3.12.13

OCDE adverte para importância do contexto socioeconómico no sistema de ensino

in iOnline

Os técnicos da OCDE incluem Portugal entre os países onde o desafio é maior, juntamente com a Turquia, o Brasil, o México, o Chile, a Hungria, a Eslováquia, a Polónia e a República Checa

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) advertiu hoje para o impacto do contexto socioeconómico no desempenho dos alunos, incluindo Portugal entre os países que enfrentam maiores desafios.

“Entre os países da OCDE, Turquia e México, onde 69% e 56% dos estudantes, respetivamente, pertencem ao grupo mais desfavorecido, e Portugal, Chile, Hungria e Espanha, onde mais de 20% dos estudantes pertencem a este grupo, enfrentam muito maiores desafios do que, por exemplo, Islândia, Noruega, Finlândia e Dinamarca, onde menos de cinco por cento os alunos são prejudicados”, afirma a organização no relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA).

A heterogeneidade socioeconómica nas populações estudantis representa um grande desafio para os professores e os sistemas de ensino, segundo a OCDE.

Ao examinar os resultados de diferentes países no contexto socioeconómico, os técnicos da OCDE incluem Portugal entre os países onde o desafio é maior, juntamente com a Turquia, o Brasil, o México, o Chile, a Hungria, a Eslováquia, a Polónia e a República Checa.

Luxemburgo, Noruega, Japão, Finlândia, Islândia e Dinamarca, Irlanda e Estados Unidos são aqueles que apresentam contextos demográficos, sociais e económicos mais favorecidos.

O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) analisa em que medida os alunos perto do final da escolaridade obrigatória têm adquirido alguns dos conhecimentos e habilitações que são essenciais para a plena participação na sociedade moderna, especialmente em matemática, leitura e ciência.

No relatório lembra que os professores que ensinam alunos de contextos mais desfavorecidos enfrentam desafios maiores do que aqueles que trabalham em meios mais favorecidos.

“Da mesma forma, os países com maiores proporções de crianças desfavorecidas enfrentam desafios maiores do que os países com menores proporções destes estudantes”, lê-se no documento, que continua a situar Portugal abaixo da média da OCDE nas competências demonstradas pelos alunos em matemática, leitura e ciência.

Entre os países com dados disponíveis, Luxemburgo, Noruega, Japão, Finlândia, Islândia, Dinamarca, Irlanda e Estados Unidos, apresentam os contextos demográficos, sociais e económicos mais favorecidos.

A OCDE diz novamente que Portugal, México, Hungria, Eslováquia e a República Checa são aqueles que apresentam maiores desafios neste contexto.

A organização defende que estas diferenças têm de ser consideradas na interpretação dos resultados dos alunos.

Simultaneamente, refere que o futuro, em termos económicos e de desenvolvimento social, tanto dos indivíduos como dos países, depende dos resultados que realmente alcançam e não do desempenho que poderiam conseguir em condições mais favoráveis.

A OCDE faz esta análise no capítulo dedicado ao perfil do aluno e ao desempenho a matemática, embora com uma abordagem geral.