skip to main | skip to sidebar

POBREZA NA IMPRENSA

Um Observatório da EAPN Portugal

31.5.23

Dia Mundial sem Tabaco: por que razão é tão difícil deixar de fumar?

Cláudia Machado, in SIC


Os primeiros efeitos de uma vida livre de fumo sentem-se logo aos primeiros 20 minutos, com a diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, e os tratamentos são cada vez mais eficazes.


Na luta contra o impacto que o tabagismo tem na saúde, cada minuto conta. E esta afirmação é tão literal que os primeiros efeitos de uma vida livre de fumo sentem-se logo 20 minutos depois de deixar os cigarros para trás, com a diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos.

Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS), que descreve como, por exemplo, ao fim de 12 horas os níveis de monóxido de carbono no sangue caem para valores considerados normais.

Na marca entre duas a 12 semanas, há uma melhoria significativa da circulação sanguínea e da função pulmonar.

Tudo isto pode ser atingido por qualquer fumador, até porque “não há idade para deixar de fumar”, sublinha Sofia Ravara, médica pneumologista.

“Existe tratamento, que é eficaz, e muitos utentes conseguem deixar de fumar para sempre. Mesmo que já tenham tido recaídas, com o devido acompanhamento e tratamento, é possível”, afirma à SIC Notícias a responsável pela Unidade de Cessação Tabágica do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira.

Alguns entre um e nove meses sem o vício do tabaco, as dificuldades respiratórias e a tosse diminuem. Um ano depois, altura em que se atinge em termos médicos o estatuto de ex-fumador, o risco de doença cardíaca é metade daquele a que os fumadores estão sujeitos.

A partir da meta dos cinco anos livre de tabaco, há menos risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) e de desenvolver vários tipos de cancro.

Por que razão é tão difícil deixar de fumar?

Não faltando motivos para largar o tabaco, lembrando que esta quarta-feira se assinala o Dia Mundial sem Tabaco, levanta-se a questão: por que razão é tão difícil deixar de fumar? A resposta canaliza-se em dois tipos de dependência: a física e a comportamental.


“Fumar é um comportamento aditivo que ainda tem aceitação social e está profundamente enraizado no quotidiano dos fumadores. Quando o deixam sentem ansiedade, irritabilidade, não se conseguem concentrar nem controlar o desejo de fumar, notam um aumento do apetite. Tudo isto leva a que, muitas vezes e depois de estar dias sem fumar, acabe por haver uma recaída”, explica Sofia Ravara, que também coordena a comissão de tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

O fumador desenvolve “uma dependência física da nicotina, para a qual existem tratamentos farmacológicos” e uma “dependência comportamental, levando a que seja necessário tirar o cigarro do seu dia a dia”.

Muitas vezes, um cigarro é “um ritual”. Uma pausa para um café, um escape para um momento de maior stress ou tristeza. Daí que, além da medicação específica, seja necessário “um acompanhamento e aconselhamento comportamental ao logo de, pelo menos três meses, mas o ideal seria um ano”, acrescenta a especialista.

Desta forma, com consultas presenciais - todas as semanas durante um mês - e depois, de forma mais espaçada, com acompanhamento que pode até passar por uma simples chamada telefónica, é possível "combater e prevenir recaídas".


“Ao fim de um ano sem fumar, chega-se ao estatuto de ex-fumador, o que não quer dizer que não possa haver uma recaída. Aqui destaca-se a importância das políticas sobre o tabaco. Quanto mais difícil for deixar de fumar em espaços públicos e menos visível for o tabagismo, menos vontade vão sentir de voltar a fumar”, apela Sofia Ravara.

A ilusão dos cigarros eletrónicos para cortar o vício

Muitos fumadores fizeram já a transição do tabaco convencional para cigarros eletrónicos, alguns com a justificação de que seria menos aditivo e um meio de transição para, finalmente, deixarem de fumar.

Certo é que “os cigarros eletrónicos não são dispositivos médicos, mas sim produtos de consumo" que permitem “inalar mais profundamente e até em doses maiores a nicotina”, destaca a médica pneumologista, sublinhando que “viciam muito” os consumidores.

Além da presença de nicotina, há “outros componentes, como os que permitem a adição de sabores, que os tornam mais atrativos”, mas que lhe dão um potencial “tóxico e irritante para o sistema respiratório”.


“Não nos podemos esquecer que o pulmão é uma porta aberta para todo o organismo”, acrescenta Sofia Ravara.

“É muito gratificante conseguir qualidade de vida a alguém”

O acompanhamento médico e a ligação entre o profissional de saúde e o utente que procura deixar de fumar é “muito importante” e mais um fator que ajuda a prevenir recaídas. Para quem acompanha fumadores e ex-fumadores durante anos, “é muito gratificante conseguir dar qualidade de vida a alguém” e não faltam histórias para o ilustrar.

“Estava num restaurante quando comecei a ouvir gritos. Olhei e vi uma senhora que não parava de repetir que lhe tinha salvado a vida. Não a reconheci ao início, mas ela aproximou-se e explicou-me que a tinha ajudado a deixar de fumar há dez anos e que, se não tivesse deixado o tabaco, já não estaria cá”, recorda a médica pneumologista, referindo que a utente “deixou de fumar aos 40 anos, numa altura que fumava dois maços por dia”.

Por isso, repete, “não há idade para deixar de fumar”.
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 2:02 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: OMS Dia Mundial do Tabaco 2023, Saúde, Tabagismo

INE anuncia que inflação e desemprego baixaram em Portugal

 Por Antena 1, in RTP


De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, quer a inflação quer a taxa de desemprego baixaram em Portugal. Dois dados que melhoram a posição portuguesa e que coloca a economia nacional numa rota mais positiva.

E é no que diz respeito ao desemprego que surge a primeira reação, por parte da ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, que refere o valor de 6,8 por cento, como o caminho certo.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, presente na Comissão do Trabalho Segurança Social e Inclusão, na Assembleia da República, revelou também que que se está a verificar um aumento do valor dos salários em Portugal, com os ordenados declarados à Segurança Social a aumentaram em média, 13%.Quanto á inflação a subida dos preços em maio, em Portugal, foi de quatro por cento. O que significa, diz a instituição, um abrandamento.

Este é já o sétimo mês consecutivo de queda da inflação, que em abril tinha atingido os 5,7 por cento.

Quanto à economia, cresceu dois e meio por cento, nos primeiros três meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 11:05 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Descida da taxa de inflação, Descida da taxa de desemprego, Desemprego, INE, MTSSS, Portugal

Governo e sindicatos discutem acelerador de progressões a partir de 2024

Raquel Martins, in Público


Cerca de 350 mil trabalhadores abrangidos pelos congelamentos poderão evoluir na carreira de forma mais rápida. Diploma é discutido nesta quarta-feira com os sindicatos.


O acelerador de progressões vai permitir que, a partir de 2024, 349 mil trabalhadores tenham uma evolução mais rápida na carreira, compensando-os pelos congelamentos de 2005 a 2007 e de 2011 a 2017. Com a medida, que hoje será discutido nas reuniões entre o Governo e os sindicatos, estes trabalhadores avançam uma posição na tabela salarial e terão um aumento entre os 50 e os 200 euros (consoante a carreira) mais cedo do que o previsto, mas os sindicatos vão tentar que mais pessoas possam ser abrangidas pela solução.

O projecto de decreto-lei que prevê um regime especial de aceleração do desenvolvimento das carreiras, a que o PÚBLICO teve acesso, abrange os trabalhadores com vínculo de emprego público desde que reúnam três requisitos de forma cumulativa.

[Artigo exclusivo para assinantes]
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 10:54 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Função pública, Governo, Portugal, Salários

Preços dos alimentos diminuem e inflação cai para 4%

Sérgio Aníbal, in Público


Inflação homóloga caiu de 5,7% em Abril para 4% em Maio. Preços dos alimentos e da energia ajudaram.

Com o contributo da redução do IVA implementada no final de Abril, os preços dos alimentos registaram em Maio uma descida superior a 2%, ajudando a acentuar a tendência de descida da taxa de inflação homóloga em Portugal que está agora em 4%.

De acordo com a estimativa rápida da inflação de Maio divulgada esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de inflação homóloga em Portugal (que representa a variação dos preços entre Maio deste ano e Maio do ano passado) cifrou-se em 4%, uma descida significativa face aos 5,7% que se registavam em Abril.

Para este resultado contribuiu um efeito base importante nos produtos energéticos e alimentares (que subiram bastante em Maio do ano passado), mas também uma redução dos preços destes bens durante o mês que agora termina.

A taxa de inflação mensal (variação dos preços de Maio face aos preços de Abril) foi de -0,7%, tendo este indicador sido de -1,8% nos produtos energéticos e de -2,4% nos produtos alimentares não transformados. Nos produtos alimentares transformados foi de -2,9%.

[Artigo exclusivo para assinantes]

Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 10:46 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Economia, IDescida da taxa de inflação, INE, Portugal

Apoios do Porta 65 vão ser concedidos por ordem de chegada das candidaturas

Rafaela Burd Relvas, in Público


O Porta 65 deixa de ter critérios de hierarquização das candidaturas. Desde que estejam cumpridos os requisitos de eligibilidade, serão atribuídos apoios às candidaturas que derem entrada primeiro.

Os primeiros a candidatarem-se serão os primeiros a receber os apoios, até se esgotar o dinheiro disponível. É assim que vai passar a funcionar o Porta 65, programa de apoio ao arrendamento que vai contar com novas regras.

A partir deste ano, as candidaturas a este programa deixam de ter critérios de hierarquização como aqueles que eram tidos em conta até agora – por exemplo, o nível de rendimentos dos candidatos ou a existência de pessoas com deficiência – e, desde que estejam cumpridos os requisitos de elegibilidade, os apoios serão atribuídos àqueles que se candidatarem primeiro. O Governo admite vir a reforçar a dotação deste programa, que, em 2023, é de cerca de 30 milhões de euros.

[Artigo exclusivo para assinantes]



Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 10:37 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: "Habitação Hoje"-Medida Arrendar do Programa Mais Habitação, Candidaturas Porta 65-Jovem, Governo, Portugal

Há advogados a atender clientes em cafés e centros comerciais

 Olímpia Mairos, in RR


Denúncia parte do Conselho Regional do Porto da Ordem dos Advogados. Este é um fenómeno crescente desde a pandemia - que levou muitos advogados a perder clientes, com a consequente perda de capacidade económica para alugar um escritório.


Há advogados a atender clientes em cafés e centros comerciais. A maioria por falta de condições económicas para pagar a renda de um escritório. Só este ano, já chegaram cerca 15 queixas nesse sentido ao Conselho Regional do Porto (CRP) da Ordem dos Advogados (OA). O ano passado foram mais de 40.

“Temos cerca de 15 reclamações de clientes que foram atendidos quer em centros comerciais, quer em cafés. Estamos a falar de Porto cidade e de Braga”, diz à Renascença o presidente do CRP da OA, Jorge Barros Mendes, acrescentando que o ano passado tiveram “mais de 40 queixas”.

Barros Mendes explica que esta é uma situação que viola o sigilo profissional a que estes profissionais estão sujeitos. Todos os casos são analisados pelo conselho de deontologia.

“Nós temos que atender os clientes e falar com os clientes no recato”, diz o advogado, alertando que não se pode “estar a atender clientes em estabelecimentos comerciais, correndo o risco de na mesa ao lado a estar toda a gente a ouvir aquilo que o cliente está a dizer”.
“Violação flagrante do estatuto”

Nestas declarações à Renascença, Jorge Barros Mendes diz que o que está a acontecer é “uma violação flagrante do estatuto, porque põe em causa a regra principal da profissão, que é o sigilo profissional”.

“Nós aqui temos uma infração disciplinar e, portanto, aquilo que tem acontecido quando as queixas chegam ao Conselho Regional do Porto, nós remetemos inevitavelmente as queixas para o Conselho de Deontologia que há de apreciar a infração disciplinar”, acrescenta.

Este é um fenómeno crescente desde a pandemia - que levou muitos advogados a perder clientes, com a consequente perda de capacidade económica para alugar um escritório.

Para além de quem não consegue pagar uma renda, entre os advogados que estão a atender clientes em mesas de cafés e centros comerciais estão profissionais de nacionalidade brasileira que desconhecem as regras nacionais.

“Primeiro temos um conjunto de colegas que infelizmente, não têm condições económicas para custear um escritório”, destaca, referindo, ainda, que muitos colegas brasileiros que vêm para o nosso país “não conhecem as regras deontológicas da profissão em Portugal.
Urgente regulamentar escritórios de advogados e domicílio profissional

Por isso, Jorge Barros Mendes considera que “é urgente que o Conselho Geral regulamente a questão dos escritórios de advogados e do domicílio profissional” e que encontre “alternativas para conseguir ajudar estes colegas”.

Jorge Barros Mendes admite que os números possam ser mais elevados, até porque muitos clientes desconhecem que o facto de serem atendidos numa mesa de café viola o sigilo profissional. No entanto, há também desconhecimento dos próprios profissionais que podem recorrer à Ordem dos Advogados - que está disponível para ceder espaços para reunirem com os clientes.

“Há de haver mais casos do que aqueles que nos estão reportados. Os que nos estão reportados são sempre num sentido de indignação”, diz, destacando que “a pessoa também não se sente à vontade verdadeiramente para estar a falar do assunto que a leva a procurar um advogado num espaço público”.

O presidente do Conselho Regional do Porto da Ordem dos Advogados admite que “haverá desconhecimento de grande parte das pessoas efetivamente, mas às vezes também há desconhecimento por parte dos colegas”.

Isto porque - diz - no Conselho Regional do Porto, “se houver um pedido de cedência de instalações de uma sala de reuniões para reunir”, é disponibilizada a sala, referindo que há “alguns colegas nestas condições”.
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 10:29 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Efeitos da pandemia, Ordem dos Advogados, Perda de capaciadade económica, Portugal

Sacos de plástico ultraleves para pão, fruta e legumes vão passar a ser pagos nos supermercados

in ECO


Os sacos de plástico ultraleves que são usados para o pão, fruta e legumes vão passar a ser pagos pelos clientes nos supermercados, mercearias e noutros espaços comerciais. A lei que proíbe o uso destes sacos deveria entrar em vigor esta quinta-feira, 1 de junho, mas o Governo preferiu alterar a norma e avançar para a cobrança, avança o Jornal de Notícias na edição desta quarta-feira.

“No futuro, deverá ser privilegiada a utilização de sacos próprios ou alternativas reutilizáveis. A utilização de sacos muito leves ficará sujeita ao pagamento de uma contribuição à semelhança dos sacos de plástico leves”, explicou o Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC). Com esta alteração, o Governo considera que está “a ir ao encontro das normais europeias”.

O Ministério tutelado por Duarte Cordeiro não adiantou, contudo, qual o valor que passará a ser pago, nem quando é que a cobrança vai entrar em vigor.

]]>
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 9:54 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Ambiente, Governo, Plástico, Portugal

Impacto da lei do tabaco sem avaliação aprofundada há mais de uma década

Alexandra Campos, in Público


Direcção-Geral da Saúde lançou concurso para novo estudo em Abril de 2022, mas este acabou por não ser adjudicado. Últimos dados detalhados sobre prevalência do consumo de tabaco são de 2019.

Epidemia do tabagismo continua “descontrolada”, avisa o ex-director-geral da Saúde Francisco George
José Pedro Boléo-Tomé: “O tabagismo é uma doença pediátrica”

Há mais de uma década que não é feita uma avaliação aprofundada do impacto da lei do tabaco em Portugal, apesar de a própria legislação estipular que a Direcção-Geral da Saúde (DGS) e o Observatório Nacional de Saúde devem realizar este tipo de estudos de cinco em cinco anos e que cabe ao Ministério da Saúde enviar um relatório com os resultados deste trabalho para a Assembleia da República. Há uma avaliação detalhada que foi divulgada em 2011, e outra, básica, foi feita três anos depois, mas desde então não há notícia de mais estudos deste género — e a lei do tabaco foi entretanto sujeita a duas relevantes alterações consecutivas, em 2015 e 2017.

[Artigo exclusivo para assinantes]
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 8:55 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: DGS, Governo, Lei do tabaco, Portugal, Saúde, Tabagismo

Prestação num crédito de 200 mil euros sobe 57% e passa mil euros

Rosa Soares, in Público

Taxas fecham Maio nos valores mais altos desde 2008. Subida em cadeia abrandou, mas impacto nos créditos continua a ser elevado.



Há uma boa notícia na evolução das taxas Euribor em Maio: o ritmo de subida abrandou ligeiramente face aos meses anteriores. Mas continua a manter-se a má notícia, a do agravamento significativo das prestações do crédito à habitação, especialmente nos contratos associados aos prazos a seis e 12 meses, porque são os que estão em níveis mais elevados e são revistos em intervalos de tempo maiores.


A situação é particularmente mais grave na Euribor a 12 meses, a mais utilizada (41%) nos empréstimos contratados entre 2015 e 2021, período em que os três prazos usados no crédito à habitação estiveram em valores negativos.



A média mensal das Euribor de Maio serve de referência para as revisões de créditos que venham a ocorrer em Junho, bem como para os novos empréstimos a contratar durante o próximo mês.


Apenas a uma sessão do fecho do mês, a Euribor a 12 meses foi a que menos subiu. A média desta taxa avançou para 3,859% até 30 de Maio, mais 0,102 pontos percentuais do que em Abril, em linha com a variação em cadeia que se tinha verificado também nesse mês (mais 0,110 pontos face a Março). Apesar de ter sido a que menos subiu no mês, numa comparação com a evolução da Euribor a três e seis meses, é esta taxa que mais vai agravar os créditos a rever brevemente, uma vez que apresenta uma diferença de 3,572 pontos percentuais face ao valor de há um ano.

[Artigo exclusivo para assinantes]



Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 8:47 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: "Habitação Hoje", Banca, Euribor, Famílias, Juros, Portugal

30.5.23

Como as características das gerações influenciam o local de trabalho

Natacha Martins, opinião, in Expresso


Não há uma geração melhor ou pior, nem mais fácil ou difícil. Existem, isso sim, gerações com estilos de vida diferentes, e educações e experiências de vida igualmente diferentes. Elas foram-se adaptando e evoluindo em função do seu contexto. Cabe às organizações fazer uma ponte entre elas


Não é novidade que as diferenças entre gerações no mercado de trabalho têm trazido alguns desafios às empresas, principalmente no que toca à gestão de conflitos. Se, por um lado, a diversidade geracional representa valor acrescentado, por outro, pode ser um desafio.

Com o aumento da esperança média de vida e da idade da reforma, temos observado que podem existir, atualmente, 4 gerações diferentes no mercado de trabalho e, embora as datas possam variar ligeiramente consoante a fonte, de forma resumida temos: 
Os Baby Boomers (entre 60 e 80 anos)
Geração X (entre 40 e 60 anos)
Millennials (entre os 25 e os 40) 
Geração Z (entre os 10 e os 25 anos)

CARACTERÍSTICAS DAS GERAÇÕES QUE PODEM INFLUENCIAR O COMPORTAMENTO NO LOCAL DE TRABALHO

Baby Boomers 

Diria que esta é a geração que está atualmente na fase final da sua carreira. Trata-se de uma geração que nasceu após a segunda guerra mundial e, por essa razão, são conhecidos por serem uma geração mais disciplinada e com espírito de sacrifício coletivo. Cresceram num ambiente onde o mercado de trabalho era mais desacelerado e as ofertas mais escassas. Demonstram muita lealdade e compromisso e, normalmente, têm um estilo de trabalho muito estruturado e organizado da mesma forma.

Geração X

Guardam muitas características da geração imediatamente anterior e são pessoas que procuram uma estabilidade financeira – através da construção da sua carreira e preocupação em ascender dentro das organizações – e demonstram elevado respeito pela hierarquia e pelo seu local de trabalho (em muitos casos, acima da vida pessoal). São, por vezes, conhecidos como workaholic e são, também, a geração que oferece maior resistência às mudanças atuais. 

Millennials 

Chamada também de “geração tecnológica”, são as pessoas que acompanharam a explosão da internet, da informática e da globalização. Por essas razões, são pessoas tendencialmente mais flexíveis à mudança, muito questionadoras e que gostam de arriscar e inovar. Passaram por uma crise económica e isso fez com que continuassem, à luz da geração anterior, a valorizar o trabalho e a preocupar-se em aumentar as suas qualificações académicas e profissionais. Com eles começou-se, também, a priorizar a preocupação com o futuro do planeta, sendo mais sensíveis a causas sociais.

Geração Z 

É a geração que começa agora a entrar no mercado de trabalho e, para estas pessoas, não há tempo a perder. São multifacetados e nasceram no mundo digital, estando conectados a tudo e em qualquer momento. São ativistas por natureza e o sentido de justiça vem ainda mais apurado que o da geração anterior, trazendo à discussão novos tópicos sociais como é o caso da preocupação com a saúde mental, diversidade e inclusão. Valorizam o seu tempo pessoal em detrimento da profissão e são, geralmente, mais desconectados das organizações. 

Se, por um lado, as 2 gerações mais antigas tinham a sua vida profissional bem estabelecida e encaixavam nela a vida pessoal, as 2 gerações mais recentes não partilham da mesma opinião e é aqui que reside a maior dificuldade na gestão dos conflitos dentro das organizações. Gerações mais recentes não vão tolerar horas extras diárias e consecutivas e/ou reuniões fora do seu horário laboral estipulado, enquanto as gerações mais antigas veem isso como algo perfeitamente normal. O que acontece é que, de uma forma genérica, os postos de liderança dentro das organizações estão ocupados por pessoas de gerações mais antigas e a força de trabalho de cariz mais operacional é ocupada pelas gerações mais recentes.

Não há uma geração melhor ou pior, nem mais fácil ou difícil. Existem, isso sim, gerações com estilos de vida diferentes, e educações e experiências de vida igualmente diferentes. Elas foram-se adaptando e evoluindo em função do seu contexto. Cabe às organizações fazer uma espécie de ponte e diminuir este gap de forma a trazer os pontos mais positivos de todas as gerações do mercado.

A solução é normalmente mais fácil de dizer do que propriamente de a aplicar no dia-a-dia, no entanto, a minha dica passa por munir as nossas pessoas de 3 competências fundamentais:

1. Empatia 

Por norma são os jovens que ditam as tendências de mercado e acabam por inspirar os mais velhos a agir em conformidade. No entanto, é fundamental que todos/as se consigam compreender mutuamente e entender as razões que estão por trás da forma diferente como nos comportamos. A organização deve evitar a separação das gerações e, inclusive, fomentar equipas diversificadas para que se possam influenciar mutuamente de forma positiva. 

Face a um cenário de trabalho remoto, é importante haver ferramentas que promovam a proximidade entre as pessoas, como é o caso de reuniões online e/ou atividades de teambuilding presenciais. Por exemplo, pode ser interessante experienciar um teambuilding relacionado com este tópico em que dividem a organização por gerações e cada uma tem a missão de se apresentar às outras, mencionando as suas características e maiores desafios em lidar com as restantes.

2. Comunicação

A empresa deve investir em formações para todas as camadas da organização e há muitas empresas especialistas nestes temas. O objetivo é que aprendam os diferentes estilos de comunicação e de que forma se podem adaptar dentro das equipas. Por exemplo, se por um lado, os baby boomers têm tendência a ter um estilo mais cordial e político, a nossa Geração Z será muito mais direta no discurso, dizendo imediatamente o que pensa de forma honesta e sem filtros. Estas informações, tal como muitas outras, como é o caso da interpretação dos diversos tipos de comunicação (verbal, não verbal, escrita ou visual) são passadas neste tipo de workshops profissionais por isso, é importante investir neles.

3. Flexibilidade

Não há soluções milagrosas e acredito que algumas pessoas até se possam identificar com mais do que uma geração e está tudo bem. O mais importante é conseguirmos adaptar-nos, fazendo crescer a discussão saudável em contexto interno, bem como um constante investimento, por parte da empresa, em corresponder às novas tendências do mercado.

Para terminar, julgo que vale a pena recordar as nossas pessoas que o mundo está em constante mudança e que, inevitavelmente, teremos de adaptar-nos. Cabe às equipas de liderança, com o apoio dos seus departamentos de recursos humanos, continuar a motivar todas as gerações e ajudar a mitigar este tipo de conflitos.
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 4:19 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Artigo de opinião, Diversidade geracional, Trabalho

Esta "espécie rara sobre rodas" pode ajudar a sua empresa a integrar pessoas com deficiência

Pedro Sousa Carvalho, in Expresso


Catarina Oliveira anda pelo país de cadeira de rodas a dar palestras e formação sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. O Expresso Ser assistiu a um webinar desta consultora que nos apresentou um autêntico compêndio sobre as barreiras que estas pessoas enfrentam e a forma como as empresas as podem derrubar. E deixa este conselho: “Não encarem a inclusão como um custo, encarem como um investimento”


“Sou uma mulher branca, cabelo castanho, encaracolado, estou de camisa branca e atrás de mim está um painel azul. Sou uma pessoa com deficiência motora”. É assim que se apresenta Catarina Oliveira para o caso de estar presente na conferência alguém com deficiência visual. Uma conferência promovida pela empresa de recursos humanos Multitempo by JobandTalent.

Catarina Oliveira, 34 anos, é natural do Porto, nutricionista, consultora e formadora para a diversidade e inclusão, embaixadora da Associação Salvador e, ainda, formadora na empresa AccessLab. “Comecei há sete anos com um projeto no Instagram chamado @especierarasobrerodas, onde comecei a desmistificar todas as questões relacionadas com a deficiência. Durante 27 anos fui uma pessoa sem deficiência e tornei-me numa pessoa com deficiência motora há sete anos. Percebi então que o mundo, seja a nível de trabalho, seja a nível pessoal, começou a encarar-me como uma espécie rara sobre rodas”.

E que mitos quer desmontar esta consultora que tem mais de 41 mil seguidores no Instagram? São essencialmente três: 1) As pessoas com deficiência não querem trabalhar; 2) As pessoas com deficiência são menos capazes; 3) As adaptações nas empresas são muito caras e difíceis.

QUANTAS PESSOAS TÊM DEFICIÊNCIA?

De acordo com o Relatório Mundial da Deficiência da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de mil milhões de pessoas em todo o mundo têm algum tipo de deficiência, ou seja, 15% da população. Em Portugal são um milhão ou 10% da população.

“Quando pensamos em deficiência pensamos em cadeira de rodas, mas também temos deficiência visual, auditiva, temos deficiências invisíveis, temos

neurodivergências, temos deficiências intelectuais, nem todas são visíveis”, explica Catarina Oliveira que remata dizendo que “as pessoas com deficiência são a maior minoria do mundo”.

Os dados apresentados no webinar mostram que apesar de serem uma grande minoria, as pessoas com deficiência da União Europeia enfrentam ainda grandes dificuldades:28,4% das pessoas com deficiência estão em risco de pobreza e exclusão social comparativamente a 18,4% de pessoas sem deficiência;

37,5% das pessoas com deficiência estão inativas, comparativamente a 17,6% de pessoas sem deficiência;

50,8% das pessoas com deficiência têm emprego, contra 75% das pessoas sem deficiência. Em Portugal, a diferença na taxa de emprego entre pessoas com e sem deficiência é de 18,2 pontos percentuais.

QUE BARREIRAS ENFRENTAM ESTAS PESSOAS?

O que explica estas estatísticas são essencialmente as barreiras que se levantam e impedem que estas pessoas tenham acesso ao mercado de trabalho. “Grande parte dos problemas de viver com uma deficiência não é inerente à deficiência, é inerente às barreiras que temos constantemente de ultrapassar e que estão à nossa volta”, explica. E que barreiras são essas?

Algumas são comportamentais, sendo a mais óbvia a discriminação de pessoas com deficiência e risco agravado de saúde, que é punida por lei (Lei 46º/2006, de 28 de agosto). E a lei pune quer a discriminação direta, quer a indireta “quando me colocam cinco degraus à entrada de um restaurante”.

O capacitismo e a infantilização são outras das barreiras comportamentais que se erguem na vida destas pessoas. O capacitismo é este sistema de discriminação que assenta na premissa de que os corpos de pessoas sem deficiência são mais válidos, capazes e produtivos do que os das pessoas com deficiência. E a infantilização é tratar pessoas com deficiência como se fossem crianças: “Muitas vezes falam comigo com uma voz infantil, com uma vozinha. Muitas vezes nem sequer falam comigo, falam com quem está comigo. Vou a um café e perguntam a quem está comigo o que é que eu vou tomar, perguntam à pessoa que está comigo o que me aconteceu. Eu própria já fiz isso. Estar a falar com alguém com uma paralisia cerebral, que não tem necessariamente uma deficiência cognitiva, e estar a falar com essa pessoa como se ela fosse uma criança. E depois pensei: porque estás a ter este comportamento com alguém que é um adulto?”

A comunicação é outras das barreiras que se levantam à frente das pessoas com deficiência. A este prepósito, Catarina coloca duas questões às empresas: “Como é que vocês adequam uma entrevista de emprego? Será que vão pôr de parte uma pessoa surda, que comunica com linguagem gestual, simplesmente porque não têm um intérprete? Será que vocês vão perder um trabalhador que seja autista e que não consiga ter uma comunicação olho no olho, mas que possa ser extremamente capaz de ajudar a vossa empresa se a vossa empresa for, por exemplo, uma empresa de análise de dados?”

No final desta corrida cheia de obstáculos, ainda encontramos as barreiras físicas, do ambiente que nos rodeia: os degraus, as escadas no local de trabalho, os pisos desconfortáveis que causam trepidação. Catarina Oliveira dispara uma série de perguntas para as empresas: “Será que existem na empresa lugares de estacionamento para pessoas com mobilidade condicionada? Será que na vossa empresa existem casas de banho adaptadas e acessíveis? Eu preciso de barras de apoio para me transferir para uma sanita e preciso de um espelho mais baixo, porque não me levanto. Se for maquilhada gosto de retocar a minha maquilhagem”.

Mas há mais perguntas: “Como é o mobiliário no local de trabalho? Será que as mesas são tão baixas que eu não consigo entrar lá com a minha cadeira? Será que no bar só existem mesas altas e eu tenho de comer no meu colo? Não é preciso abolir as mesas altas, é preciso ter também mesas baixas. Será que na receção da vossa empresa existe um balcão rebaixado para que eu não tenha uma parede entre mim e a rececionista? A vossa empresa tem um plano de evacuação onde se considera as pessoas com deficiência? Para uma pessoa surda, existem sinais luminosos em casos de emergência? Há portas pesadas e de difícil abertura?”

O QUE PODEM FAZER AS EMPRESAS?

É uma enorme check-list que as empresas que querem integrar pessoas com deficiência têm de fazer, sendo que existem algumas entidades, como o IEFP, que têm programas que ajudam as empresas neste percurso. Catarina Oliveira deixa ainda quatro sugestões de leitura/contacto para os diretores de recursos humanos:Convenção dos Direitos sobre Pessoas com Deficiência;

Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com Deficiência 2021-2025;

Guia Prático das Pessoas com Deficiência em Portugal;

Linha de Apoio ao Cidadão com Deficiência do INR.

Para acolher trabalhadores com deficiência é necessário que a sua empresa faça adaptações razoáveis, ou seja, adaptações em função dos meios financeiros. Catarina Oliveira cita um inquérito da Job Accommodation Network para mostrar que “75% dos empregadores que forneceram adaptações razoáveis para os seus funcionários constataram que os ajustes foram extremamente eficazes no desemprego dos colaboradores” e ainda que “56% das adaptações nem sequer tiveram custos de adaptação”.

Nesta caminhada rumo à inclusão, as empresas também devem apostar na formação dos seus trabalhadores de forma a facilitar a integração na empresa de pessoas com deficiência. A este prepósito, esta especialista cita um estudo feito no Brasil onde as empresas foram questionadas sobre os maiores obstáculos que enfrentavam à contratação de pessoas com deficiência: “44% falou na falta de formação do staff, 41,7% na baixa qualificação dos candidatos e 78,4% na falta de preparação dos líderes de equipa. Muitas vezes os líderes da equipa pensam que contratar uma pessoa com deficiência pode reduzir a pique a produtividade. Isso só acontece quando a pessoa é integrada sem haver essa preparação”.

Neste processo de integração, também é importante não esquecer os ensinamentos que nos trouxe a pandemia sobre modelos de trabalho híbrido, flexibilidade no trabalho e recrutamento virtual. Sendo que o conselho mais importante deixado por esta consultora é não fazer nenhuma adaptação na empresa sem antes chamar alguém com deficiência.

No final, a formadora na empresa AccessLab deixou um desafio adicional às empresas. “E na administração têm alguém com deficiência?” Catarina Oliveira lança a pergunta e dá a resposta: “Vocês não imaginam o poder de mudança que nós temos numa empresa quando temos alguém com deficiência num cargo em que é possível tomar uma decisão. As mudanças começam a acontecer e são muito mais fáceis do que nós imaginamos”.
QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS?

Com a contratação e integração de pessoas com deficiência “beneficiamos todos, não é um ato de caridade e benfeitoria. A pessoa com deficiência é uma potência económica e se eu for para a vossa empresa posso acrescentar valor. Ou não, porque posso não ser competente no meu trabalho”. Catarina Oliveira elenca uma série de benefícios desta integração:Tem impacto nas condições financeiras e na autonomia da própria pessoa;
Tem um impacto no consumidor/cliente da empresa;
Enriquece e reforças as organizações;
Traz segurança aos colaboradores;
Estimula a inovação e a criatividade;
Diminui os conflitos e aumenta a produtividade.

Em jeito de conclusão, Catarina Oliveira, uma "espécie rara sobre rodas", diz que “quando a diversidade e a inclusão acontecem, geram transformações profundas que impactam positivamente a vida de todos os colaboradores, promovendo igualdade, equidade, criatividade, engajamento, motivação, respeito, tolerância e, consequentemente, o crescimento da empresa num ambiente saudável e produtivo”.

“Não encarem a inclusão, a acessibilidade, a integração da pessoa com deficiência como um obstáculo ao vosso crescimento económico. Não encarem a inclusão como um custo, encarem como um investimento. Vocês vão ter o retorno daquele investimento no futuro, podem não o ver, mas vocês vão percebê-lo”.
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 4:03 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Catarina Oliveira, Inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, Portugal, Webinar da Multitempo by Joband Talent

“As pessoas fugiam de nós”: covid-19 provocou um estigma nos doentes semelhante ao da tuberculose, mas depois também o ajudou a combater

Joana Ascensão, in Expresso


Foi intenso mas passageiro o estigma sentido pelos doentes que contraíram covid-19 no início da pandemia. Um estudo coordenado por duas investigadoras do ISPUP mostra que, à medida que a pandemia se foi normalizando na sociedade, o estigma foi-se esbatendo


Um estudo recente, Tuberculosis and COVID-19 Related Stigma: Portuguese Patients Experiences, – que contou com a participação de duas investigadoras do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), Raquel Duarte e Ana Aguiar – provou que o efeito do estigma sentido pelos doentes com covid-19 no início da pandemia foi idêntico ao sentido pelos doentes que experienciam a tuberculose.

Contudo, à medida que a pandemia se foi interiorizando na sociedade, bem como os hábitos de uso de máscara, de etiqueta respiratória e de lavagem das mãos, o efeito de normalização da experiência de contrair uma doença infecciosa estendeu-se da covid-19 para a tuberculose.

“A pandemia ajudou a diminuir um pouco o estigma associado à tuberculose. No início, houve imenso estigma associado à covid, mas à medida que o tempo foi passando, com o andamento da pandemia, a ideia de contrair uma infeção foi-se normalizando”, explica ao Expresso Ana Aguiar, uma das coordenadoras do estudo junto com Raquel Duarte (também ex-secretária de Estado da Saúde).

Através de uma análise qualitativa, por meio de entrevistas concretizadas por duas médicas que realizaram o seu internato em pneumologia no Centro de Diagnóstico Pulmonar de Vila Nova de Gaia, entre 2019 e 2021, foi possível identificar doentes que se sentiram estigmatizados por terem contraído covid-19 e tuberculose.

“Eu acho que as pessoas fugiam de nós” relatou às investigadoras uma mulher de 58 anos infetada com o vírus SARS-CoV-2, em 2020, cujo testemunho se pode ler no estudo.

O estigma é “uma questão que interessa particularmente à ciência, porque é, em si mesmo, um problema de saúde pública”, como refere Ana Aguiar, já que ele acarreta, por exemplo, um atraso estudado e documentado no diagnóstico da tuberculose.

Se com a covid-19, pelas condições específicas em que a doença surgiu mundialmente, o efeito não perdurou, interessa saber se a experiência da pandemia trouxe melhoras significativas na vivência de outras doenças infecciosas. Mas nisto, Ana Aguiar tem algumas dúvidas.

Numa fase mais tardia da pandemia os doentes reportavam que “dizer ‘covid-19’ e dizer ‘tuberculose’ tinha um peso completamente diferente”, mantendo o segundo nome uma “conotação muito, muito pesada, que gera estigma”, associado a uma contração da infeção por via de comportamentos de risco.

Num país com uma baixa incidência, como Portugal, mas onde “cada vez se fala menos da doença”, o tempo de diagnóstico está a aumentar. Isso preocupa os profissionais de saúde, que insistem na importância de normalizar a doença para a qual já existe cura. “Se nós tivermos uma sociedade altamente consciente sobre as doenças infecciosas, conseguimos combater o estigma”, diz Ana Aguiar.
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 3:35 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Covid-19 na sociedade, Estudo "Tuberculosis and COVID-19 Related Stigma:Portuguese Patiens Experiences", Saúde

Reciclagem não é solução para o plástico: é preciso mudar do descartável para o reutilizável

Por Lusa, in Público


As embalagens são responsáveis por 40% de todo o plástico na União Europeia e os resíduos vão aumentar. Peritos dizem que é preciso reutilizar mais e mais.

A redução da poluição por plástico só será possível com a adopção em massa de sistemas de reutilização, indica um estudo divulgado esta terça-feira, que rejeita a reciclagem como solução.

O estudo foi publicado pelo Centro de Política Global de Plásticos, da Universidade de Portsmouth, Reino Unido, numa colaboração com o movimento "Break Free From Plastic", e surge numa altura em que o tema do plástico está em debate na ONU.


Esta semana, desde segunda e até sexta-feira, realiza-se na UNESCO a segunda sessão do Comité Intergovernamental de Negociação sobre Poluição Plástica, liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e por França.

[Artigo exclusivo para assinantes]
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 3:16 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Ambiente, Plástico, Poluição, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Reciclagem

Comissão Europeia envia bombeiros para ajudar Portugal no Verão

Patrícia Carvalho, in Público


Portugal, França e Grécia são os países considerados “mais vulneráveis” à eventualidade de fogos catastróficos. Haverá 28 meios aéreos a postos para acorrer em último recurso.


Portugal vai receber cerca de 60 bombeiros de diferentes Estados-membros da União Europeia (UE), que integram uma equipa de cerca de 440 operacionais que serão pré-posicionados também em França e na Grécia, por os três países serem considerados “mais vulneráveis” à possibilidade de terem de lidar com fogos catastróficos durante o Verão.

Em sentido inverso, Portugal disponibiliza dois aviões de combate a incêndios, que terão de ser enviados para onde for necessário, caso sejam solicitados pelo Centro de Coordenação de Resposta de Emergência (ERCC, na sigla inglesa) da UE. Estes meios aéreos serão financiados pela Comissão Europeia, enquanto estão em espera ou a operar às ordens deste centro.

[Artigo exclusivo para assinantes]


Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 3:04 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: CE, Incêndios florestais, Portugal, Proteção civil

Direcção executiva do SNS há oito meses sem regras de funcionamento. Governo promete estatutos até Junho

Ana Maia e Marta Moitinho Oliveira, in Público


A entidade liderada por Fernando Araújo nasceu a 1 de Outubro, mas ainda não tem definida a organização interna. O Ministério da Saúde quer os estatutos aprovados até ao final do primeiro semestre.

A Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) nasceu a 1 de Outubro do ano passado, mas até agora ainda não tem definida a sua forma de organização interna, que depende da aprovação de uma portaria que tem de ser assinada pelos ministros da Saúde, Finanças e da Presidência. Em Fevereiro, o Ministério da Saúde disse ao PÚBLICO que a aprovação deste diploma estava para breve, mas oito meses depois da criação da DE-SNS os estatutos ainda não viram a luz do dia. Agora, o Governo promete aprová-los até ao final do primeiro semestre de 2023. Se este prazo for todo esgotado, terão passado nove meses desde o nascimento da entidade criada para melhorar a gestão do SNS.

O compromisso com o novo prazo foi revelado pelo ministério liderado por Manuel Pizarro ao PÚBLICO quando confrontado com a demora, tendo em conta a resposta dada em Fevereiro. "Prevê-se que os estatutos da DE-SNS estejam aprovados até ao final do primeiro semestre de 2023", diz o Ministério da Saúde.


Segundo a orgânica da DE-SNS, a aprovação dos estatutos seria uma das primeiras tarefas da nova estrutura – a apoiar o director executivo, está o conselho de gestão com cinco elementos que entraram em funções a 2 de Janeiro deste ano -, contribuindo para garantir a plenitude de funções da DE-SNS, que aconteceu com a entrada em vigor do Orçamento do Estado (OE) para 2023, a 1 de Janeiro. Mas até agora não aconteceu, prevendo o Ministério da Saúde que aconteça até ao final de Junho.

[Artigo exclusivo para assinantes]


Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 2:46 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Administratição Pública, Fernando Araújo, Saúde, SNS

Há 650 mil trabalhadores estrangeiros a descontar para a Segurança Social

Joana Nabais Ferreira, in ECO


No final de abril de 2023, havia 650 mil trabalhadores estrangeiros declarados, um valor que compara com os 140 mil registados no final de abril de 2015. Em oito anos, 510 mil trabalhadores estrangeiros passaram a contribuir para a Segurança Social. Os números foram divulgados esta segunda-feira pela ministra Ana Mendes Godinho, durante a apresentação do “Relatório Anual sobre a Evolução da Negociação Coletiva em 2022”, do Centro de Relações Laborais (CRL).

“Estes números mostram a dimensão do número de trabalhadores estrangeiros que estão a entrar no mercado de trabalho Portugal, mas também significa que temos mesmo de ter essa capacidade de ter trabalhadores estrangeiros a trabalhar em Portugal, precisamente para responder aos grandes desafios de atrair e fixar talento nas organizações”, considerou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Já em termos globais, “estamos com mais 180.000 trabalhadores declarados à Segurança Social de janeiro a abril, comparado com o período homólogo”. “Se compararmos com o número de trabalhadores declarados à Segurança Social em 2015, só para termos grandes noções, temos mais um milhão de trabalhadores declarados no período”, disse durante a sua intervenção.

No que toca ao salário médio declarado à Segurança Social, Ana Mendes Godinho referiu ainda que se, durante os primeiros quatro meses de 2023, verificou-se um aumento na ordem dos 8%.

Na semana passada, o Conselho de Finanças Públicas anunciou que a Segurança Social fechou o ano passado com um excedente de 4.095 milhões de euros, o maior em mais de uma década. A receita efetiva da Segurança Social cresceu 6,9% em 2022, para 34.437 milhões, excluindo as operações relativas ao Fundo Social Europeu (FSE) e do Fundo Europeu de Auxílio às Pessoas Mais Carenciadas (FEAC).

Relembrando este números e olhando para os resultados apresentados no “Relatório Anual sobre a Evolução da Negociação Coletiva em 2022” — que mostram que, em 2022, se verificou o maior crescimento salarial, tanto em termos nominais como em termos reais, da série iniciada em 2010, na ordem dos 5,5% e 3,9%, respetivamente — a ministra disse ainda que este aumento dos salários “está também a contribuir para o aumento da sustentabilidade do sistema da Segurança Social”.

“É fruto desta capacidade de dinamismo da contratação coletiva, nomeadamente de estar a aumentar os salários no âmbito da contratação coletiva.”

Classificando o Acordo de Rendimentos e Competitividades como “histórico” e “crítico” para o país, a ministra adiantou ainda que cerca de 55% das medidas estão já concretizadas.

Convenções coletivas crescem 81% de janeiro a abril

O recurso a instrumentos de regulamentação coletiva do trabalho aumentou 81% durante o período de janeiro a abril 2023, face ao período homólogo, com mais empresas a chegarem a acordo com os trabalhadores. O universo de trabalhadores potencialmente abrangidos pelas novas convenções é de 415.000 mil, mais 117% do que no ano anterior.

“É o número de janeiro a abril mais alto desde 2005”, disse Ana Mendes Godinho. “São números extraordinários”, salientou ainda, acrescentando que poderão ser já um “sinal” das medidas que estão a ser colocadas no terreno.

“Nós, pela primeira vez, criámos medidas de discriminação positiva para quem tem contratação coletiva dinâmica. Não sei se já serão os efeitos diretos ou não, mas quero crer que já são sinais muito fortes de que faz sentido haver medidas de discriminação positiva para quem tem contratação coletiva dinâmica, significa quem tem contratação coletiva há menos de três anos. Veremos se os sinais se confirmam.”

Cinco desafios em 2023

A ministra do Trabalho deixou ainda alguns reptos, nomeadamente a valorização dos salários e dos colaboradores para a retenção dos talentos — “acho que é dos maiores desafios que temos, neste momento, como país e também como organizações” — e os instrumentos na contratação coletiva dedicados à conciliação entre a vida pessoal e profissional dos trabalhadores. “E aqui não posso deixar de lançar o repto ao projeto-piloto que estamos a lançar da semana de quatro dias”, cujo arranque está previsto já em junho.

Ana Mendes Godinho destacou também os novos mecanismos relativos à parentalidade e pediu à contratação coletiva e ao diálogo social ajuda na implementação das novas licenças parentais criadas para “forçar a real partilha entre homens e mulheres”.

A reconversão e requalificação dos trabalhadores e a dimensão de saúde e segurança no trabalho (SST) — “nomeadamente dos riscos psicossociais” — fizeram ainda parte dos reptos deixados pela ministra.


]]>
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 2:35 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Descontos para a SS, Migrantes, MTSSS, Portugal, Relatório Anual sobre a Negociação Coletiva em 2022, Trabalho

Madeira, Lisboa e Açores com taxa de desemprego acima da média europeia em 2022

Ana Marcela, in ECO


No ano passado,

a taxa de desemprego na União Europeia situava-se nos 6,2% entre as pessoas entre os 15-74 anos, mas varia de acordo com as diversas regiões. A mais baixa foi a registada na alemã Boémia Central (1,2%), com a região espanhola de Ceuta a assinalar a taxa mais elevada no período (28,4%). Em Portugal, Madeira (7,8%) e Área Metropolitana de Lisboa (7,2%) são as que registam a taxa mais elevada, acima da média europeia, indicam os dados publicados esta terça-feira pelo Eurostat.

Já na zona Norte de Portugal apresentava uma taxa de 5,9%, o Algarve de 5,8%, o Centro de 5,1% e o Alentejo de 4,8%, valores abaixo da média europeia. Além da Madeira e da região da capital, apenas os Açores, com 6,8%, registou valores acima da média europeia.

No que toca ao desemprego jovem (entre os 15-29 anos) ao nível da União Europeia, tendo igualmente como referência o final do ano passado, o registo do Eurostat aponta para uma descida de 1,7 pontos percentuais face a 2021, para uma taxa de desemprego de 11,3%.

Mais uma vez, é a região alemã da Boémia Central a registar a taxa mais baixa nesta faixa etária — 1,7% — com a região de Ceuta a assinalar a mais elevada: 42,4%.

Em Portugal, a região autónoma da Madeira assinala a taxa mais elevada entre os jovens (17,2%), apesar do recuo face aos 21,1% que se registavam no ano anterior. De resto, todas as regiões do país referidas pelo organismo estatístico europeu assinalam taxas acima da média europeia — com destaque para o Algarve (14,9%), Centro (14,7%) e AMT (14,6%) — pese embora as melhorias ocorridas face a 2021, com todas as regiões (não são indicados dados referentes aos Açores) a recuar a taxa de desemprego entre os jovens.
]]>
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 2:09 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Desemprego - Dados do Eurostat, Portugal, Taxa acima da média europeia

Estudo revela que 86% dos jovens portugueses estão viciados nas redes sociais, 48% dos pais sentem-se culpados por não protegerem os filhos

Por Lusa, in Expresso


80% dos jovens prefere comunicar pelas redes sociais, em vez de pessoalmente. Dois em cada cinco jovens reconhecem que as redes sociais têm impacto negativo na sua saúde mental


Um estudo sobre o impacto das redes sociais na saúde mental revelou que 86% dos jovens portugueses admitem estar viciados nestas plataformas, um valor superior à média europeia (78%), e 90% já as utilizam desde os 13 anos.

O estudo, desenvolvido pela Dove em Portugal, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Brasil, Estados Unidos, Canadá, inquiriu 1.200 jovens e pais em Portugal.

Concluiu que 80% dos jovens prefere comunicar pelas redes sociais, em vez de pessoalmente, e considera que estas são para os seus pares uma parte de si mesmos. Admitem também ficar aborrecidos se não puderem aceder às plataformas.

Dois em cada cinco jovens reconhecem que as redes sociais têm impacto negativo na sua saúde mental "muito por culpa dos conteúdos tóxicos a que assistem", nomeadamente incentivos à automutilação (25%) e 90% já foi exposto a conteúdos de beleza tóxicos, revela o estudo.

Cerca de metade (45%) observou conteúdos que incentivam comportamentos de restrição ou distúrbio alimentar, 70% já consumiu informações que os incentivaram a utilizar de forma excessiva filtros nas suas fotografias e vídeos.

Três em cada quatro jovens viram conteúdos que mostravam "corpos perfeitos e irrealistas" e dizem concordar que as redes sociais têm o poder de os fazer querer mudar a sua aparência.

O trabalho agora conhecido é apoiado no lançamento de uma petição internacional em colaboração com a Mental Health Europe, uma rede europeia que trabalha na prevenção de problemas de saúde mental, que pretende levar o tema da segurança 'online' dos jovens ao Parlamento Europeu e legislar as redes sociais.

O estudo também analisou a visão dos pais sobre esta problemática, tendo concluído que 48% se sentem culpados por não estarem a proteger suficientemente bem os filhos daquilo que veem e ouvem diariamente 'online', 52% acredita que plataformas têm mais poder para moldar a autoestima e a confiança dos seus filhos do que eles enquanto pais e 40% confirma que os conteúdos têm impacto negativo na saúde mental dos filhos.

Mais de 85% dos pais concorda que as redes sociais precisam de mudar para darem uma experiência mais positiva aos adolescentes e que é necessário adotar leis para responsabilizar as plataformas pelos danos que estão a causar à saúde mental dos jovens.

Comentando à agência Lusa estes dados, o psicólogo Eduardo Sá afirmou o estudo se limita "a tornar mais visível" aquilo que os pais, professores e os técnicos que trabalham com adolescentes observam, que é "um acesso franco, prolongado e ilimitado às redes sociais sem qualquer tutela por parte dos adultos", que acaba por ter, em muitos aspetos, "um impacto francamente prejudicial na sua saúde mental".

O porta-voz do estudo destacou o facto de os adolescentes reconhecerem ser viciados nas redes sociais e que "não encontram ninguém que, de alguma forma, os proteja ou regularize a sua relação com elas".

O estudo realça também o modo como os adolescentes comunicam entre si, que já não é de "viva voz" como acontecia há uma geração, mas fundamentalmente através do digital e das redes sociais em que são expostos a uma realidade que deveria "dar que pensar".

Por outro lado, disse o especialista em Saúde Familiar e Educação Parental o estudo "deixou claro" que aquilo que os adolescentes acham que é a realidade e aquilo que as redes sociais lhes trazem como realidade acaba por ser confundido para eles, o que traz "distorções significativas na sua formação".

"[O impacto] que as redes sociais têm, muitas vezes, na deformação dos adolescentes, acaba por ser uma espécie de droga (...) e com o assentimento dos pais e com consequências que, nalguns casos, são manifestamente graves".

"Eles acabam por ter contacto com conteúdos que são de uma toxicidade absolutamente fora do vulgar sobre a beleza. E esses conteúdos são tão massivos, tão imersivos, que quando eles se comparam com estes modelos que lhes chegam, evidentemente, que não têm como não se sentir piores", vincou, considerando ser "uma situação muito preocupante".

O psicólogo salientou o papel que os pais devem ter nesta matéria: "Nós, os pais, somos muito demissionários, muito mais do que era suposto, sem medirmos as consequências que tudo isto tem na saúde mental dos nossos filhos que, a curto, médio prazo, acaba por ficar comprometida e nós temos a obrigação de intervir de outra forma porque fica aqui todo um vazio que acaba por ser prejudicial".

"Portanto, aquilo que me preocupa não são tantos os adolescentes, somos nós na definição de um conjunto de regras que eles precisam de ter para que o seu crescimento seja protegido", rematou.
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 1:31 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Estudo da Dove, Impacto das redes sociais, Jovens, Portugal, Saúde Mental

Na violência doméstica os animais também são vítimas. Como é que os podemos proteger?

Ana Isabel Ribeiro, in Público


Quando os animais são vítimas, as respostas são escassas. Neste momento, há apenas três autarquias que os acolhem. Para mudar isso, provedora quer rede de famílias de acolhimento.

Não são raros os casos em que a violência doméstica surge associada aos maus tratos a animais. Não é difícil perceber porquê: são os mais indefesos. Além disso, há situações em que funcionam como elementos de manipulação da vítima, para quem o animal é importante. Em certos casos, é pela ligação emocional ao animal que a vítima não abandona o lar ou, no caso de ter saído, regressa.

Esta relação entre estes dois tipos de violência, tema escolhido por Laurentina Pedroso, provedora do Animal, será discutido na segunda edição da conferência The Link, que decorre no dia 2 de Junho, no Centro Cultural de Belém. Esta terça-feira, 30 de Maio, começa às 14h30 uma webinar sobre alojar animais e pessoas em contextos de vulnerabilidade.

O que acontece, neste momento, na grande maioria dos casos de violência doméstica é que os animais, quando não ficam com o agressor, são levados para canis ou associações para serem adoptados. Isto acontece porque as casas de abrigo para vítimas de violência doméstica não permitem a entrada de animais. Manuel Albano, vice-presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), reconhece que já existem outras soluções, nomeadamente, “protocolos com três câmaras municipais” que acolhem os animais em regime de confidencialidade e que permitem que os tutores os visitem regularmente.

“Isto acontece porque, por vezes, é difícil que as estruturas existentes, em termos de acolhimento, estejam disponíveis para acolher também os animais. Estamos a falar de estruturas de apoio comunitário e de todo o trabalho que é necessário fazer para evitar todas as situações de conflito ou desconforto perante outros utentes que não tenham animais ou tenham alergias”, afirma. Para proteger as vítimas e os animais, Manuel Albano prefere não revelar o nome destas três autarquias.

Laurentina Pedroso, por outro lado, defende que num cenário ideal esta questão não seria sequer discutida, uma vez que quem deve sair de casa é o agressor. No entanto, como a situação real é bem diferente, encontrou estratégias para que as casas de abrigo aceitem os animais.

Se o abrigo tiver um espaço exterior, criar um espaço para o animal viver resolveria a questão das alergias ou do medo mencionadas pelo vice-presidente. E se não tiver, adianta a provedora, “definir circuitos de entrada e saída” para o animal não se cruzar com os outros habitantes, apostar em renovadores de ar ou retirar carpetes e alcatifas resolveriam o assunto.

“A segunda opção é termos uma rede de famílias de acolhimento que fiquem responsáveis por estes animais”, acrescenta. Em último caso, propõe que estes sejam acolhidos por canis ou associações, mas sugere que estas entidades criem espaços que simulem a sala de uma casa para o tutor e o animal estarem mais confortáveis, como já acontece nos Estados Unidos.

“As associações fazem um trabalho inimaginável, mas estão desenhadas para acolher animais abandonados não para dar o conforto que a vítima precisa para conviver com o animal. Tê-lo ao colo, abraçá-lo e não apenas levá-lo a passear.”

Veterinários e serviços sociais em alerta

Para a provedora, outra forma de garantir que animais e pessoas são protegidas dos agressores é fazer com que as entidades “trabalhem ao mesmo tempo” para os dois casos, ampliando as suas formas de actuação.

De acordo com Laurentina Pedroso, o agressor ataca sempre os mais indefesos, grupo que também inclui os animais. Desta forma, quando os serviços de acção social retiram uma criança vítima de maus tratos, é importante perceber se este é o único elemento da família alvo de abusos. Se o animal também for uma vítima, reitera, deve ser levado.

Além disto, quando os médicos veterinários examinam lesões nos animais, devem perceber se a ferida foi acidental ou se os episódios de violência são recorrentes na família e dar o alerta.

“Os veterinários, serviços de acção social, forças policiais que tratam da parte dos maus tratos, autoridades sanitárias da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária e Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, devem ter mais olhos para o que se passa, porque se fizermos esta ligação estamos a proteger vidas dos animais e das pessoas”, defende Laurentina Pedroso.

No fundo, destaca, trata-se de adaptar os apoios já existentes para crianças, idosos, mulheres ou homens vítimas de violência doméstica e aplicá-lo aos animais de companhia alvo de maus tratos.

Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 11:33 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Animais de estimação - Maus tratos, P3 Pet, Portugal, Violência doméstica

Emigração de portugueses para a Islândia com o segundo valor mais alto deste século

Sandra Moutinho, in Lusa


Lisboa, 30 mai 2023 (Lusa) – O número de portugueses que emigraram para a Islândia atingiu, em 2022, o segundo valor mais alto deste século, segundo dados da Statistics Iceland, divulgados pelo Observatório da Emigração.

No ano passado, entraram na Islândia 360 portugueses, o que representa 2,3% do total de entradas de estrangeiros no país: 15.438.

“Após o ligeiro crescimento no número de entradas de portugueses na Islândia em 2021, em 2022 a emigração para este país volta a aumentar, com a entrada de 360 portugueses, o que correspondeu a um aumento de 76,5% face a 2021”, lê-se na nota do Observatório da Emigração.


Entre 2000 e 2022, o mais baixo número de entradas de portugueses na Islândia registou-se em 2002 (sete entradas) e o máximo em 2004 (520 entradas).

Em 2004, a emigração portuguesa representou cerca de um quinto das entradas de estrangeiros no país.

SMM // PJA

Lusa/Fim
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 11:18 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Dados da Stastitics Iceland, Emigrantes portugueses (Islândia)-Subida

"Nunca houve tantos empregos" em Portugal: Quem o diz é o Governo

in Notícias ao Minuto


Também a taxa de atividade "atingiu o seu nível mais alto desde 2011".

O mercado de trabalho está em níveis elevados e nunca houve tantos empregos em Portugal como no primeiro trimestre do ano, de acordo com o Ministério das Finanças.
 
"Em Portugal, nunca houve tantos empregos e a taxa de atividade atingiu o seu nível mais alto desde 2011. Apesar dessa evolução positiva, nos últimos trimestres a taxa de desemprego aumentou ligeiramente, refletindo um acréscimo no número de pessoas à procura de emprego", escreveram as Finanças, numa publicação partilhada na rede social Twitter.

Segundo o gabinete do ministro Fernando Medina, o "dinamismo do mercado de trabalho explica estas dinâmicas que resultam no maior nível de emprego de que há registo e numa taxa de desemprego que continua em níveis historicamente baixos".

Vale recordar que a taxa de desemprego aumentou para 7,2% no primeiro trimestre do ano, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Trata-se de um "valor superior em 0,7 p.p. ao do 4.º trimestre de 2022 e em 1,3 p.p. ao do 1.º trimestre de 2022".
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 11:07 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Dados do INE, Emprego, Governo, Portugal, Subida

Lei publicada. Entram em vigor novos limites às comissões da banca

in RTP


Começam a vigorar esta terça-feira novos limites às comissões cobradas pelos bancos. A lei agora publicada em Diário da República trava, por exemplo, a cobrança de fotocópias de documentos ou da alteração de titular de conta, em caso de óbito.

A lei define ainda limites para a cobrança de comissões em mudanças de titularidade das contas de depósitos à ordem nos casos de divórcio.


Já em processos de habilitação de herdeiros por morte de um titular da conta, as instituições bancárias ficam impedidas de cobrar comissões acima de dez por cento do Indexante dos Apoios Sociais.


Os bancos deixam também de poder cobrar comissões por fotocópias de documentos que digam respeito ao cliente, emissão de segunda via de extratos e outros documentos.

Nos depósitos de moedas, os bancos não podem cobrar comissões superiores a dois por cento do valor da operação.

Em caso de incumprimento, no mesmo mês, do pagamento de prestações de contratos de crédito suportados por uma única garantia, os bancos podem apenas cobrar a comissão relativa ao primeiro incumprimento.

Esta nova legislação obriga a que, nos casos de vendas cruzadas - a proposta de outros produtos ou serviços como forma de reduzir as comissões do contrato de crédito -, o banco apresente "ao consumidor informação sobre a simulação da prestação para cada item de desconto entre o spread base e o spread contratado, tanto no momento inicial de contratação do crédito como futuramente a pedido do consumidor".

No crédito à habitação, um cliente que peça empréstimo e disponha já de um relatório de avaliação do imóvel com menos de seis meses não terá de pagar nova avaliação - pode, neste caso, apresentar a mesma; se o banco pedir nova avaliação, terá de ser este a suportar os custos.

Renegociação de créditos

Quanto ao regime transitório destinado a agilizar a renegociação de créditos, em vigor para responder ao aumento das taxas de juro, opera-se uma mudança na lei, de forma a que os bancos não possam exigir a compra de serviços ou produtos associados, nomeadamente seguros, cartões de crédito ou bens materiais
A maioria dos artigos da lei entram em vigor esta terça-feira, mas o artigo relativo à renegociação entra em vigor 30 dias após a publicação, ou seja, no final de junho.

A legislação estipula também que os limites à duração dos créditos à habitação do Banco de Portugal "não podem limitar ou impedir o alargamento do prazo de amortização do contrato de crédito celebrado ao abrigo do presente artigo".

É agora permitido, por outro lado, o resgate antecipado de Planos-Poupança Reforma (PPR) até ao limite mensal de um Indexante de Apoios Sociais - e que vigora até ao final deste ano - para utilização do dinheiro em "efeitos de reembolso antecipado dos contratos de crédito nele referidos até ao limite anual de 12 IAS". O artigo entra em vigor no final de junho.

Sofrem, por último, alterações as regras da conta dos serviços mínimos bancários: duplica-se de 24 para 48 as transferências sem custo através de homebanking ou de aplicações próprias nas contas de serviços mínimos, ao abrigo de um artigo que começa a vigorar 90 dias após a publicação, no final de agosto.

c/ Lusa
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 10:41 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Banca, Economia, Entrada em vigor novos limites às comissões, Governo, Portugal

Confiança dos consumidores atinge máximo desde fevereiro de 2022 e clima económico cai

Por Lusa, in RR


O indicador de confiança dos consumidores aumentou em maio para o valor máximo desde fevereiro de 2022, enquanto o indicador de clima económico diminuiu pela primeira vez este ano.

O indicador de confiança dos consumidores aumentou em maio para o valor máximo desde fevereiro de 2022, enquanto o indicador de clima económico diminuiu pela primeira vez este ano, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo os resultados dos "Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores" do INE, "o indicador de confiança dos consumidores aumentou entre dezembro e maio, atingindo o valor máximo desde fevereiro de 2022, após ter registado em novembro o valor mais baixo desde o início da pandemia, em abril de 2020".

Quanto ao indicador de clima económico, "diminuiu em maio, após ter aumentado entre janeiro e abril", tendo os indicadores de confiança diminuído em todos setores inquiridos: Indústria transformadora, construção e obras públicas, comércio e serviços.

Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 10:21 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Clima económico, Consumidores, Dados INE, Inflação

Acesso ao arrendamento acessível passa a ser automático

Rafaela Burd Relvas, in Público


Para fomentar a adesão ao arrendamento acessível, o Governo decidiu tornar automático o acesso a
 este programa, desde que os contratos cumpram os requisitos e tenham sido registados nas Finanças.


Porta 65 passa a ser de acesso contínuo este ano

O acesso dos proprietários ao programa de arrendamento acessível vai passar a ser automático, desde que os contratos estejam registados junto da Autoridade Tributária e cumpram os requisitos previstos. Esta é uma das alterações feitas pelo Governo para fomentar a adesão a um programa que tem ficado muito longe dos objectivos estabelecidos.

[Artigo exclusivo para assinantes]
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 10:10 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: "Habitação Hoje "-Pacote de Medidas-Programa Arrendamento Acessível, Acesso automático, Portugal

“É preciso travar o círculo vicioso da pobreza infantil”, alerta Rede Europeia

Henrique Cunha, in RR

Em 2020 “o risco de pobreza nos menores de 18 anos era de 20,4%, ou seja, uma em cada quatro criança eram pobres”.

Na contagem decrescente para a celebração do Dia Mundial da Criança, a Rede Europeia de Luta contra a Pobreza (EAPN) alerta para a necessidade de se investir “na prevenção ao nível da saúde e da educação”.

Em entrevista à Renascença, Fátima Veiga, sociologia e responsável pelo gabinete de investigação e projetos da EAPN admite que os indicadores deste ano em relação à pobreza infantil “possam ser mais negativos por força da pandemia, e da crise financeira”.

De acordo com esta especialista na área da pobreza infantil, em 2020 “o risco de pobreza nos menores de 18 anos era de 20,4%, ou seja, uma em cada quatro criança eram pobres”. Os números baixaram em 2021 para os 18,5%, mas a descida "muito provavelmente tem a ver com os apoios que o Estado foi realizando junto das famílias por via sobretudo do abono de família".

Fátima Veiga diz que a redução “não é significativa” e que ocorre “num período que não envolve ainda a guerra, a crise inflacionária e os aumentos do custo da energia e dos bens alimentares”. Neste contexto, Fátima Veiga admite que "os dados deste ano serão provavelmente piores".

A especialista em pobreza infantil defende que é necessário “investir na prevenção ao nível da saúde e da educação, e numa política de distribuição de rendimentos mais igualitária porque a pandemia provou-nos que as crianças nas escolas não estão todas ao mesmo nível”. “Até podem ter um computador, mas podem não ter luz em casa, ou um quarto para estudar ou uma divisão sem barulho”, esclarece.

Fátima Veiga sublinha que todas estas diferenças são prejudiciais “ao normal desenvolvimento da criança”, pelo que é decisivo “apostar em políticas que possam travar o círculo da pobreza”.
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 8:14 da manhã
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Crianças, Crianças em risco, Crise alimentar, Crise energética, Crise social, EAPN Portugal - Fátima Veiga, Pobreza

29.5.23

Negociação coletiva: 79% dos trabalhadores beneficiaram de atualização das tabelas salariais em 2022

Cátia Mateus, in Expresso


Em 2022 foram publicados, em Portugal continental, 505 instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho, mais 28% do que em 2021. Já o número de trabalhadores abrangidos aumentou 35% no ano passado


Portugal fechou o ano 2022 com 505 Instrumentos de Regulamentação Coletiva do Trabalho (IRCT) publicados. Trata-se de um aumento de 28% face a 2021 no número de instrumentos que garantem um reforço dos benefícios laborais e salariais previstos no Código do Trabalho. E quatro em cada cinco trabalhadores abrangidos por estes instrumentos beneficiaram, em 2022, de uma atualização salarial.

Os dados constam do relatório anual sobre a evolução da contratação coletiva em 2022, apresentado esta segunda-feira pelo Centro de Relações Laborais (CRL) do Ministério do Trabalho.

Depois de uma pandemia, com um conflito militar em curso na Europa e uma conjuntura económica instável, a taxa de cobertura da contratação coletiva em Portugal aproximou-se, no ano passado, dos níveis pré-pandémicos de 2019 (com 524 IRCT publicados), posicionando-se como um dos três melhores anos da atual série, iniciada em 2010.

E no que diz respeito ao número de trabalhadores potencialmente abrangidos pelas convenções coletivas assinadas em 2022, os indicadores são também positivos: 855.988 (759.058 dos quais no continente), um aumento de 35% face aos abrangidos em 2021.

Ao longo do ano passado foi publicado um acordo de revogação de convenção, que se soma aos 12 revogados entre 2010 e 2021. Já o total de avisos de cessação da vigência de convenção publicados no Boletim do Trabalho e do Emprego (BTE) mantém-se o mesmo nos últimos dois anos, 25.
SALÁRIOS SOBEM DESDE 2015

Paula Agapito, coordenadora executiva do CRL e coautora do relatório, vinca que “79% dos trabalhadores eventualmente abrangidos pelas convenções coletivas publicadas no último ano, beneficiaram de uma atualização das tabelas salariais”.

De resto, o relatório mostra que, a cada ano, os aumentos salariais decorrentes da negociação coletiva têm vindo a registar uma variação positiva desde 2015. O ano de 2022 terminou com o maior crescimento - nominal e real - registado desde o início da atual série, 5,5% e 3,9%, respetivamente.

Ainda em matéria de remunerações, segundo o relatório, em 2022 o período médio de eficácia das tabelas salariais (período de tempo em que estiveram em vigor) foi de 29 meses. Um aumento face aos 21,4 meses registados em 2021 e que inverte a tendência de redução que se vinha consolidando nos últimos sete anos.
EFEITO DO ACORDO DE RENDIMENTOS?

No encerramento da apresentação do relatório, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, sinalizou que os números mostram que “foi possível retomar os níveis de 2019, seja em instrumentos de negociação coletiva seja em relação aos trabalhadores potencialmente abrangidos”.

Sem relacionar diretamente estes dados com o Acordo de Médio Prazo para a Competitividade e Rendimentos - que, recorde-se, atribui benefícios fiscais a empresas com contratação coletiva dinâmica (revista ou firmada há menos de três anos) -, a ministra nota que “enquanto antes se falava apenas da questão da caducidade da contratação coletiva, hoje é visível que há outros aspetos igualmente relevantes”.

Mendes Godinho vinca que “os números são positivos, não só em 2022 como também nos primeiros quatro meses deste ano, onde os IRCT publicados até abril regresentam um aumento de 81% face aos mesmos quatro meses de 2022”, mas há ainda caminho a percorrer em matéria de concertação social. A ministra destacou o contributo que pode ser dado em matérias relacionadas com a conciliação familiar, a parentalidade, a valorização dos salários como fator de atração e fixação de talento, ou ainda a formação e requalificação profissional.
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 4:28 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Governo, Negociação coletiva, Portugal, Trabalho

Semana de quatro dias deve começar pelos serviços com maior absentismo

Raquel Martins, in Público


Experiências noutros países mostram que reduzir os dias de trabalho pode melhorar a atractividade e a retenção de trabalhadores no sector público, conclui estudo realizado pela PlanAPP.

O projecto-piloto da semana de quatro dias no sector público deve começar pelos organismos com maior taxa de absentismo e onde a prestação de trabalho é mais flexível. Esta é uma das conclusões que se pode retirar da análise feita pelo Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospectiva da Administração Pública (PlanAPP) aos relatórios de diversas entidades que têm acompanhado as experiências em curso em países como a Escócia, a Irlanda ou a Islândia.

O Governo português tem em marcha um projecto-piloto para a semana de quatro dias em 46 empresas do sector privado, que terá início em Junho e abrangerá perto de dois mil trabalhadores, e prometeu avançar também no sector público. Contudo, até ao momento, ainda não se conhecem os contornos do que acontecerá na Administração Pública, nem quais os serviços que poderão ser abrangidos.


[Artigo exclusivo para assinantes]

Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 4:18 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Governo, Portugal, Semana de quatro dias-projeto-piloto, Trabalho

Crise, lucro e falta de ética

 Paula Ferreira, opinião, in JN



Durante a leitura dos jornais de fim de semana deparo com um título que diz "Se os gestores fossem movidos por valores éticos não teríamos a crise que vivemos hoje". E à cabeça vêm-me de imediato as últimas contas dos bancos portugueses, resultados que nos mostram o imenso paradoxo que são os tempos que vivemos.

As últimas contas, apresentadas a meio do mês, revelam que "os seis maiores bancos portugueses registaram lucros de 617,4 milhões de euros", no primeiro trimestre, mais do que duplicando os resultados quando comparados com os 303,7 milhões atingidos entre janeiro e março de 2021. Temos ouvido e, sobretudo, temos sentido, estar a viver, outra vez, em crise. Será? Não há como negá-lo. A nossa crise é a riqueza do setor financeiro. E isso é dramático.

Numa altura em que muitos de nós não sabem onde mais cortar para chegar ao fim do mês sem se endividarem ou sem terem de entregar a casa ao banco por não conseguirem responder à subida da prestação provocada pelo aumento das taxas de juro, os bancos anunciam com orgulho lucros mais que milionários, fruto da total insensibilidade em relação aos seus clientes, revelando um comportamento agiota, apenas. É das dificuldades dos portugueses que resulta o bom desempenho da banca. Tal e qual o título com que esbarrei na leitura dos jornais do fim de semana. Agiotas como são, nem sequer refletiram a subida das taxas de juro nos depósitos que os portugueses lhes confiam. E embora os gestores contestem a imoralidade destes lucros, alegando que em Portugal há uma aversão ao lucro e é isso que explica os baixos salários, os números que nos chegam da Europa bastam para desmentir esse argumento. Portugal foi o país europeu em que a margem financeira mais aumentou. E nem por isso os nossos salários cresceram.



Editora-executiva-adjunta
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 4:00 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Artigo de opinião, Banca, Crise económica, Ética, Portugal

Braga empenhada na inclusão de migrantes africanos

Jorge Oliveira,  in Diário do Minho


Município recebe parceiros do projeto Rhizome Cities - Citizens Tows


O Município de Braga vai convidar cidades de países da África subsariana com ligações históricas a Portugal a integrar o projeto Rhizome Cities - Citizens Tows, que está a ser desenvolvido em rede por dez cidades europeias.

Este projeto tem como objetivo «alavancar as ligações entre as comunidades migrantes e os países de origem» e «desenvolver a capacidade dos migrantes nas cidades europeias para atuarem como embaixadores do desenvolvimento de laços culturais e económicos entre as cidades europeias onde vivem e o continente africano».

No caso de Braga, cidade que acolhe cada vez mais imigrantes, não só de África, mas também de outros continentes, o que se pretende é «minimizar o sentimento da colonização», ou seja, aquela que foi a intervenção portuguesa enquanto país colonizador, explicou a vereadora da Educação; Inovação e Coesão Social da Câmara de Braga, Carla Sepúlveda.

A vereadora, que falava hoje à margem de uma sessão de trabalho do projeto Rhizome Cities, integrada na 3ª edição do Laboratório de Inovação Social da Eurocities, que decorre até ao dia 1 de junho no Human Power Hub (HPH), em Braga, referiu que a Câmara de  Braga está empenhada neste processo de inclusão e vai contribuir para que se assumam compromissos e tomem medidas no sentido da «verdadeira integração» das comunidades migrantes.

Guiné-Bissau, Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique são os países que deverão ser contatados para integrar o Rhizome Cities. 

«Já estamos a trabalhar e Braga irá fazer a identificação de cidades nestes países africanos e fará o convite ao governo local para integrarem esta rede, para que os imigrantes se sintam verdadeiramente integrados e sejamos todos uma comunidade», disse Carla Sepúlveda, mostrando-se confiante na recetividade ao convite que será endereçado pela autarquia.

O projeto Rhizome Cities - Citizens Tows é liderado pela cidade italiana de Palermo através da ONG Studio Rizoma e, até à data, tem a participação dos municípios europeus de Atenas (Grécia), Bérgamo e Reggio Calabria (Itália), Braga (Portugal), Dusseldorf e Mannheim (Alemanha), Marselha e Montpellier (França) e Tirana (Albânia).

João Medeiros, um dos coordenadores do projeto no Município de Braga, indicou que estas dez cidades europeias pretendem elaborar uma carta de compromisso para ser entregue à União Europeia, podendo surgir daqui um plano estratégico que proporcione o encontro entre os municípios e a sociedade civil da Europa e de África.

A ideia é, com o conhecimento do passado colonial, aproveitar para «potenciar e capacitar» comunidades africanas radicadas na Europa para que depois no regresso aos seus países de origem ou por intercâmbio se possa trabalhar em conjunto numa perspetiva de inclusão, explicou.


O plano visa não só migrantes, mas também refugiados e jovens que estão a estudar nestas cidades europeias.

A sessão de trabalho foi antecedida de uma vista ao laboratório/exposição de legos patente numa das salas do Human Power Lab, que retrata a vida e a multiculturalidade nas cidades. São mais de 80 conjuntos de legos de variados tipos, cedidos por Carlos Santos, gestor de resiliência do HPB, representando cidades, aeroportos, núcleos habitacionais, áreas fabris, zonas high-tech, etc. 


A 3ª edição Eurocities Social Inovattion Lab (Laboratório de Inovação Social da Eurocities), que decorre até ao dia 1 de junho, é dedicada  à transição digital inclusiva. 

A Eurocities  é maior Rede Europeia de Cidades 

Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 3:50 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Braga, CM, Euricites, Migrantes

Combate às situações de sem-abrigo passa pela prevenção, diz coordenador nacional

Por Lusa, in Rádio Voz da Planície


O coordenador da Estratégia Nacional para os Sem-Abrigo, Henrique Joaquim, assumiu que o futuro de Portugal no combate a estas situações passa pela prevenção, pois as causas já são conhecidas. Este responsável está hoje na capital de distrito, na criação de um núcleo para dar resposta a estas pessoas no concelho, o NPISA - Beja.


“De futuro temos de investir numa abordagem mais preventiva. Hoje conhecemos as causas, portanto, temos de começar a tomar medidas para combater essas causas, ou seja, não estarmos sempre à espera para resolver o problema, temos de tentar antecipar o problema”, defendeu Henrique Joaquim, coordenador da Estratégia Nacional para Sem-Abrigo em Portugal 2017-2023.

“Recebemos muitas sinalizações de cidadãos comuns, o que significa que estamos muito mais despertos hoje e todos muito mais conscientes para fazer alguma coisa para que não haja mais pessoas nesta condição”, disse.

Questionado sobre a avaliação que faz da estratégia nacional que termina este ano, Henrique Joaquim considerou ser um “marco” Portugal estar entre os 10 ou 12 países da União Europeia com uma estratégia nacional para os sem-abrigo.

“O facto de Portugal ter uma estratégia – em 27 estados-membros nós somos dos 10 ou 12 países que têm uma estratégia nacional, portanto não é um instrumento ainda disseminado em toda a Europa, e temo-lo desde 2017. Acho que isso foi um marco e isso tem-nos permitido pôr o tema na agenda. Hoje é muito mais frequente falarmos, discutirmos, criticarmos se há ou não há medidas, porque efetivamente tentámos ter ações concretas com as pessoas”.

Segundo Henrique Joaquim, nos últimos dois anos e em contexto de pandemia Portugal alterou “a lógica da intervenção”.

“Hoje estamos muito mais focados em tirar as pessoas da rua e colocarmos em casas o mais rápido possível e depois fazer a integração social. Quando há dois ou três anos não era essa a lógica de intervenção e isso permitiu-nos ter os números já consolidados até 2021. Desde 2018 tínhamos mais de mil pessoas tiradas dessa condição e socialmente integradas, portanto, eu estou em crer que seguindo esse caminho, obviamente com melhorias a ser implementadas, estaremos numa estratégia adequada para combater este problema”, explicou.

Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 3:32 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Beja, Combate à situação de sem-abrigo, Estratégia Nacional para os Sem-Abrigo em Portugal 2017-2023, Pobreza

Primeira Semana Municipal da Inclusão promoveu atividades para todos

in Porto.


Pela primeira vez, a Câmara do Porto promoveu a Semana Municipal da Inclusão, uma iniciativa que reuniu cerca de 250 participantes num conjunto diversificado de ações dirigidas a públicos diversos, entre pessoas com deficiência e/ ou incapacidade e público em geral.


“Pretendemos, com esta iniciativa, sensibilizar a comunidade para a importância da integração social. As ações desenvolvidas ao longo desta semana fazem parte de um trabalho contínuo que é desenvolvido na cidade, de forma a melhorarmos a qualidade de vida das pessoas com deficiência e/ ou incapacidade”, contextualizou o vereador da Coesão Social da Câmara do Porto, Fernando Paulo.

Durante uma semana, de 15 a 19 de maio, os participantes tiveram oportunidade de realizar várias atividades, entre elas: uma visita inclusiva à Casa do Infante e ao centro interpretativo; no âmbito do projeto “Golfe para Todos”, realizou-se uma visita a um campo de golfe profissional. Foi ainda possível, também incluído neste projeto do golfe inclusivo, experimentar, ao longo de um dia, uma aula de golfe adaptado, orientada por professores especializados em golfe e desporto adaptado, onde participaram mais de uma dezena de instituições com intervenção na diversidade funcional.

Em parceria com o Instituto Nacional para a Reabilitação, técnicos de 15 municípios da zona norte tiveram a oportunidade de participar no II Encontro Regional dos Balcões de Inclusão, onde forma debatidas estratégias e desafios da intervenção dos balcões da inclusão e a importância do trabalho em rede. Por exemplo, desde a sua criação, o Balcão de Inclusão do Município do Porto realizou mais de 1000 atendimentos.

Também dirigido a técnicos da área social, realizou-se um workshop dinamizado pela ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, com enfoque nas dificuldades sentidas pelas pessoas com deficiência visual, mas também nas suas potencialidades, através da experimentação de diferentes tarefas e ações do quotidiano.

A companhia “Era uma vez...Teatro”, criada no seio da Associação do Porto de Paralisia Cerebral, apresentou a peça “Feitas de ferro desenhadas a carvão”. Aberta ao público em geral, esta peça contou a estória de 10 mulheres que decidiram “romper o palco e aumentar as possibilidades de sobrevivência”. Num exemplo de inclusão, o projeto juntou no mesmo palco, pessoas com e sem paralisia cerebral, unidas na arte da interpretação. A peça teve como fonte de inspiração o livro “Em nome da filha”, da autoria de Carla Maia de Almeida.
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 2:50 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: CM, Inclusão social, Pessoas com deficiência, Porto, Semana Municipal da Inclusão

O que está na origem do burnout e porque razão está a aumentar? “A pessoa deixa de dormir ou comer. O organismo chega à exaustão e quebra”

Joana Pereira Bastos, in Expresso


Cada vez mais trabalhadores estão a atingir um estado de esgotamento físico e mental provocado pela exposição a um stress profissional crónico. Isso tem um nome: burnout. Mas como podemos identificar os sinais de alerta? E o que devem fazer as empresas para o prevenir? No novo episódio do podcast do Expresso dedicado à saúde mental, oiça as explicações da psicóloga Tânia Gaspar e o testemunho do advogado Nuno Castelão, que esteve oito meses de baixa por burnout


O burnout está a atingir uma dimensão preocupante em várias profissões. O ritmo de trabalho é cada vez mais intenso, as solicitações multiplicam-se, muitas vezes a desoras, e cresce a sensação de nunca se conseguir desligar.


Segundo os resultados de um inquérito divulgado em maio pelo Laboratório Português dos Ambientes de Trabalho Saudáveis (LPATS), cerca de metade dos trabalhadores estão em elevado risco de burnout, apresentando, cumulativamente, três sintomas de esgotamento, como exaustão, tristeza e irritabilidade.

Nuno Castelão, advogado, teve-os todos. Trabalhava num dos maiores escritórios do país quando, em 2019, entrou em colapso. Pensou que ia parar de trabalhar apenas algumas semanas para se conseguir restabelecer, mas a baixa por burnout acabou por se prolongar por oito meses. E o regresso foi muito difícil, como conta neste episódio do podcast “Que Voz é Esta?”.

Para ler este artigo na íntegra clique aqui
Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 2:25 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Podcast "Que Voz é Esta?"-Burnout, Portugal, Saúde Mental

Mais Habitação: candidatos a subarrendamento têm que ter 35% de taxa de esforço

Helder C. Martins, in Expresso


A medida Arrendar do Programa Mais Habitação foi esta segunda-feira publicada em Diário da República. O programa de iniciativa pública é aberto às autarquias que nele queiram participar

O estado vai arrendar imóveis disponíveis no mercado para subarrendar a preços acessíveis a famílias com dificuldades no acesso à habitação permanente. O programa destina-se a pessoas cujo rendimento seja inferior 36.757 euros por ano, correspondente ao 6º escalão de IRS.


Segundo o decreto-lei 38/2023, publicado esta segunda-feira em Diário da República, para agregados de duas pessoas acrescem 10 mil euros ao limite do arrendamento anual, sendo que para agregados maiores acrescem 5 mil euros por pessoa. A taxa de esforço dos candidatos terá que ser igual ou superior a 35%.

Segundo o decreto-lei as entidades promotoras deste programa são a Estamo - Participações Imobiliárias SA e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, I. P. (IHRU, I. P.), que em contrato interadministrativo são responsáveis pela gestão do programa. A este contrato poderão ainda juntar-se a Associação Nacional dos Municípios Portugueses e a Associação Nacional das Freguesias, para permitir a gestão por parte das câmaras do arrendamento e do subarrendamento.

IHRU é arrendatário

Neste programa, o IHRU é o arrendatário nos contratos de arrendamento, o promotor dos concursos de sorteio dos imóveis para subarrendar. Ao instituto compete ainda “proceder ao pagamento das comissões que sejam estipuladas no contrato interadministrativo, incluindo as comissões pagas pela Estamo, S. A., às empresas de mediação imobiliária, quando aplicável, mediante apresentação de comprovativo das despesas efetivamente realizadas”, lê-se no texto.

É também ao IHRU que compete a gestão dos contratos de arrendamento e subarrendamento durante toda a sua vigência, designadamente as comunicações com os subarrendatários, as inspeções e as obras de reparação, com possibilidade de delegação nas câmaras municipais e juntas de freguesia.

Por outro lado, a Estamo irá identificar os imóveis disponíveis no mercado, promover a vistoria técnica dos imóveis, quando necessária, tendo em vista atestar as respetivas condições de habitabilidade. Esta empresa é ainda responsável por celebrar protocolos de cooperação com empresas de mediação imobiliária que tenham como objeto a gestão dos imóveis nos contratos de subarrendamento.

A negociação dos contratos com os proprietários ou seus representantes e as respetivas condições - data, duração, valor – fica a cargo da Estamo, bem como o pagamento de eventuais comissões a mediadoras.
Contratos a 5 anos

Os contratos de arrendamento não podem ser inferiores a três anos, sendo a duração por defeito de cinco anos. O valor dos contratos é o estabelecido nos termos do Programa de Arrendamento Acessível, que varia consoante o concelho. Porém, “as partes podem convencionar um preço de renda superior aos limites previstos no número anterior, não podendo, no entanto, exceder 30% do preço limite para cada tipologia e concelho onde se localiza o imóvel”.

Os municípios e as juntas de freguesia podem aplicar o presente decreto-lei, com as necessárias adaptações, promovendo o arrendamento de imóveis disponíveis no mercado, tendo em vista o seu posterior subarrendamento, a preços acessíveis, a famílias com dificuldades no acesso à habitação no mercado para a sua habitação permanente.




Posted by EAPN - Observatório de Imprensa at 1:52 da tarde
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: "Habitação Hoje"-Medida Arrendar do Programa Mais Habitação, IRHU, Portugal
Mensagens mais recentes Mensagens antigas Página inicial
Subscrever: Mensagens (Atom)

..

..

Acerca de mim

EAPN - Observatório de Imprensa
Ver o meu perfil completo

Fontes

  • A Página da Educação
  • Agência Ecclesia
  • Agência Lusa
  • Barlavento
  • Correio da Manhã
  • Correio do Minho
  • Destak
  • Diário Digital
  • Diário Económico
  • Diário das Beiras
  • Diário de Coimbra
  • Diário de Notícias
  • Diário do Minho
  • EAPN
  • EAPN Portugal
  • Expresso On-line
  • FOCUSSOCIAL
  • Fátima Missionária
  • Jornal Público
  • Jornal da Madeira
  • Jornal de Leiria
  • Jornal de Negócios Online
  • Jornal de Notícias
  • Jornalismo Porto Net
  • O Mirante
  • O Primeiro de Janeiro
  • Portugal Diário
  • RTP
  • Radio Voz da Planície
  • Região de Leiria
  • Ricot Journal
  • Rostos Online
  • Rádio Clube Português
  • Rádio PAX
  • Rádio Portalegre
  • Rádio Renascença
  • SIC Notícias
  • Semanário Económico
  • Semanário Transmontano
  • Sol
  • TVI24
  • Terras da Beira
  • Unicef
  • Visão
  • i Online

Arquivo do blogue

  • ▼  2023 (2104)
    • ►  setembro 2023 (294)
    • ►  agosto 2023 (264)
    • ►  julho 2023 (280)
    • ►  junho 2023 (201)
    • ▼  maio 2023 (349)
      • Dia Mundial sem Tabaco: por que razão é tão difíci...
      • INE anuncia que inflação e desemprego baixaram em ...
      • Governo e sindicatos discutem acelerador de progre...
      • Preços dos alimentos diminuem e inflação cai para 4%
      • Apoios do Porta 65 vão ser concedidos por ordem de...
      • Há advogados a atender clientes em cafés e centros...
      • Sacos de plástico ultraleves para pão, fruta e leg...
      • Impacto da lei do tabaco sem avaliação aprofundada...
      • Prestação num crédito de 200 mil euros sobe 57% e ...
      • Como as características das gerações influenciam o...
      • Esta "espécie rara sobre rodas" pode ajudar a sua ...
      • “As pessoas fugiam de nós”: covid-19 provocou um e...
      • Reciclagem não é solução para o plástico: é precis...
      • Comissão Europeia envia bombeiros para ajudar Port...
      • Direcção executiva do SNS há oito meses sem regras...
      • Há 650 mil trabalhadores estrangeiros a descontar ...
      • Madeira, Lisboa e Açores com taxa de desemprego ac...
      • Estudo revela que 86% dos jovens portugueses estão...
      • Na violência doméstica os animais também são vítim...
      • Emigração de portugueses para a Islândia com o seg...
      • "Nunca houve tantos empregos" em Portugal: Quem o ...
      • Lei publicada. Entram em vigor novos limites às co...
      • Confiança dos consumidores atinge máximo desde fev...
      • Acesso ao arrendamento acessível passa a ser autom...
      • “É preciso travar o círculo vicioso da pobreza inf...
      • Negociação coletiva: 79% dos trabalhadores benefic...
      • Semana de quatro dias deve começar pelos serviços ...
      • Crise, lucro e falta de ética
      • Braga empenhada na inclusão de migrantes africanos
      • Combate às situações de sem-abrigo passa pela prev...
      • Primeira Semana Municipal da Inclusão promoveu ati...
      • O que está na origem do burnout e porque razão est...
      • Mais Habitação: candidatos a subarrendamento têm q...
      • “Se os gestores fossem movidos por valores, não te...
      • Jovens "nem-nem": número tem vindo a descer e SIC ...
      • A descolonização da língua portuguesa
      • Como consumimos energia em Portugal e no mundo? De...
      • Euribor a três, seis e 12 meses sobem para novos m...
      • Inteligência artificial será omnipresente dentro d...
      • Ajudar um é mais fácil do que 10 milhões
      • Residências universitárias privadas funcionam como...
      • Portugal passa a ter três bancos no pacto de suste...
      • Parlamento aprova alteração à lei de saúde mental....
      • Se a meloa está isenta de IVA, porque não está a m...
      • Peritos defendem que herdeiros só tenham dois anos...
      • As crises financeiras da crise climática: quando o...
      • Três maiores grupos privados de saúde avançam com ...
      • Gasolina e gasóleo deverão subir 2,5 cêntimos na p...
      • Porto com videovigilância até final de julho
      • Governo lança novo chatbot inteligente para ensina...
      • Governo usa PRR para sossegar autarcas descontente...
      • Governo mexe na lei: bombas de gasolina vão poder ...
      • Duarte Alves: "BCE reconhece que a inflação e aume...
      • Em Lisboa oferecem-se cortes de cabelo para "torna...
      • Bacalhau, meloa e carne de leitão beneficiam de IV...
      • Preço das casas em Lisboa aumenta quase 8% no prim...
      • Portugal entre os cinco países da UE com as medida...
      • Precisamos de cidades mais sustentáveis para melho...
      • Segurança Social com excedente de 4000 milhões, o ...
      • Consumidores portugueses acusam aplicação american...
      • Pedidos de asilo na UE sobem 41% para mais de 75 m...
      • Preços das casas não vão descer em Portugal
      • Dois blocos de partos públicos fecham para obras n...
      • "Estamos a sobrestimar o impacto da Inteligência A...
      • Abono de família? "Existem cinco escalões, os mais...
      • A Feira do Livro de Lisboa quer piscar o olho aos ...
      • A Escola da Coesão da Região Alentejo
      • SASUP aprovam Plano de Responsabilidade Social par...
      • Quando os países decidem ‘desligar’ a internet, qu...
      • Comissário europeu do emprego defende semana de tr...
      • Euribor a três e a seis meses sobem para novos máx...
      • Governo retira programas de apoio ao custo do gás ...
      • Novas formas de habitar: como querem e podem viver...
      • Linha SOS Criança Desaparecida já registou 50 apel...
      • Portugal poderá sair do grupo dos países com deseq...
      • Apoio às rendas começa a ser pago no dia 30 e cheg...
      • Quase metade dos desempregados excluídos do subsídio
      • Seca: Produção alimentar ameaçada e Portugal pede ...
      • Vinte e cinco anos de unidade do euro
      • Mais Habitação: engenheiros alertam para riscos de...
      • Parlamento Europeu corta pensões dos deputados, ma...
      • Sem apoios sociais, quase metade da população esta...
      • Nascimento do primeiro filho aumenta despesa das f...
      • Desemprego registado? Ministra destaca "valor mais...
      • O meu senhorio pode entrar em casa? E cobrar por c...
      • Bicicletas GIRA vão ser integradas no passe Navega...
      • As empresas a atuar em Portugal são inclusivas?
      • Obrigado à Joana Marques, e desculpas aos enfermeiros
      • Fernanda Rodrigues: “Hoje temos uma pobreza que se...
      • Turismo à espera de um Verão de recordes em receit...
      • Dívida pública: OCDE alerta para deterioração das ...
      • Desemprego: 23,3% das pessoas ficaram empregadas n...
      • Euribor sobe a seis meses para novo máximo desde n...
      • Situação de “pleno emprego” atrai imigrantes, mas ...
      • Número de desempregados inscritos nos centros de e...
      • Fornos de Algodres acolheu Laboratório de Inovação...
      • Quase metade das famílias avalia como encargo pesa...
      • Tajala quer trazer 11 mulheres para Portugal
      • “Tanta gente a um osso”. Sem renda acessível joven...
      • Amortizações, Certificados de Aforro e fundos leva...
    • ►  abril 2023 (180)
    • ►  março 2023 (267)
    • ►  fevereiro 2023 (173)
    • ►  janeiro 2023 (96)
  • ►  2022 (1327)
    • ►  dezembro 2022 (94)
    • ►  novembro 2022 (96)
    • ►  outubro 2022 (101)
    • ►  setembro 2022 (63)
    • ►  agosto 2022 (91)
    • ►  julho 2022 (170)
    • ►  junho 2022 (76)
    • ►  maio 2022 (209)
    • ►  abril 2022 (112)
    • ►  março 2022 (85)
    • ►  fevereiro 2022 (110)
    • ►  janeiro 2022 (120)
  • ►  2021 (1521)
    • ►  dezembro 2021 (11)
    • ►  novembro 2021 (94)
    • ►  outubro 2021 (169)
    • ►  setembro 2021 (59)
    • ►  agosto 2021 (127)
    • ►  julho 2021 (137)
    • ►  junho 2021 (95)
    • ►  maio 2021 (80)
    • ►  abril 2021 (178)
    • ►  março 2021 (159)
    • ►  fevereiro 2021 (230)
    • ►  janeiro 2021 (182)
  • ►  2020 (2124)
    • ►  dezembro 2020 (194)
    • ►  novembro 2020 (256)
    • ►  outubro 2020 (243)
    • ►  setembro 2020 (128)
    • ►  agosto 2020 (132)
    • ►  julho 2020 (239)
    • ►  junho 2020 (174)
    • ►  maio 2020 (272)
    • ►  abril 2020 (255)
    • ►  março 2020 (96)
    • ►  fevereiro 2020 (45)
    • ►  janeiro 2020 (90)
  • ►  2019 (503)
    • ►  dezembro 2019 (38)
    • ►  novembro 2019 (85)
    • ►  outubro 2019 (7)
    • ►  setembro 2019 (39)
    • ►  agosto 2019 (51)
    • ►  julho 2019 (94)
    • ►  junho 2019 (10)
    • ►  maio 2019 (10)
    • ►  abril 2019 (3)
    • ►  março 2019 (61)
    • ►  fevereiro 2019 (21)
    • ►  janeiro 2019 (84)
  • ►  2018 (901)
    • ►  dezembro 2018 (14)
    • ►  novembro 2018 (97)
    • ►  outubro 2018 (114)
    • ►  setembro 2018 (84)
    • ►  agosto 2018 (73)
    • ►  julho 2018 (76)
    • ►  junho 2018 (92)
    • ►  maio 2018 (3)
    • ►  março 2018 (88)
    • ►  fevereiro 2018 (149)
    • ►  janeiro 2018 (111)
  • ►  2017 (917)
    • ►  dezembro 2017 (16)
    • ►  novembro 2017 (38)
    • ►  outubro 2017 (113)
    • ►  setembro 2017 (111)
    • ►  agosto 2017 (105)
    • ►  julho 2017 (121)
    • ►  junho 2017 (29)
    • ►  maio 2017 (11)
    • ►  abril 2017 (30)
    • ►  março 2017 (100)
    • ►  fevereiro 2017 (158)
    • ►  janeiro 2017 (85)
  • ►  2016 (1471)
    • ►  dezembro 2016 (1)
    • ►  novembro 2016 (32)
    • ►  outubro 2016 (59)
    • ►  setembro 2016 (31)
    • ►  agosto 2016 (50)
    • ►  julho 2016 (113)
    • ►  junho 2016 (239)
    • ►  maio 2016 (176)
    • ►  abril 2016 (195)
    • ►  março 2016 (168)
    • ►  fevereiro 2016 (207)
    • ►  janeiro 2016 (200)
  • ►  2015 (2185)
    • ►  dezembro 2015 (291)
    • ►  novembro 2015 (310)
    • ►  outubro 2015 (268)
    • ►  setembro 2015 (87)
    • ►  agosto 2015 (62)
    • ►  julho 2015 (191)
    • ►  junho 2015 (101)
    • ►  maio 2015 (143)
    • ►  abril 2015 (190)
    • ►  março 2015 (187)
    • ►  fevereiro 2015 (147)
    • ►  janeiro 2015 (208)
  • ►  2014 (2328)
    • ►  dezembro 2014 (199)
    • ►  novembro 2014 (180)
    • ►  outubro 2014 (176)
    • ►  setembro 2014 (182)
    • ►  agosto 2014 (37)
    • ►  julho 2014 (136)
    • ►  junho 2014 (96)
    • ►  maio 2014 (213)
    • ►  abril 2014 (280)
    • ►  março 2014 (290)
    • ►  fevereiro 2014 (276)
    • ►  janeiro 2014 (263)
  • ►  2013 (2794)
    • ►  dezembro 2013 (147)
    • ►  novembro 2013 (164)
    • ►  outubro 2013 (204)
    • ►  setembro 2013 (187)
    • ►  agosto 2013 (92)
    • ►  julho 2013 (282)
    • ►  junho 2013 (249)
    • ►  maio 2013 (375)
    • ►  abril 2013 (251)
    • ►  março 2013 (285)
    • ►  fevereiro 2013 (257)
    • ►  janeiro 2013 (301)
  • ►  2012 (3372)
    • ►  dezembro 2012 (227)
    • ►  novembro 2012 (287)
    • ►  outubro 2012 (331)
    • ►  setembro 2012 (234)
    • ►  agosto 2012 (90)
    • ►  julho 2012 (355)
    • ►  junho 2012 (260)
    • ►  maio 2012 (323)
    • ►  abril 2012 (307)
    • ►  março 2012 (306)
    • ►  fevereiro 2012 (347)
    • ►  janeiro 2012 (305)
  • ►  2011 (3769)
    • ►  dezembro 2011 (259)
    • ►  novembro 2011 (437)
    • ►  outubro 2011 (364)
    • ►  setembro 2011 (298)
    • ►  agosto 2011 (218)
    • ►  julho 2011 (358)
    • ►  junho 2011 (118)
    • ►  maio 2011 (395)
    • ►  abril 2011 (331)
    • ►  março 2011 (381)
    • ►  fevereiro 2011 (267)
    • ►  janeiro 2011 (343)
  • ►  2010 (3485)
    • ►  dezembro 2010 (378)
    • ►  novembro 2010 (381)
    • ►  outubro 2010 (378)
    • ►  setembro 2010 (216)
    • ►  agosto 2010 (87)
    • ►  julho 2010 (217)
    • ►  junho 2010 (262)
    • ►  maio 2010 (287)
    • ►  abril 2010 (285)
    • ►  março 2010 (375)
    • ►  fevereiro 2010 (298)
    • ►  janeiro 2010 (321)
  • ►  2009 (2398)
    • ►  dezembro 2009 (317)
    • ►  novembro 2009 (204)
    • ►  outubro 2009 (167)
    • ►  setembro 2009 (139)
    • ►  agosto 2009 (38)
    • ►  julho 2009 (246)
    • ►  junho 2009 (157)
    • ►  maio 2009 (242)
    • ►  abril 2009 (210)
    • ►  março 2009 (211)
    • ►  fevereiro 2009 (275)
    • ►  janeiro 2009 (192)
  • ►  2008 (2228)
    • ►  dezembro 2008 (196)
    • ►  novembro 2008 (249)
    • ►  outubro 2008 (313)
    • ►  setembro 2008 (162)
    • ►  agosto 2008 (65)
    • ►  julho 2008 (211)
    • ►  junho 2008 (138)
    • ►  maio 2008 (276)
    • ►  abril 2008 (191)
    • ►  março 2008 (132)
    • ►  fevereiro 2008 (174)
    • ►  janeiro 2008 (121)
  • ►  2007 (1712)
    • ►  dezembro 2007 (162)
    • ►  novembro 2007 (174)
    • ►  outubro 2007 (280)
    • ►  setembro 2007 (155)
    • ►  agosto 2007 (15)
    • ►  julho 2007 (179)
    • ►  junho 2007 (161)
    • ►  maio 2007 (162)
    • ►  abril 2007 (152)
    • ►  março 2007 (227)
    • ►  fevereiro 2007 (45)

Visitas

2020

free counter

2019

free web counter

Seguidores

Powered By Blogger