25.7.11

Diminuição do número de imigrantes era expectável

in Sol

O coordenador da Plataforma das Estruturas Representativas das Comunidades Imigrantes em Portugal (PERCIP) considerou hoje «expectável» a diminuição de quase dois por cento dos estrangeiros residentes em Portugal devido à situação económica do país.

«Era expectável esta diminuição. Acho que não é de agora. Estamos a assistir a isso desde 2008», afirmou Paulo Mendes, reagindo à divulgação dos primeiros números conhecidos do Relatório de Imigração Fronteiras e Asilo (RIFA 2010) do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

O coordenador da PERCIP disse que «a questão da imigração é daqueles fenómenos que é o primeiro a sentir o efeito da crise».

«Os fluxos migratórios são muito sensíveis à situação económica de um dado país, neste caso Portugal. Vemos isto com alguma preocupação porque quer dizer que as coisas não estão bem. Quando os imigrantes deixam de encontrar oportunidades e quando regressam aos países de origem ou não concretizam oportunidades de emprego, quer dizer que a situação económica não está recomendável», sublinhou.

De acordo com Paulo Mendes, entre a comunidade brasileira assiste-se a um retorno ao país de origem e entre os cidadãos dos países de leste nota-se uma diminuição acentuada da chegada de novos imigrantes.

«Há por um lado uma diminuição objectiva dos fluxos migratórios, mas por outro lado há também, mas não de agora, estamos a falar sensivelmente desde 2008, um retorno que é crescente», referiu.

Segundo Paulo Mendes, um dos dados novos entre os imigrantes é o facto daqueles que abandonam Portugal não procurarem outros países do território europeu, como por exemplo Espanha.

De acordo com o relatório, o crescimento sustentado dos estrangeiros residentes em Portugal verificado na última década foi quebrado em 2005 e em 2010.

O relatório indica ainda que o SEF aumentou a fiscalização, tendo controlado mais de 10 milhões de pessoas, das quais 9.059.580 nas fronteiras áreas e 1.727.418 nas marítimas.

Na área do controlo de permanência, foram instaurados mais de 21 mil processos de contraordenação a cidadãos, número inferior a 2009, mas mais 12 por cento a empresas por contratarem imigrantes ilegais.

Lusa/SOL