por Joana Bénard da Costa, in RR
Caso a associação não consiga angariar fundos pode estar em causa a assistência a mais de 13 mil pessoas.
“Ligue-nos Mais” pede a associação Médicos do Mundo, que atravessa fortes dificuldades financeiras. Os apoios de empresas e de particulares estão a diminuir, motivo pelo qual acaba de ser lançada uma campanha para angariar verbas de forma a permitir manter os actuais projectos.
Pode estar em causa a assistência a mais de dez mil pessoas, como explica à Renascença Carla Paiva, directora geral da associação. "Estamos com 13.500 pessoas ao nosso cargo a quem damos assistência" e "não havendo capacidade de autofinanciamento ou deixando de ter financiamento por parte das entidades, uma vez que também sofrem do mesmo mal que nós, essas pessoas estão em risco de perder o nosso apoio", lamenta.
Para continuar a ajudar estas pessoas, os Médicos do Mundo apelam à solidariedade de particulares e empresas, através da campanha “Ligue-nos Mais”.
Todas as informações sobre a forma de ajudar a associação podem ser obtidas no site medicosdomundo.pt.
Pode ligar para 760 50 10 50 (custo da chamada 60 cêntimos + IVA).
"Lutamos contra todas as doenças, até mesmo a injustiça"
A associação Médicos do Mundo é uma organização não-governamental de ajuda humanitária e de cooperação para o desenvolvimento, sem filiação partidária ou religiosa. Em Portugal, a Médicos do Mundo foi fundada em 1999 por um grupo de médicos que adoptaram o lema “Lutamos contra todas as doenças, até mesmo a injustiça”.
A sede funciona em Lisboa, com representações também no Porto e em Évora. Conta com cerca de 37.000 doadores inscritos, cerca de 200 voluntários activos e 280 sócios, apoiados por uma equipa operativa. O trabalho da associação assenta em projectos, nacionais e internacionais, que garantam o acesso a cuidados de saúde a todas as pessoas, independentemente da sua nacionalidade, religião, ideologia, raça ou possibilidades económicas.
As linhas de actuação da Médicos do Mundo em Portugal passam pelo combate à SIDA, às doenças crónicas, doença mental, falta de acesso a cuidados de saúde, ao apoio psicossocial e ainda a luta contra a exclusão social. As populações beneficiárias são, na maioria, sem-abrigo, residentes em bairros sociais, utilizadores de drogas intravenosas, trabalhadores sexuais, imigrantes e pessoas idosas e isoladas.