in Público on-line
Piscinas, campos de jogos ou bibliotecas – são os locais onde quem procura asilo não deve poder ir.
Algumas localidades suíças querem manter pessoas que estejam no país a pedir asilo longe de certas áreas: piscinas, campos de jogos e bibliotecas, por exemplo. A ideia foi imediatamente condenada por organizações de defesa de direitos humanos que o consideram “intolerável” e “racista”.
Na cidade de Bremgarten, a oeste de Zurique, onde um novo centro para requerentes de asilo abriu no mês passado, os responsáveis disseram que os refugiados não poderiam estar em 32 “zonas de exclusão”, que incluíam ainda recreios de escolas e uma igreja.
Os responsáveis defendem a medida, dizendo que pretende prevenir tensão com residentes. O presidente da câmara da cidade de Menzigen disse que os refugiados que pedem asilo não deveriam poder entrar em “zonas sensíveis”, como as zonas em volta de uma escola. “Esta é certamente uma área muito difícil, porque aí os requerentes de asilo poderiam encontrar as nossas crianças em idade escolar – pequenas raparigas e rapazes”, disse Roman Staub.
A Suíça tem o maior número de requerentes de asilo per capita da Europa (um em cada 332 habitantes, contra um em cada 625 habitantes na Europa) e tem neste momento cerca de 48 mil pedidos para processar. A correspondente da BBC em Genebra, Imongen Foulkes, diz que a controvérsia reflecte o à vontade cada vez menor dos suíços com esta situação.
O país apertou já os critérios numa lei aprovada em referendo em Junho.
As agências de refugiados sublinharam que as pessoas que pedem asilo “estão na Suíça legalmente e não cometeram qualquer crime”, como disse o porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), Dan McNorton. Assim, deveriam gozar de liberdade de movimento. “Estamos a falar, em muitos casos, de crianças, mulheres, homens que fugiram de guerra e perseguição e que desejam, tanto quando possível, regressar a uma vida melhor.”