As famílias portuguesas com filhos são as que menos conseguem poupar devido à pandemia (60%), em comparação com as que não têm filhos (40%)
Portugal está entre os cinco países europeus onde a população está a poupar menos do que antes da pandemia de covid-19, com uma percentagem de 48%, superior à média europeia, de 39%.
Segundo o estudo da Intrum, ECPR — European Consumer Payment Report 2020, que avaliou como a covid-19 está a afectar as finanças dos consumidores em Portugal, as famílias com filhos são as que menos conseguem poupar devido à pandemia (60%), em comparação com as que não têm filhos (40%).
A análise feita conclui que o país que mais está a sentir esta crise é a Polónia, com uma percentagem de 64%, seguindo-se a Hungria (56%), Itália (53%), Grécia (52%) e Portugal (48%), em contraste com a Dinamarca (18%), país onde os consumidores sentem menos o impacto da pandemia nas suas poupanças.
Questionados sobre a capacidade de economizar a longo prazo, de forma a garantir uma boa reforma, as faixas etárias dos 38 aos 44 e entre os 55 e os 64 anos são as que se mostram menos confiantes.
O estudo revela ainda que a percentagem de mulheres (47%) que afirmam que não vão conseguir poupar para a sua reforma é superior à dos homens (38%).
Num comunicado enviado à agência Lusa, o responsável em Portugal da empresa promotora do estudo, que envolveu 5000 consumidores em 24 países, em Maio último, frisa que a pandemia afectou de forma diferente as finanças e os hábitos de consumo dos portugueses.
“Enquanto uns estão a enfrentar uma realidade difícil, a sofrer cortes salariais ou até mesmo a perder os seus empregos, mas continuam com as mesmas despesas para pagar, outros, aqueles que não viram os seus rendimentos diminuídos, estão com um nível de poupança inigualável nos últimos anos”, acentua o director geral da Intrum Portugal, Luís Salvaterra, citado na nota divulgada.
O estudo foi feito no âmbito do Dia Mundial da Poupança, que se assinala a 31 de Outubro, criado pela Sociedade Mundial de Bancos de Poupança para promover a poupança pessoal e fortalecer a auto-suficiência económica das pessoas.