in Diário de Notícias
É do senso comum: quanto mais tempo se passa a ver televisão e a navegar na Internet, ou em jogos de computador, menor a oportunidade de socialização. Mas a ciência também já o corrobora.
Investigadores da universidade de Otago, na Nova Zelândia, decidiram investigar os seus efeitos concretos em jovens de 14 e 15 anos e demonstraram que existe uma relação significativa entre o número de horas que os jovens passam em frente de um ecrã e a qualidade das suas relações com os pais e os amigos. A contabilidade é esta: por cada hora à frente de um ecrã, o risco de relações emocionalmente mais pobres aumenta 4% para a televisão e 5% para os computadores.
Num estudo publicado hoje na Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine, a equipa de Rosalina Richards avaliou 3043 adolescentes, que responderam a um inquérito anónimo sobre as suas actividades ligadas à televisão e aos computadores e à qualidade das suas relações com os pais e os amigos. Além daquela quantificação, os investigadores verificaram que a qualidade das relações (com os pais e os amigos) tende a ser qualitativamente melhor quando os jovens passam mais tempo noutras actividades, como ler ou fazer trabalhos de casa.
"Dada a importância da relação com os pais e os amigos no desenvolvimento psicossocial do adolescente, altos níveis de actividades ligadas com ecrãs são preocupantes", escreve a equipa, su- blinhando que essas actividades tenderão a aumentar, como sucede desde há duas décadas.


