Pedro Crisóstomo, in Público on-line
Desempregados jovens representam 8,8% dos 4,7 milhões sem trabalho no país.
A época alta do turismo em Espanha ajudou a uma redução de 1,36% no número de desempregados entre Junho e Julho. O total de inscritos nos centros de emprego espanhóis baixou, num mês, em 64.866 pessoas, mas no país há quase 4,7 milhões sem trabalho.
Se os dados publicadas nesta sexta-feira pelo Ministério do Emprego e Segurança Social forem corrigidos de sazonalidade – excluindo, por exemplo, o efeito temporário dos empregos de Verão no mercado de trabalho – haveria um aumento do número de desempregados em 7591, levando os números oficiais para 4,8 milhões de pessoas.
As maiores descidas, acima de 2%, registaram-se na construção e na indústria (num total de cerca de 28.500 pessoas), enquanto nos serviços houve um recuo de 1,2%.
Havia em Julho mais população feminina do que masculina inscrita nos centros de emprego. Dos 4,7 milhões de desempregados, 2,4 milhões são mulheres (51,3%), enquanto 2,3 milhões são homens.
A taxa de desemprego mais recente publicada pelo Instituto Nacional de Estatística espanhol refere-se ao período Abril-Junho e aponta já para um ligeiro recuo, para 26,6% da população activa. É um nível de desemprego historicamente elevado num país onde 8,8% dos que não encontram lugar no mercado de trabalho são jovens. Espanha é o país da União Europeia com a taxa de desemprego mais elevada. O número de pessoas sem trabalho com menos de 25 anos chega às 415 mil.
O número de contratos comunicados aos serviços de emprego (1.507.341) aumentou em Julho 18% face ao mês anterior, mas baixou 1,27% (em 19.417 pessoas) em relação ao mesmo mês do ano passado. Se o período de Verão abre a porta a um aumento do número contratações (uma tendência habitual nos meses de época alta do turismo), a evolução dos indicadores ao longo dos meses já percorridos em 2013 mostra como o mercado de trabalho continua a dar sinais negativos face a anos anteriores.
De Janeiro a Julho, por exemplo, registavam-se 8.242.287 contratos, menos 43.422 do que no mesmo período de 2012. Um sinal expressivo do recuo do emprego é visível ainda na redução do número de contratos a termo incerto (onde se incluem, por exemplo, empregos em actividades sazonais ou de substituição temporária de um trabalhador. Os chamados “contratos indefinidos”, assim referidos pelo Serviço Público de Emprego Estatal, representavam 6,39% do total.
Neste grupo, os contratos a tempo completo somavam 374.386 nos sete primeiros meses do ano, menos 27% do que no mesmo período do ano passado. Quanto aos contratos a tempo parcial, os serviços tinham registo de 293.767 casos, uma quebra homóloga de 29%.