O executivo da Câmara Municipal (CM) de Coimbra vai analisar e votar, na sua reunião de segunda-feira, sete propostas de apoios financeiros a Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho, num valor global superior a 110 mil euros, a atribuir no âmbito do Regulamento Municipal para Atribuição de Apoios na Área Social (RMAAAS). As IPSS contempladas são: a Plataforma PAJE – Apoio a Jovens (ex)Acolhidos (2640 euros); a Casa dos Pobres de Coimbra (11.577,51 euros); o Centro Social e Recreativo da Cidreira (15.087,50 euros); o Centro Social e Paroquial de S. João do Campo (10.679,71 euros); o Centro Social de S. João (42.137,22 euros); a Associação Nacional de Apoio a Jovens – AnaJovem (14.190,71 euros); e a Comunidade Juvenil Francisco de Assis (14.126,53 euros).
A verba atribuída destina-se a apoiar projetos sociais, obras de edificação, aquisição de equipamentos ou às atividades a desenvolver pelas IPSS. A maior fatia destes apoios, de 42.137,22 euros, será para comparticipar a 2ª fase das obras de edificação da Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) do Centro Social de S. João, o que possibilitará a criação de mais 14 vagas, para além das 27 vagas criadas na 1ª fase de edificação desta infraestrutura. No total, a ERPI disponibilizará 41 vagas nesta resposta social. Refira-se que a autarquia apoiou, também, a 1ª fase de edificação da ERPI, com mais de 90 mil euros, e que o Centro Social de S. João, pela variedade de respostas sociais que disponibiliza, tornou-se numa instituição de referência, procurada cada vez mais pela população residente e não residente na União das Freguesias de S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades.
O Centro Social e Recreativo da Cidreira terá direito à segunda maior fatia (15.087,50 euros), destinada à implementação do projeto “Cidreira com Vida e Arte”. Um projeto que tem como objetivo “promover o envelhecimento ativo, através da dinamização de diversas atividades que desenvolvem a vertente física e lúdica e que, ao mesmo tempo, estimulem e preservem as capacidades cognitivas, bem como previnam as demências na população sénior”, lê-se na proposta. O projeto “Cidreira com Vida e Arte” vai disponibilizar as seguintes atividades: ateliers de artes e ofícios, atividades físicas e passeios por locais de interesse. A iniciativa irá beneficiar diretamente a população que frequenta o Centro Cívico da Freguesia, num total de 47 pessoas (35 crianças e jovens e 12 idosos), bem como todos os idosos que demonstrem interesse em participar nas atividades.
Já a AnaJovem solicita um apoio financeiro para o desenvolvimento do projeto “PIDAI – Programa de Intervenção nas Dependências para Adultos Idosos”, que tem como objetivo “a aplicação de um programa de intervenção psicossocial, semiestruturado, ao domicílio, direcionado para a psicoeducação, treino cognitivo e dificuldades emocionais apresentadas por adultos idosos familiares diretos de consumidores de substâncias, resultantes do confinamento provocado pela pandemia atual, aliado à disfunção familiar consequente do abuso de substâncias por parte dos familiares diretos”, lê-se na proposta. O projeto, que será apoiado com 14.190,71 euros, tem na sua base uma intervenção no domicílio da população-alvo e contempla as freguesias limítrofes da cidade de Coimbra, abrangendo, assim, populações que habitam em zonas rurais e com maior propensão para o isolamento.
A Comunidade Juvenil Francisco de Assis solicita uma verba para a implementação do projeto “Laços de Família”, que tem como objetivos gerais “a aproximação e fortalecimento dos laços de família através da promoção individual de cada elemento da família, bem como do casal e família alargada, promovendo o envolvimento dos elementos significativos a nível familiar, nos diversos domínios dos residentes na comunidade – crianças e jovens, mães e bebés, mulheres (…)” e, de acordo com cada caso, “proporcionar o desenvolvimento do bem-estar físico, social e emocional” dos elementos da família. O projeto irá ser implementado através de contactos por telecomunicações, atendimentos presenciais com as famílias, visitas domiciliárias e em articulação com os recursos da comunidade. Uma iniciativa que permitirá aumentar e melhorar a intervenção junto das famílias em situação de vulnerabilidade social, detetando precocemente problemas como o absentismo escolar, entre outros. O apoio previsto, calculado segundo os critérios do RMAAAS, é de 14.126,53 euros.
O apoio financeiro solicitado à autarquia pela Casa dos Pobres de Coimbra destina-se à aquisição de equipamento para organização do espaço e funcionamento da sua ERPI. A instituição, que atualmente disponibiliza à população serviços e respostas sociais direcionadas para a população idosa – como a ERPI com capacidade para 63 pessoas –, pretende agora adquirir equipamento para a “operacionalização de medidas de higiene, organização do espaço e funcionamento” da infraestrutura, de forma a promover um ambiente seguro para os idosos, colaboradores e comunidade, bem como para aumentar a qualidade dos serviços prestados pela ERPI. Este investimento, tendo em conta também o momento que atravessamos de curso da pandemia COVID-19, contribuirá ainda para a não propagação do vírus. O apoio municipal previsto é de 11.577,51 euros.
Já o Centro Social e Paroquial de S. João do Campo solicita um apoio financeiro da autarquia para a implementação do projeto “Nós e a Terra”, que procura “fomentar a interação com a natureza, a agricultura, a alimentação saudável junto das comunidades locais, através da aplicação de modelos de uso e gestão ética e consciente dos recursos naturais, humanos e financeiros”, lê-se na proposta. O projeto será desenvolvido em vários locais da freguesia de São João do Campo e destina-se, essencialmente, a crianças e idosos. Desta forma, o projeto permite que as crianças brinquem ao ar livre e contactem com a natureza e ajuda a combater o isolamento social e a solidão entre a população idosa, promovendo a sua qualidade de vida e sua inclusão social. A verba prevista para este projeto é de 10.679,71 euros.
Por fim, a Plataforma PAJE, que tem como missão amparar e encaminhar jovens adultos ex-acolhidos no sentido da sua plena autonomização, trabalhar essa autonomização dos jovens que ainda se encontram em acolhimento, formar cuidadores e promover a investigação científica neste área do acolhimento residencial, solicita apoio à CM Coimbra para continuar a desenvolver a sua atividade junto da população-alvo, na sua maioria vítimas precoces de maus tratos familiares ou negligência social. A autarquia propõe um apoio de 2640 euros, de acordo com o RMAAAS.
As verbas atribuídas às sete IPSS totalizam a quantia de 110.438,18 euros.