3.12.13

PME nacionais empregaram 2,4 milhões de pessoas em 2012

Por Margarida Bon de Sousa, in iOnline

Empresas com menos de 249 trabalhadores produziram cerca de 50 mil milhões de euros em valor acrescentado para a economia portuguesa

Apesar da crise, as PME nacionais continuam a desempenhar um papel de relevo em Portugal. Em 2012, as mais de 810 mil empresas desta dimensão do sector empresarial privado nacional empregaram cerca de 2,4 milhões de trabalhadores e produziram perto de 50 mil milhões de euros em valor acrescentado para a economia. No total, representam 99,9% de todas as empresas portuguesas e são responsáveis por 68,4% do valor acrescentado em termos económicos e 78,6% do emprego no sector privado não financeiro. Os dados são da Comissão Europeia, que anualmente analisa o progresso deste tipo de companhias nos 28 estados-membros.

Recuperação da crise A recessão profunda do país desde 2008 teve e ainda tem graves repercussões no tecido empresarial nacional, quer entre as maiores quer nas micro. Os sectores da construção e do imobiliário foram os mais atingidos pela crise e, mesmo com os primeiros sinais de recuperação, a previsão para o futuro deixa apenas espaço para um optimismo cauteloso, sobretudo porque a recuperação para os níveis pré-crise ainda não é perceptível.

Ambiente de negócios Pese o facto de continuarem a enfrentar dificuldades económicas de peso, a UE considera que as PME nacionais têm vindo a beneficiar de uma série de mudanças políticas positivas, tais como melhores condições de enquadramento e programas de apoio ao empreendedorismo, apoio financeiro para os empresários e melhorias na legislação sobre insolvências.

A transposição da lei comunitária para o direito nacional e a sua aplicação também foram elogiados por Bruxelas, que afirma que este processo é comparativamente mais rápido em Portugal do que noutros países da UE.

Não obstante, alerta a Comissão, o desempenho de Portugal neste campo só será reforçado se houver melhorias significativas no acesso ao crédito, a auxílios estatais e contratos públicos, áreas em que o país ainda fica aquém da média europeia por uma margem considerável.

Micro criam mais emprego No conjunto da UE, as pequenas e médias empresas com 10 a 249 colaboradores continuam a ser o principal motor da economia. São elas que criam mais emprego, cerca de 50% do total dos postos de trabalho, e que mais contribuem para o crescimento económico da Europa. Em 2011, e exceptuando a área financeira, das 22 milhões de empresas da UE a 28 registadas, a esmagadora maioria das empresas eram micro (93%), respondendo por 30% do emprego e 17% do volume de negócios. A percentagem mais elevada de PME ocorre na Alemanha (18% das empresas), na Roménia e no Luxemburgo (ambos com 13%) e na Áustria (12%). No lado oposto estão a República Checa e a Eslováquia (ambas com 4 %).