5.4.07

Relatório da UE revela Portugal abaixo da média europeia nos indicadores da sociedade de informação

Nuno Sá Lourenço, in Jornal Público

O e-government português está entre os melhores da União Europeia. À excepção deste dado, ficam por aqui as boas notícias sobre o desenvolvimento da sociedade da informação em Portugal. O último relatório anual da Comissão Europeia sobre as Tecnologias de Informação e Comunicações (TIC), publicado no passado dia 30 de Março, coloca Portugal abaixo da média da UE na esmagadora maioria dos indicadores.
Este é o segundo relatório anual da entidade europeia, que analisa um conjunto de indicadores e elabora depois uma tabela comparativa entre os Estados-membros. O i2010 é uma iniciativa resultante da política comum da UE para a sociedade de informação na Europa, com metas definidas até 2010. Nos 36 indicadores disponibilizados para avaliação, Portugal fica abaixo da média da UE em 26 destes. O que significa que em apenas 22 por cento dos indicadores o país fica acima desse limiar.

As piores classificações do país abarcam indicadores como o recurso às novas tecnologias na escola, as competências dos trabalhadores, e o uso de serviços de Internet. Por exemplo, Portugal fica em 24.º lugar quando se avalia a percentagem da população que envia e-mails. Apenas 28 por cento dos portugueses o fazem, contra a média europeia de 43 por cento. Atinge o mesmo lugar no que diz respeito à percentagem de pessoas que usa regularmente a Internet. Portugal atinge a sua pior classificação comparativa num outro indicador: fica em 26.º na percentagem de locais de acesso à net em casa.

Mau também nas escolas

Na escola, os números não são melhores. Fica em 25.º lugar no número de computadores conectados por cada 100 alunos. A mesma classificação para a percentagem de pessoas empregadas com competências em TIC. O único elogio feito a Portugal no relatório refere-se à "disponibilidade do e-government": "muito bom para as empresas e acima da média para os cidadãos".

A Comissão Europeia destaca ainda os esforços realizados nas escolas: "Um número acima da média de escolas têm ligação em banda larga e um relativo número de professores usa o computador nas aulas, mas o número de computadores disponível para os alunos é baixo."

Na análise ao espaço europeu, o relatório conclui que o investimento em TIC "está a começar a dar frutos" no que diz respeito ao crescimento da economia e criação de emprego. Destaca ainda que as TIC são responsáveis por "50 por cento do crescimento da produtividade" na Europa dos 27.