Por Notícias Ao Minuto
O estudo ‘25 anos de Portugal Europeu’ mostra que mais de nove em cada dez euros pagos pelos contribuintes em impostos servem para o Estado pagar salários e prestações sociais. Valor médio este que antes da entrada na União Europeia era de 6,60 euros, avança hoje o Diário de Notícias (DN). Estes dados não incluem porém os últimos dois anos, marcados pelas medidas de austeridade e corte na despesa do Estado.
A entrada na União Europeia (UE) contribuiu para aumentar máquina despesista do Estado, ou o “monstro”, a que, em tempos idos, se referiu Cavaco Silva, actual Presidente da República.
O estudo ‘25 anos de Portugal Europeu’, da consultora Augusto Mateus&Associados para a Fundação Francisco Manuel dos Santos, revela que, até 2010, mais de nove em cada dez euros de impostos pagos pelos contribuintes servem para pagar os salários da Função Pública e as prestações sociais, ou seja, mais de 90% da receita fiscal. Mas antes da integração europeia, salienta o DN, esse ‘contributo’ correspondia a apenas 6,60 euros.
Talvez por isso se perceba que, até 2010, Portugal fosse um dos países da UE onde o Estado é mais pesado, ou seja, onde se gasta mais com despesa pública.
O professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), João Cantiga Esteves, considera que “numa fase inicial [a adesão à UE] implicou um esforço de investimento em infra-estruturas que exigiram um grande investimento público”, o que, conclui, “contribuiu para o aumento do peso do Estado”. A este dado, o economista e presidente do ISEG, João Duque, acrescenta a entrada na moeda única, argumentando que estes factores “levaram a que o Estado crescesse com muita facilidades e a que houvesse muita despesa que não correspondia com receitas”.
Opinião diferente tem o economista Eugénio Rosa, considerando que “para se poder dizer se [o Estado] é pesado ou não, tinha-se de analisar os serviços que são prestados à população e saber quanto os portugueses teriam de pagar a privados para obter esses serviços ou parte deles que agora são prestados pelo Estado”.