in iOnline
Presidente da Câmara de Vila do Conde manifestou-se contra a devolução de dez hospitais às misericórdias até 2014
O presidente da Câmara de Vila do Conde, Mário de Almeida, considerou hoje uma “machadada” no Sistema Nacional de Saúde (SNS) a devolução de hospitais às misericórdias e recusou “imposições que só servem interesses pontuais” no concelho.
“Opte-se por se fazer cortes nas ilógicas gorduras do Estado, em chocantes mordomias e nos salários elevados em vez de o fazer nas pensões de reforma, bem como em desnecessárias assessorias em vez de os fazer nos mais elementares direitos dos cidadãos à saúde”, alerta o autarca socialista num comunicado enviado à Lusa.
Mário de Almeida referia-se à informação de que o Estado vai devolver dez hospitais às misericórdias até 2014, entre os quais o de Vila do Conde e contesta a “machadada no Serviço Nacional de Saúde que só é integralmente cumprido num hospital público”.
“O Governo terá de assumir que medidas como esta apenas servem para reduzir encargos estatais, mas traduzem-se num efetivo prejuízo para a saúde das pessoas, nomeadamente das que menos podem”, observou.
A autarquia recusa, por isso, “imposições que só servem interesses pontuais e não o interesse geral”, avisando que a decisão vai afetar, “naturalmente, a população local e, especialmente, as pessoas e famílias mais carenciadas”.
De acordo com Mário de Almeira, a Câmara dispõe “de uma série de indiscutíveis elementos que justificam a manutenção do Centro Hospitalar Póvoa/Vila do Conde” e o concelho e a sua população “têm o direito de ser ouvidos e esclarecidos”.
“Vivem-se dificuldades, é certo. Há que fazer contenção financeira, também o é. Mas não se corte cegamente na saúde, na ação social e na educação, já que esta desumana política mais injustiça social e mais desgraças faz surgir”, sublinha o autarca.
Mário de Almeida lembra ainda a “constituição, em 2012, de um grupo de trabalho no âmbito da Administração Central do Sistema de Saúde”, no âmbito do qual se refere “terem sido estudados 30 casos em análise”.
“Então por que não ouvir-nos e dar a conhecer o que se pretende concretizar. Há mesmo um estudo sério e ponderado, ou foi só para fazer de conta? Será que não perceberam que somos os legítimos representantes da população local?”, questiona o presidente da Câmara de Vila do Conde.
A edição de hoje do Jornal de Notícias noticia hoje que “Estado devolve dez hospitais às misericórdias” até 2014.