizinhos Amigos vêm impedir que estas pessoas saiam e corram o risco de serem contaminadas num local público, com consequências que podiam ser devastadoras para as mesmas».

Contudo, a missão do “Vizinho Amigo” não se limita às tarefas, como afirma Martim: «Com a pandemia, muitas pessoas, especialmente idosos, ficaram sozinhas. Numa altura em que a saúde mental é tão importante, os nossos voluntários têm um papel essencial. Temos Vizinhos Amigos que ficam 40/50 minutos ao telemóvel porque as pessoas lhes ligam só para ter uma conversa. Se estamos a tentar lutar contra a doença, não podemos morrer da cura. É por isso é que este papel de acompanhamento é tão importante».
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