Por Margarida Bon de Sousa, in iOnline
Empresas com menos de 249 trabalhadores produziram cerca de 50 mil milhões de euros em valor acrescentado para a economia portuguesa
Apesar da crise, as PME nacionais continuam a desempenhar um papel de relevo em Portugal. Em 2012, as mais de 810 mil empresas desta dimensão do sector empresarial privado nacional empregaram cerca de 2,4 milhões de trabalhadores e produziram perto de 50 mil milhões de euros em valor acrescentado para a economia. No total, representam 99,9% de todas as empresas portuguesas e são responsáveis por 68,4% do valor acrescentado em termos económicos e 78,6% do emprego no sector privado não financeiro. Os dados são da Comissão Europeia, que anualmente analisa o progresso deste tipo de companhias nos 28 estados-membros.
Recuperação da crise A recessão profunda do país desde 2008 teve e ainda tem graves repercussões no tecido empresarial nacional, quer entre as maiores quer nas micro. Os sectores da construção e do imobiliário foram os mais atingidos pela crise e, mesmo com os primeiros sinais de recuperação, a previsão para o futuro deixa apenas espaço para um optimismo cauteloso, sobretudo porque a recuperação para os níveis pré-crise ainda não é perceptível.
Ambiente de negócios Pese o facto de continuarem a enfrentar dificuldades económicas de peso, a UE considera que as PME nacionais têm vindo a beneficiar de uma série de mudanças políticas positivas, tais como melhores condições de enquadramento e programas de apoio ao empreendedorismo, apoio financeiro para os empresários e melhorias na legislação sobre insolvências.
A transposição da lei comunitária para o direito nacional e a sua aplicação também foram elogiados por Bruxelas, que afirma que este processo é comparativamente mais rápido em Portugal do que noutros países da UE.
Não obstante, alerta a Comissão, o desempenho de Portugal neste campo só será reforçado se houver melhorias significativas no acesso ao crédito, a auxílios estatais e contratos públicos, áreas em que o país ainda fica aquém da média europeia por uma margem considerável.
Micro criam mais emprego No conjunto da UE, as pequenas e médias empresas com 10 a 249 colaboradores continuam a ser o principal motor da economia. São elas que criam mais emprego, cerca de 50% do total dos postos de trabalho, e que mais contribuem para o crescimento económico da Europa. Em 2011, e exceptuando a área financeira, das 22 milhões de empresas da UE a 28 registadas, a esmagadora maioria das empresas eram micro (93%), respondendo por 30% do emprego e 17% do volume de negócios. A percentagem mais elevada de PME ocorre na Alemanha (18% das empresas), na Roménia e no Luxemburgo (ambos com 13%) e na Áustria (12%). No lado oposto estão a República Checa e a Eslováquia (ambas com 4 %).