Habitação, saúde e atividades de lazer são as áreas mais difíceis. Uma em cada dez famílias monoparentais vive em situação de pobreza extrema. 45% das famílias teve uma redução de rendimentos durante a pandemia da Covid-19.
Dados da DECO Proteste revelam que 71% das famílias portuguesas relataram dificuldades em pagar as suas contas. A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor alerta para dificuldades financeiras acrescidas, já que este valor é superior aos 69%, reportados em 2020.
Habitação, saúde e atividades de lazer são as áreas financeiramente mais difíceis para as famílias, mas a DECO também destaca as contas relativas à mobilidade e à alimentação, que tiveram um aumento do grau de dificuldade face a 2020.
Segundo Rita Rodrigues, responsável pelas Relações Institucionais da associação, citada em comunicado oficial, esta situação "pode ser explicada pelo contexto de pandemia que continuou a marcar a economia em 2021, pelos períodos de confinamento e pelas perdas parciais ou totais de rendimento consequentes".
Em termos geográficos, a região do Alentejo surge no topo da lista de dificuldades económicas (72%), seguido pelos Açores e Lisboa e Vale do Tejo, ambos com (71%).
No entanto, é na Madeira que se encontra a maior proporção de famílias em de pobreza extrema: 9,5%. Quanto a distritos, os agregados de Évora (79%), Castelo Branco (78%) e Leiria (78%) foram os que revelaram maiores constrangimentos na gestão orçamental em 2021.
As famílias monoparentais e as mais numerosas são as que têm mais dificuldades. Uma em cada dez famílias monoparentais vive em situação de pobreza extrema.
45% das famílias perdeu rendimentos com a pandemia
Ainda segundo os dados da DECO, em 2021, 45% das famílias teve uma redução de rendimentos durante a pandemia. Destas, um quarto teve perdas de emprego e um terço sofreu interrupções de atividade profissional.
Dos países que participaram no estudo, Portugal é o que mais registou perda de rendimentos por causa da pandemia. Em Espanha este valor é de 38%, em Itália 33% e na Bélgica 24%.
58% das famílias admite dificuldades em pagar as despesas do dia a dia. Entre as que registaram quebras de rendimento abaixo dos 25%, a porção com grandes dificuldades dispara para 78%.
Já entre as que sofreram cortes acima de 25%, a proporção cresce ainda mais, situando-se nos 89%. Neste último grupo, uma em cada dez famílias vive em situação de pobreza extrema.